Minho estava, novamente, naquela sala fria, iluminada pelo sol coberto sobre a cortina, respondendo perguntas idiotas e falando sobre a sua linda vida de merda.
— Há quanto tempo você pensa assim? — a mulher a sua frente perguntou ajeitando seu óculos fino no nariz.
— Desde que comecei a namorar com ela. — respondeu simplista, odiava conversar sobre aquilo, odiava ser daquele jeito.
— Minho, me diga, o que te fez namorar com uma mulher sabendo que gosta de homens?
— Eu já te disse, minha família colocava muita esperança em mim, eu ia ser um cantor de sucesso, assim como eles, e namorar um homem estava fora de cogitação, minha mãe nunca me perdoaria.
Viu Hyeju anotar algo em seu caderno, e logo depois direcionar um olhar um tanto repreensivo sobre si. Minho nunca entendia o que um tratamento psicológico ajudaria, não deixaria de ser gay porque sua mãe quer.
— Bom, você já pensou em contar para a sua noiva o que sente?
— Qual é? você acha mesmo que eu vou fazer isso? Nem faz sentido o que você pergunta, eu estou aqui para me "curar", segundo a mamãe.
— Lee, eu sei que sua mãe te mandou aqui para fazer sua cabeça, mas eu sou uma profissional, eu não posso fazer você deixar de ser algo que nasceu consigo. Eu quero te ajudar a superar seus medos, sei que vem aqui por obrigação, mas também sei que no fundo você espera que eu não te julgue, e que eu te ajude a não ligar para o que dizem, e é o que eu vou fazer, como profissional no meu trabalho. — cruzou as pernas.
Minho se sentia tenso, todos ao seu redor o abominavam por ser quem é, e ele nunca recebeu um consolo, ao exceto de uma pessoa...
— Quer me falar sobre Jisung?
Agora tudo o que o Lee ouvia era o barulho do relógio, como se fosse uma contagem regressiva, contando quantos segundos de vida ainda teria. Sua respiração falhou, suas mãos suavam frio, e suas unhas arranhara seu braço com certa força.
— As bolinhas de stress estão ao seu lado, não cometa auto-mutilação. Se não quiser contar sobre tudo bem-
— Ele era meu melhor amigo, — começou com receio, pegando as bolinhas na mesinha ao lado. — acho que foi o único no qual eu amei verdadeiramente a vida toda. Eu já tive "crushes", atrações e obsessões, mas ele... com ele foi amor. Eu queria poder voltar no tempo, impedir que minha mãe descobrisse que eu estava apaixonado por um garoto, eu queria ter vivido um romance lindo com ele, mas a vida é injusta, tudo é injusto. Eu me tornei cantor contra gosto, queria desde cedo ser dançarino profissional e minha família sabia disso, eles me viam dançar em apresentações na escola, me viam dançar em casa, ou em teatros, mas o fim é sempre injusto. Quando eu fiz dezessete, minha mãe me espancou pra caralho, dizendo que eu era um viadinho de merda e que era nojento me ver dançar, é claro que era, afinal, quem iria querer ver um homossexual dançando em sua frente? Fui obrigado a fazer academia pra ter um corpo mais "masculino", fui obrigado a pedir Jieun em namoro, fui obrigado a beijá-la em fotos, fui obrigado a virar cantor, mas eu nunca deixaria que escrevessem as letras por mim, porque no fundo, nada disso adiantou, eu ainda o amo, ainda penso nele, eu escrevo músicas sobre ele, quero cantar want so bad com ele, tudo é sobre ele.
O relógio marcava agora 12:30, a sessão havia acabado, Minho se levantou e se curvou à Hyeju, e quando deu um passo para ir embora, ela o chamou.
— Sei que é difícil pra você, e que ele foi o amor da sua vida, mas Minho, nunca deixa as pessoas impedirem você de realizar o que quer, são eles quem devem escolher quem você gosta? Não. Então se algum dia encontrar ele novamente, não fuja, lute pelo seu direito até o fim.
O Lee assentiu, se sentindo frustrado por guardar esse peso em si por tanto tempo. Queria poder gritar ao mundo quem realmente amava, ou em uma música, onde diria "meu grande amor, Han Jisung". Saiu da sala com isso na cabeça, o que faria se visse o Han? Nunca saberia. Mas talvez o destino fosse o ajudar a saber.
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Oiii, demorei mas postei. Pra quem não me conhece meu nome é Mabel, mas podem me chamar de Mel.
Eu venho escrevendo au's desde o ano passado mas todas davam errado por isso nunca postava. Mas estou tremendamente feliz por poder postar hoje e quero que ela consiga reconhecimento e comentários. Desculpem qualquer erro ortográfico e pelo capítulo curtinho, mas ainda é o início e vem muito pela frente!
É isso, nao esqueçam de deixar os votos e comentar, beijinhos.
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Boa sorte, Amor!
Fiksi Penggemar- Há quanto tempo você pensa assim? - a mulher a sua frente perguntou ajeitando seu óculos fino no nariz. - Desde que comecei a namorar com ela. - respondeu simplista, odiava conversar sobre aquilo, odiava ser daquele jeito. - Minho, me diga, o que...