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{•𝑈𝑚𝑎 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑢𝑚𝑎 𝑎𝑔𝑢𝑙ℎ𝑎•}


——Dia 28 de novembro de 1878

Cada suspiro estrangulado pela dor intensa, Cada grito de dor e pavor, e uma marca agonizante que cercava aquela casa, negando ser sombria pelos fantasmas que a assombravam mais sim pela pessoa que ali morava.

François La Roche.

Esse nome é tão esquisito ao ser pronunciado que no entanto guarda nossos tremores, como a empregada chefe sempre ouvia em alta voz como som a fivela do cinto estala, assim como os gritos ofuscados por seu desespero em cada canto da casa.

Era como um aviso ávido ao moradores que ali viviam que as regras eram para serem compridas mesmo que ardentemente machucassem seus membros esguios.

Eram tormentos as meninas com rostos de porcelana choravam alto seu pai com o físico potente gritava em berros ameaçando ou punindo, era uma cena amedrontadora assim como aquela que guardava as feridas em sua pele.

 "Clemência"

 Com o tempo os gritos nada mais eram que vozes que os empregados se puseram a aceitar com o sentimento amargo de resignação, mesmo que seus olhos vissem tal ato profano, nada faziam por não haver poder para deter, olhar era doloroso no entanto era o único ato a ser traçado por mãos que não poderiam fazer mais nada que olhar a distância...Batidas de portas em gritos altos eram sempre ouvidos com frequência o ar sempre denso mostrando sua desilusão em relação a tudo que queríamos considerávamos como paz. 

A tristeza sempre invadia meu coração, mais a frase cortante como "O 'que os olhos não veem o coração não sentem" nunca foi uma mentira tão grande ao ser contada. 

-Você é muito fraca pra lidar com isso!! era isso que você queria ouvir?? todas são ingratas!!! Todas vocês!!!

A sala se sentia a tenção ninguém ousava se intrometer ou falar era como uma linha fina pronta a ser rompida a cada momento, mais nos mantínhamos calados sem nenhuma fala a expressar, via como as meninas em seus vestidos bordados tremiam com os olhos cristalizados por lagrimas que queriam descer mais que entre tanto não poderiam descer.

A duquesa se mantinha em um transe parecendo estar exorbita a vida ao lado, porém via como suas mãos temiam a cada palavras dita entre os lábios daquele que parecia sentir prazer em causar a dor, François mesmo conseguindo o medo de sua família não parecia satisfeito, inserindo uma batida forte contra a mesa de carvalho, suas mãos calejadas com apenas um golpe fazem a mesa tremer. Com a intensidade do movimento, a criança mais velha Catherinna com seus olhos grandes buscam em mim, a ajuda que nunca poderei dar, meu coração se perde como o cumplice do momento, me avisando que seria tolice agir quando talvez um final tão feliz me aguardasse;

Sou a Empregada chefe, não a heroína que poderia salvar um relacionamento já destruído, mil perdões Milady, mais esta mulher é a mais fraca entre elas e sua posição só permite olhar, balançar a cabeça e dizer que sim...E sim...

𝑈𝑚𝑎 𝐿𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑢𝑚𝑎 𝐴𝑔𝑢𝑙ℎ𝑎.Onde histórias criam vida. Descubra agora