Cidade vizinha

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O sol já estava se pondo quando chegamos à cidade vizinha. As luzes da rua começavam a brilhar, refletindo nas curvas elegantes do Ford Mustang prata que dirigíamos. Pedrux, sentado ao meu lado, parecia descontraído, mas eu podia sentir a tensão no ar. Essa corrida era importante, não apenas pela competição em si, mas por tudo o que estava acontecendo entre nós dois.

Eu mantinha as mãos firmes no volante, mas uma delas escapava constantemente para a coxa de Pedrux. O toque era proposital, uma provocação silenciosa que fazia meu coração bater mais rápido. Ele estava usando um shorts curto, que deixava suas pernas expostas, e uma das minhas blusas, larga demais para o corpo dele, mas que de alguma forma o deixava ainda mais atraente.

— Nervoso? — perguntei, sem tirar os olhos da estrada.

— Não... — ele respondeu, mas o tom de voz sugeria o contrário. Sua mão pousou sobre a minha na coxa dele, um gesto que tanto aceitou o toque quanto deixou claro que ele sabia exatamente o que eu estava fazendo.

Sorri. Sabia que aquilo estava mexendo com ele, e isso apenas aumentava a minha excitação. As ruas da cidade vizinha estavam movimentadas com carros de todos os tipos, os motores rugindo enquanto os outros competidores se preparavam para a corrida. Mas, no fundo, eu sabia que minha verdadeira vitória estava ali, no silêncio entre os nossos olhares e toques.

— Relaxa, Drux — disse, brincando com o novo apelido que eu havia começado a usar. — Vamos vencer isso juntos.

Ele apenas assentiu, seus olhos fixos em mim por alguns segundos antes de desviar o olhar. A corrida estava prestes a começar, e o cheiro de borracha queimada e gasolina dominava o ambiente. Eu ajustei meu capacete, mas minha mão continuava na coxa de Pedrux. Ele não disse nada, mas o olhar que lançou na minha direção falava muito mais do que qualquer palavra.

Quando a contagem começou, o rugido dos motores ao nosso redor parecia desaparecer. Tudo o que eu conseguia pensar era no calor da pele de Pedrux sob minha mão, no jeito como seus músculos se contraíam com cada curva que tomávamos. A adrenalina corria nas minhas veias, mas não era apenas pela velocidade.

Assim que a corrida começou, o mundo ao redor se transformou em um borrão de luzes e sons. O Mustang respondia a cada movimento do meu pé, acelerando com potência, enquanto eu navegava pelas ruas estreitas e perigosas da cidade. Mas, mesmo com toda a intensidade da corrida, minha mão não deixava a coxa de Pedrux.

Eu conseguia sentir a tensão no corpo dele aumentar com cada curva fechada, cada momento em que nos aproximávamos dos outros competidores. O shorts que ele usava fazia o toque da minha mão ainda mais tentador. Eu a deslizava levemente, apenas o suficiente para provocar uma reação, e via de relance o sorriso nervoso que se formava em seus lábios.

— Você devia focar na corrida, Drake — ele disse, tentando soar sério, mas o tom da voz traía a diversão por trás da frase.

— Eu estou focado — retruquei, meus olhos alternando entre a estrada à frente e o rosto dele. — Só que eu também consigo fazer duas coisas ao mesmo tempo.

Ele riu, e o som era uma pausa bem-vinda no meio de tanta tensão. A corrida continuava acirrada, com os outros pilotos nos pressionando de todos os lados, mas minha mente estava dividida entre o volante e o corpo de Pedrux. Cada vez que eu movia minha mão um pouco mais para cima, sentia o corpo dele responder, e isso me deixava ainda mais determinado a vencer — e a provocar.

A cada curva fechada, ele se inclinava um pouco mais para perto de mim, seus ombros roçando os meus, o calor do corpo dele se misturando com o meu. Estávamos em perfeita sintonia, como se a própria corrida fosse apenas um cenário para o que realmente importava: a tensão entre nós dois.

As luzes da linha de chegada apareceram à nossa frente, e com um último impulso no acelerador, cruzamos a linha em primeiro lugar. A multidão aplaudia, o som dos motores ainda ecoando nas ruas, mas tudo o que eu conseguia ouvir era o som da respiração de Pedrux ao meu lado. Meu coração estava disparado, mas não era só pela vitória.

Estacionei o Mustang em um local mais afastado, longe da agitação dos outros corredores. O motor ainda ronronava baixinho, e o silêncio que se seguiu foi quebrado apenas pelo som da nossa respiração ofegante. Virei-me para Pedrux, e seus olhos estavam brilhando com a adrenalina da corrida.

— Sabia que a gente ia ganhar — disse ele, tentando soar casual, mas o sorriso em seu rosto entregava a empolgação.

— Eu também — respondi, e antes que ele pudesse dizer qualquer outra coisa, me inclinei e roubei um beijo.

Foi um beijo rápido, mas cheio de intenção. Pedrux ficou surpreso por um segundo, mas logo cedeu, e eu aproveitei para aprofundar o contato. Suas mãos subiram para os meus ombros, enquanto eu o puxava mais para perto, aproveitando cada segundo daquele momento.

O calor entre nós parecia se intensificar com cada beijo roubado, e logo eu não estava mais me contendo. Minha mão, que antes descansava na coxa dele durante a corrida, agora apertava levemente sua pele, sentindo o calor aumentar sob meus dedos.

— Drake... — ele murmurou entre os beijos, sua voz rouca e baixa. — A gente devia comemorar de outro jeito, não acha?

Eu sorri contra seus lábios e puxei-o para mais perto, fazendo com que ele se inclinasse para o meu lado do carro.

— Eu diria que a gente está comemorando exatamente do jeito certo — respondi antes de voltar a beijá-lo, sem me preocupar com mais nada ao nosso redor.

A adrenalina da corrida ainda corria em nossas veias, e a tensão que se acumulou durante todo o trajeto agora se soltava em beijos intensos, trocas de olhares carregados de desejo e toques que falavam mais do que palavras.

O Mustang era um refúgio nosso, o lugar onde aquele momento parecia se cristalizar, longe de qualquer interrupção. E, enquanto continuávamos a nos perder em beijos e toques, eu sabia que aquilo não era apenas uma vitória em uma corrida — era uma vitória para nós dois.

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mais um  kkk

beijos da milly 

1044 palavras 

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