Capítulo 5

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LAIZ GREEN

Eu tinha inventado uma intoxicação alimentar para não ir trabalhar.

Esse era o único motivo de eu estar em plena manhã de uma segunda-feira com meus braços ao redor de uma de minhas melhores amigas que fungava enquanto tinha a cabeça enfiada entre meus braços.

Lanço um olhar assustado para as meninas que estavam com a mesma expressão perdida no rosto. Azura tinha ido até o apartamento que ela dividia com Pierre Lawrence para pôr um fim no relacionamento dos dois, porém, minha amiga pegou seu ex-namorado com uma das modelos que ela fotografava na cama que era deles.

Zu, a minha malvada favorita, está frágil, e isso era algo que não sabíamos reagir muito bem. Estávamos perdidas.

Miller funga novamente e se afasta do meu abraço enquanto se afunda em meu sofá e se cobre com uma manta quentinha enquanto olha para a tela da tv, onde passa algum filme de romance trágico.

— Como ele pôde? — questionou, indignada. — Tínhamos uma relação de três anos e meio, eu esperava no mínimo um pouco de respeito e consideração.

Homens — Belle resmungou rolando os olhos, os braços cruzados. A pele negra em um tom claro estava muito bem valorizada com um conjunto elegante no tom creme, o terninho de alfaiataria delineia muito bem suas sutis curvas. — Amiga, não gosto de te ver triste!

— Eu não estou triste, só estou puta — Azura fungou e soltou um rosnado e esfregou o rosto com as costas das mãos. — Realmente não sei como ele pôde fazer isso comigo.

— Você não deve questionar o mau caratismo das pessoas, Miller — a voz masculina e cheia de sotaque soou um tanto agressiva, censurei Ryan com o olhar e bufo balançando a cabeça.
Leroy estava com uma postura relaxada e o que mais me surpreendeu foi a forma como Shakespeare — o gato rabugento de Becca —, estava tão confortável nos braços fortes e desnudos do loiro francês. Lanço um olhar questionador para as meninas e ambas estão do mesmo jeito que eu; chocadas. Ryan estende uma xícara com um líquido avermelhado para Zu que funga e aceita a xícara com um ar desconfiado.

— O que é isso? — Zu perguntou, dando goladas no que eu acho ser um chá. — Hum, é bom.

— É um chá de frutas vermelhas, serve para acalmar. — o loiro esclareceu, acariciando a cabeça peluda do gato rabugento.

— Eu não tenho esse chá aqui — apontei, franzindo o nariz.

— Eu trouxe!

— Você anda com chás? — Becca perguntou, confusa.

— Você não? — o loiro devolve a pergunta, como se fosse normal andar com sachês de chá por aí.

— Estranho, eu disse — Paty murmura e recebe um olhar fulminante do francês.

— Aquele desgraçado — Zu murmura novamente e crispo os lábios.  — Não é só a traição que me fez ficar irritada, mas sim, a forma como ele foi cretino. Ele mesmo disse que apenas me usou. Me usou. E tudo isso para que eu pudesse colocá-lo no topo dos modelos. Eu fui uma idiota.

— Não, o único idiota da história foi ele — afirmei, apertando sua perna em forma de conforto.

— Ugh, e eu me apaixonei por aquele cretino estupido — confessou.

Inclinei a cabeça com pesar, minha amiga estava com o coração partido e eu sentia a porra da raiva borbulhar por minhas veias. Idai que o babaca era o filho do prefeito? Eu iria acabar com ele, arrancar aqueles olhos azuis e desfigurar sua carinha de modelo da playboy.

— Eu vou matar ele! — Bella rosnou e puxou com irritação sua franjinha.

— Eu ajudo a enterrar aquele filho da puta — Lay resmungou olhando para Zu com preocupação.

Um Delicioso Acaso - Atrações Inesperadas Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora