As cortinas brancas balançavam suavemente com a brisa fresca do norte, que trazia consigo o doce perfume de flores distantes, preenchendo o quarto com uma sensação de calma e serenidade. A luz do sol, tímida entre nuvens brancas, filtrava-se pelas janelas, banhando o ambiente com uma luz suave e dourada. O quarto era um santuário de beleza e delicadeza. As paredes, pintadas de um tom suave de vermelho, eram adornadas com intrincados desenhos dourados, que retratavam antigas lendas do reino — dragões alados, cavaleiros valentes e florestas encantadas.
No centro do quarto, uma cama majestosa com dossel de seda ocupava o espaço, suas cortinas translúcidas, bordadas com pequenos cristais, capturavam a luz do sol e criavam pequenos arco-íris que dançavam sobre o chão de mármore branco. A colcha de veludo azul escuro, bordada com estrelas, caía suavemente sobre o colchão, rodeada por almofadas de diferentes tamanhos, que davam um toque acolhedor e luxuoso. Ao lado da cama, uma penteadeira de madeira clara, esculpida com flores e folhas, exibia frascos de perfumes e joias que raramente eram usados, já que Seraphine, a dona do quarto, preferia a simplicidade. Um grande espelho oval com moldura dourada refletia a luz suave do quarto, tornando o ambiente ainda mais brilhante e acolhedor. Perto da janela, uma pequena mesa redonda com cadeiras de encosto alto completava o espaço.
Foi nesse ambiente de tranquilidade que, naquela manhã, Seraphine despertava. Seus olhos se abriram lentamente, e ela bocejou suavemente, o som leve quebrando o silêncio do quarto. A noite anterior tinha sido tediosa para ela, cheia de formalidades e jogos políticos que a incomodavam. Apesar disso, teve que estar presente na festa de despedida de seu pai. Seu longo cabelo negro balançava ao seu movimento, suas curvas bem definidas e alguns músculos discretos à mostra. Ao se dirigir até a penteadeira, ela pegou um pequeno sino de prata e, com um movimento gracioso, fez-o soar, produzindo um som suave e melodioso. Quase que imediatamente, uma porta lateral se abriu, e uma jovem empregada apareceu, vestida com roupas simples de serva, inclinando-se respeitosamente diante de sua senhora.
— Bom dia, princesa Seraphine, que o deus da luz abençoe mais este dia — disse Ravine, com uma reverência profunda.
Seraphine olhou para ela com um sorriso curto e um brilho sutil em seus olhos amarelos.
— Bom dia, Ravine. — Sua voz era suave, mas sua expressão permanecia distante. — Conseguiu dormir bem? A festa de despedida do meu pai foi bastante exaustiva, não foi?
Ravine, com seus olhos negros brilhando de admiração, baixou a cabeça em sinal de respeito, mas a reverência que ela oferecia estava longe de ser apenas profissional. Seu olhar carregava uma intensidade oculta, algo que nem Seraphine parecia perceber.
— Claro que não, senhorita Seraphine. O Duque Erwin é um homem que fez muito pelo reino. A festa de ontem foi pouco se comparado aos seus grandes feitos. — Ravine falou com uma dedicação profunda, como se estivesse profundamente grata pela bondade do Duque.
Seraphine levantou uma sobrancelha, a voz de Ravine soando mais como uma homenagem do que uma simples afirmação.
— Claro! — Ela respondeu, com uma leve risada, enquanto pegava uma mecha de seus longos cabelos negros e a passava entre os dedos, como se estivesse refletindo sobre algo mais. — Preparou meu banho?
— Com toda certeza, minha senhorita. — Ravine respondeu prontamente, com uma confiança. — A água está quente do jeito que a senhora gosta.
Seraphine assentiu e caminhou em direção à porta lateral de onde Ravine havia saído. A antecâmara que ficava ali era aconchegante, com uma banheira de mármore branco, adornada com detalhes em dourado e vermelho. O vapor da água quente subia em nuvens densas, preenchendo a sala com uma névoa que tornava o ambiente ainda mais íntimo e acolhedor. Seraphine subiu os degraus da banheira e, lentamente, mergulhou um de seus pés na água morna, sentindo o calor relaxante espalhar-se por seu corpo. Ela se afundou na água, fechando os olhos por um momento de relaxamento, enquanto Ravine permanecia parada na porta, observando em silêncio.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Fogo e Ferro: Laços Forjados
FantasíaNo reino de Flavo, vivia Seraphine, uma princesa conhecida por sua beleza incomparável e talentos que poucas damas poderiam sonhar em possuir. Quando seu irmão, o chefe da casa, se mudou para a capital para cumprir seus deveres, deixou sob os cuidad...