{•𝑈𝑚𝑎 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑢𝑚𝑎 𝑎𝑔𝑢𝑙ℎ𝑎•}
O tempo não me espera, com as gotas deslizando pelo tecido piso com os pés descalços nas pedras que formam caminho até a mansão, penso que nessa vida nada me esperava, pois companhias se faziam em falta.
Mais um guarda chuva em meio a sua tempestade vejo, com sua cor amarela vibrante, destacando em meio a tanta escuridão de um jardim isolado.
A dificuldade nessa silhueta pequena pela longa distância, parecendo lutar com suas forças contra o vento predominante, dou mais alguns passos a frente, querendo saber em quem santa consciência decide dar um passeio sobre a chuva retumbante??...Mais a voz desgastante de uma mulher com sua vil idade, me toma.
-Elisa!! Elisa!! Elisa!! "Meu coração erra a batida, meus passos travam."
Não poderia acreditar, nem sequer imaginar...Lizeba??
Oque faz sobre o véu de uma chuva tortuosa?? Ainda por cima em uma noite escura, onde a única visão são as faíscas dos trovões?? Não penso muito antes de correr, ferindo os pés com a força de minha velocidade, deslizando algumas vezes, ao sentir os musgos que formaram-se com o tempo em suas pedras lisas.
-Senhora Lizeba??!!
A dificuldade em seus passos é aparente, não poderia esperar menos.
Sua idade não permite longas caminhadas sem sua boa e velha muleta, sinto o coração bater em um ritmo rápido, o vento e tortuoso por sua vez me parece um obstáculo, mais não um inimigo que não possa enfrentar.O barulho que faço não me importa tanto, quanto aquele que sai do guarda-chuva, que parece querer ser levado pelos ventos terríveis.
-Senhora Lizeba...Fique aonde está!! Por favor lhe peço. "Pelas horas de lágrimas constantes, sinto minha voz ainda sobre os efeitos da rouquidão."
Não escuto sua voz em meio aos barulhos diversos, mais sei em que sua voz falhada, deve estar a me alertar dos riscos de estar sobre a mantra daquela noite.
Não demorando mais, chego com pressa, meus pulmões pedem ar pela corrida desesperada.
-Senhora Lizeba oque está fazendo aqui?? "A pergunta sai em seu tom baixo, junto a minha respiração ofegante um tanto radical."
Talvez seja algo em tudo bobo, como poderia pensar em perguntar algo que claramente sei a resposta por sua vez?
De tantas coisas que passei naquele dia, esperava um sermão, ou um resmungar irritado da pessoa que mais conhecia, mais entre tanto minha adivinhação não acerta desta vez, pois oque recebo é um abraço apertado em uma carícia amorosa. Uma sensação estranha invade meu peito, como uma mistura atenua entre dor e um amor genuíno, como um conflito interno que tende a se alto sabotar.
Os dedos finos que carrega passam pelos fios molhados, como uma confirmação distinta de algo que já procuro conhecer;
-Nunca mais faça isso...Nunca mais suma desse jeito. "Seus dedos tão finos quanto a palha, trêmulos por algo que corroem minha mente em tantos pensamentos confusos."
Sua voz.....Baixa, rouca completamente rouca, porém que não medem esforços em dizer palavras gentis, com seu tom preocupado."
Suas pernas, bambas se segurando no que pode, sobre a força desesperada de um ato que agora percebe seu valor, por que se preocupa? Não sou tua filha, e você muito menos minha mãe....Porém....Entre tanto.
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𝑈𝑚𝑎 𝐿𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑢𝑚𝑎 𝐴𝑔𝑢𝑙ℎ𝑎.
RomanceEm uma sociedade onde mulheres são meros peões em um jogo brutal de poder, Elisa está prestes a enfrentar seu destino. O "debute" - um ritual sombrio - aproxima-se, e com ele, a ameaça de ser lançada aos lobos da elite faminta por sangue e controle...