*Bill Cipher*
Era meu primeiro dia de trabalho, os gêmeos tentavam me ensinar a lidar com os clientes, pelo visto humanos não gostam do meu "tom arrogante e grosseiro", mas não é como se eu estivesse feliz em trabalhar atrás de um balcão por metade do dia.
-Jovem, você sabe me dizer se tem um número maior dessa camiseta?- Perguntou uma senhora.
-Bill, esse é a sua primeira lição de como tratar bem um cliente!- Sussurrou Estrela, escondida embaixo do balcão.
-Hãn, eu não faço a menor de ideia, talvez se você perdesse uns quilos poderia levar essa mesmo.
Após o meu comentário, Pinheiro, que antes estava ao lado de sua irmã, se levantou e atendeu a senhora no meu lugar.
-Perdoe meu amigo! Ele não sabe o que fala... Deixa que eu te mostro onde ficam os tamanhos maiores!
Quando se afastaram de nós, Estrela levantou e sentou na cadeira ao meu lado.
-Você não pode agir dessa forma com as pessoas!
-Eu não dou a mínima para isso.
-Sabe, acho que trabalhar com o público não é seu forte...
-Não gosto de lidar com pessoas medíocres e de mentes pequenas! Todos esses imbecis que caem nos golpes do seu tio avô babaca não merecem o mínimo do meu respeito!
-Ei, não precisa ficar nervoso! Por que não tenta mais uma vez?
Revirei os olhos e apoiei a cabeça sobre o braço, escondendo meu rosto.
-Ah, Billy... Eu queria te ajudar de alguma forma...
Levantei a cabeça com um sorriso no rosto, uma boa ideia havia surgido em minha mente. Com toda a certeza Ford ficaria bravo se soubesse que eu ainda penso nesse tipo de coisa, mas não tenho intenções ruins...
-Bem, você pode me ajudar! O que acha de fazermos um acordo? Você me substitui nessa porcaria de trabalho, e eu resolvo o problema com seus pais!
Ela desviou o olhar, parecia assustada e desconfortável.
-Um acordo? Não sei se eu deveria...
-Vamos, garota! Não confia em mim?- Estiquei minha mão em chamas, tomando cuidado para que nenhum cliente visse.- É um acordo justo para os dois lados!
Estrela hesitou por alguns instantes, e depois lentamente esticou sua mão. Já faz um bom tempo desde a última vez que fiz um acordo. Sinceramente não esperava que fosse possível com as limitações. Antes que nossas mãos se encostassem, Ford, desesperado, entrou pela porta da frente com uma anomalia em seus braços, ela lhe dava choques e se contorcia tentando fugir.
-Tivô Ford!
Mas que inferno! Logo agora que eu ia me livrar desse castigo, o seis dedos tinha que aparecer?! Estrela pegou um taco de basebol e usou para bater no monstro, mas eventualmente seus golpes acertavam Ford, que apenas tentava desviar.
-Morre, morre, morre!- Ela gritava, acertando a anomalia que há muito tempo já estava morta.
-Obrigado, Mabel. Mas acho que ele já entendeu o recado.- Seis dedos tomou o taco da mão da garota, e pegou os restos mortais que sobraram no chão.
A cliente que Dipper atendia, ao presenciar toda essa situação, correu até a saída enquanto gritava loucamente. Meu primeiro dia de trabalho foi péssimo, mas isso não vai durar por muito tempo, planejo apertar a mão da Estrela o quanto antes e assim passar o máximo de tempo com Ford.
*Stanford Pines*
Mais tarde, no laboratório, eu estudava sobre as partes intactas que sobraram da anomalia. Bill entrou sem dizer uma palavra, apenas me abraçou por trás. O suspiro que deu assim que nossos corpos se encontraram mostrava seu tamanho cansaço.
-Como foi o trabalho?- Perguntei.
-Sem graça.- Ele disse, se distanciando.- Passei o dia lidando com uns idiotas.
-Essa é a vida de pessoas comuns. Se quer viver lá fora, terá que se acostumar.
-Esse corpo frágil, esses sentimentos confusos e toda essa merda de trabalho não é pra mim!
Não sei bem o que dizer, querendo ou não, Stanley está certo em exigir que Bill seja útil de alguma forma.
-Veja pelo lado positivo, o uniforme ficou ótimo em você!
-Lado positivo?! Não tem um "lado positivo" nisso!
-Por que não vamos para o quarto e descansamos um pouco? Meu dia também não foi fácil, hoje eu-
-Não me venha com mais problemas, não consigo nem lidar com os meus! E por que minha cabeça está latejando? Por que meu cérebro não para de enviar preocupações?!
-É assim que as pessoas reagem quando estão sobrecarregadas. Acho que passar tanto tempo na forma humana tem feito você se tornar como um aos poucos.
Ao pensar sobre isso por alguns segundos, tics de energia passaram a percorrer o corpo de Bill, os mesmo que haviam aparecido quando ele contou sobre a sua dimensão.
-Axolote é um d-desgraçado por m-me fazer passar por isso!
-Ele fez para o seu bem!- Tentei me aproximar e segurar o seu braço, mas ele me empurrou para o chão, e com passos firmes, andou para o lado oposto. Mesmo com os poderes reduzidos no nosso mundo, sua força continua enorme comparada a de qualquer outro ser.
-St-tanford, eu n-não aguento mais! Esse não s-sou eu!
Será que tudo vai recomeçar do zero? Bill é alguém complicado, pode até estar se tornando alguém melhor, mas o caos faz parte de quem ele é... Me levantei sem parar de encará-lo.
-E quem é você?! Quando eu penso que está evoluindo, acaba me mostrando uma outra versão completamente maluca de sí!
-Por que ainda tem alguma esperança de que vai "me mudar"? Eu não sou quem você ou o Axolote querem que eu seja! A minha vontade é de te queimar vivo agora mesmo!
Antes que eu respodesse, o mesmo se teletransportou para o último andar do laboratório. Dava para escutar o som de itens sendo destruídos e jogados na parede e teto, sem dúvidas isso vai me custar dias de trabalho. Bill está agindo como um adolescente, anda mais emotivo e surta com pequenas coisas... Se bem que na teoria ele é um pré adolescente... Eu definitivamente preciso escrever sobre isso no meu diário!
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BILLFORD: Mentor intergaláctico
FanfictionApós o Estranhagedon, Bill Cipher, o demônio dos sonhos, escapou do Teraprisma e voltou para Gravity Falls em busca de seu 'amigo', Stanford Pines. Mesmo sabendo que não era certo, Ford fez um acordo com Bill para que ambos saissem ilesos do problem...