Capítulo 1 - NIghtmare.

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Pov: Anya.

Estava diante da mesma estrada que vi pela última vez na televisão, coberta por uma chuva persistente. A névoa envolvia o ambiente como um véu cinza, e o cheiro das árvores molhadas se misturavam ao cheiro metálico da chuva. O asfalto brilhava sob a luz pálida dos postes de iluminação, e eu caminhava lentamente, cada passo ecoando no silêncio da noite.

Então, um grito cortou o ar.

Meu coração saltou no peito, e eu me virei em direção ao som. Lá estava ela – A garota que persegue meus pesadelos. Ela estava no meio da estrada, com o olhar fixo em mim, o rosto pálido e o corpo tremendo de frio e medo jogado contra o chão da estrada. A cena era um pesadelo vívido; ela estava sozinha, mas parecia esperar por alguém, parecia esperar por mim.

Drew! — eu gritei, a voz saindo em um sussurro fraco, quase perdido na tempestade.

Ela me viu e seus olhos brilharam com um misto de esperança e desespero. O carro dela estava capotado ao lado, as luzes ainda piscando em um ritmo lento e irregular. Eu me aproximei, o chão sob meus pés parecia escorregadio e o som da chuva se intensificava junto com um barulho de freios rasgando dolorosamente. Via o sangue escorrer em minha direção junto com a água da chuva.

— Por favor, não me deixe aqui! — Drew implorou, sua voz cortando o som da tempestade como uma lâmina afiada.

Eu estendi a mão para ela, mas a chuva estava tornando tudo mais difícil. O chão se tornava cada vez mais lamacento, e eu sentia o pânico crescer dentro de mim. Drew estava próxima, mas havia algo que me impedia de alcançá-la. Era como se uma força invisível me empurrasse para trás, tentando me separar dela.

Eu lutava contra a corrente invisível, meu corpo se esforçando para se mover enquanto o medo e a frustração me envolviam. O rosto de Drew estava distorcido em uma expressão de terror e tristeza cada vez mais bizarra, e eu podia sentir o peso de sua dor como se fosse minha. O carro ao fundo parecia cada vez mais distante, e a tempestade parecia querer nos separar para sempre.

— Não! Não, por favor! — Eu gritei, estendendo a mão ainda mais, mas a distância parecia se alargar a cada passo.

Eu podia sentir meu coração batendo com força, cada batida uma lembrança cruel da urgência da situação. A chuva estava torrencial, e as gotas se transformaram em lágrimas no meu rosto. Eu estava tão próxima, mas parecia que nunca conseguiria alcançá-la. Drew estava se distanciando, seu corpo cada vez menor, menor e mais frágil.

Então, em um instante, ela estava desaparecendo na névoa, e a cena ao meu redor começou a desmoronar. A estrada se desfazia em uma espiral de escuridão e som, e eu me sentia sendo puxada para fora daquela realidade angustiante.

Acordei com um sobressalto. O peito acelerado, o corpo coberto de suor, e o som da chuva ainda batendo contra as janelas do meu quarto. As trovoadas lá fora eram agora um eco distante e estrondoso, meu coração continuava a bater rápido. Eu olhei em volta, tentando reassumir a realidade, a sensação de desamparo ainda tão real quanto a dor que sentia no sonho. Watson, meu cachorro, estava encolhido no canto do quarto com as orelhas fechadas e um pequeno choramingo.

Ele também odiava tempestades.

Eu me sentei na cama ainda com o corpo em tremor, e a visão de Drew desaparecendo na tempestade ainda vívida em minha mente. A sensação de ter falhado em salvá-la era esmagadora, e o sentimento de impotência me envolvia como uma sombra escura. O aniversário da sua morte parecia ter trazido esse pesadelo de volta à tona, uma lembrança cruel e indesejada de que, apesar de tudo, havia algo mais que eu precisava descobrir.

The 30th - Billie Eilish fanfic. Onde histórias criam vida. Descubra agora