TOgetHER ─── TWILIGHT

01: CHASING FLOWERS

Jasper respirou fundo, forçando-se a focar nas palavras de Alice: concentre-se nas pequenas vitórias, uma pessoa de cada vez.

Alice lhe garantiu que nada aconteceria. Foi ela quem o incentivou a sair sozinho, embora ele não tivesse tanta fé em si mesmo. Na verdade, ele não teria sequer vindo, se não fosse pela suspeita de um recém-criado vagando pelas ruas de Seattle, atacando humanos nos becos. Se houvesse realmente um vampiro, estava indo em direção a Forks, e os Cullens não precisavam desse problema, não com os lobos à espreita, prontos para encontrar qualquer desculpa para um confronto.

O som distante de rodas o alertou, e ele rapidamente se escondeu em um beco enquanto um grupo de adolescentes passava rindo. A garganta de Jasper ardeu quando o cheiro de sangue chegou até ele, doce e quente. Ele fechou os olhos, forçando-se a pensar em qualquer coisa que não fosse o pulsar dos corações humanos, o fluxo de sangue correndo sob a pele.

Ele cerrou os punhos, determinado a se controlar. Assim que os jovens passaram, ele se afastou rapidamente na direção oposta, tão rápido que ninguém percebeu sua presença. Mas parecia que os anos sem ceder ao sangue humano o haviam deixado vulnerável, como se cada segundo fosse uma tortura que ampliava seus sentidos. Ele podia ouvir os corações batendo nos apartamentos próximos, e seus instintos predadores gritavam para que ele escolhesse: o doce sangue da pessoa no apartamento a alguns metros, ou o som acelerado do coração de alguém correndo a duas quadras dali... ou talvez o homem calmamente tomando chá na varanda sem saber que sua vida estava sendo avaliada.

Jasper se encolheu na escuridão, onde a luz do poste não o alcançava, tentando se concentrar nas palavras de Alice: Nada vai acontecer. Eu vi!

Foi então que o cheiro de flores atingiu seus sentidos, carregado pelo vento da chuva. Era um alívio, uma oportunidade de escapar do tormento da sede. Talvez o aroma intenso das flores pudesse sufocar o cheiro do sangue, dando-lhe alguns minutos de paz. Em segundos, ele já estava diante da floricultura.

A placa de néon piscava lentamente acima da porta de vidro decorada com arranjos de flores. "Fine Flowers", dizia. A entrada parecia quase angelical, como uma promessa de paraíso. Jasper entrou sem hesitar, mas o que encontrou foi o inferno.

O sino sobre a porta soou suavemente, anunciando sua chegada. Ele respirou fundo, enchendo os pulmões com o aroma das flores. Rosas, lírios, gardênias... Por um breve momento, ele se sentiu calmo, como se tivesse um minuto de paz. Mas essa calma desapareceu assim que ele sentiu o cheiro por trás de todo aquele perfume. Um cheiro que fez sua garganta queimar como nunca antes.

Atrás do balcão, de costas para ele, uma garota mexia em um buquê de rosas. Seus cabelos caíam sobre os ombros, e o cheiro dela era inebriante. O sangue era uma melodia que preenchia todos os sentidos de Jasper. Era tão doce, tão puro, que o deixou completamente imóvel. O mundo ao redor desapareceu, restando apenas aquela tentação, pulsante e viva.

Ela se virou, ainda focada no arranjo, sem perceber o caos que havia provocado.

─ Já vou te atender, só um segundo. ─ disse com um sorriso despreocupado, enquanto colocava as rosas no vaso.

O som do coração dela, batendo ritmicamente, ecoava na cabeça de Jasper. Ele fechou os olhos, tentando se concentrar. Tentando lembrar quem era, o que tinha prometido a si mesmo e à sua família. Mas naquele momento, parecia inútil. Como ele poderia resistir? Como ignorar a promessa de saciar uma sede que queimava tanto?

A garota finalmente olhou para ele, com um sorriso leve. Mas, ao encontrar os olhos de Jasper, seu sorriso vacilou por um segundo, como se algum instinto a alertasse de que havia algo errado.

─ Boa noite, em que posso te ajudar? ─ Sua voz soou um pouco hesitante, como se aquele encontro, de alguma forma, não parecesse certo.

Jasper, lutando contra cada impulso predador que rugia dentro dele, forçou um sorriso suave, escondendo o caos que sentia.