CAPÍTULO 1 - FEYRA SMINORV

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Quando desperto me encontro presa num porão imundo cheio de ratos, e baratas, com as minhas próprias fezes e urina. Não sei quantos dias se passaram, meu estômago dói de fome, minha boca está ressecada pela sede que eu sinto. O fedor do local me enjoa e isso parece atrair ainda mais ratos para cá, que a cada dia parecem se multiplicar ainda mais.

Os caras deixaram de vir aqui no porão devido ao fedor, o único que ainda vem é o Luther.

Ele abre a porta, trazendo um pedaço ridículo de pão duro e dois dedos de água. Isso é tudo o que eles vem me dando nos últimos dias. Sinto que estou definhando, mas eles não me deixam morrer.

— Eu não quero — minha voz é baixa e quase não saí pela garganta de tão seca que a minha boca está.

— Acho que aquilo ali é vômito misturado com merda e xixi e está começando a atrair larvas, além dos ratos e das baratas, ainda sim quer continuar aqui? — eu não digo nada, apenas choro em seco, porque até minhas lágrimas secaram — Vem, vou te levar para tomar um banho — Ele agarra meu braço me puxando e me jogando em cima dos seus ombros, me levando para o andar de cima.

— Eu não vou dar para você — resmungo.

— Ainda, querida. Ainda — passamos pela cozinha onde os outros estão. Eles tapam o nariz pelo cheiro que vem de mim. Me encolho, curvando os meus ombros e me aproximando mais de Luther, o seguindo e me sentindo envergonhada, suja e nojenta.

— Ah, merda! Que fedor é esse? — o moreno de cabelos mais curtos nas laterais do que o restante dos cabelos, o carinha de cabelos negros com o caimento para o lado, seus olhos azuis puxados nos engana ao perceber que ele é de origem árabe e com o rosto marcante, como se fosse um modelo, seu tom de pele bronzeado pelo sol, diz, franzindo o nariz.

— O que ela está fazendo fora do porão, Luther? Heros não irá gostar de saber disso! — ele tem a pele clara, cabelos num corte baixo, bem alinhado e perfeito, barba curta e olhos azuis acinzentados.

— Pode deixar que com ele eu me viro depois, Lohan! Não posso mais suportar entrar naquele lugar para levar algo para ela comer, quando nenhum de vocês querem ir, pelo odor e estado que aquele lugar se encontra, seus putos! — ele responde, sem se importar de dizer o nome dele na minha frente.

— Muito obrigado, agora ela sabe o meu nome. E para onde a levará, para o mesmo quarto na qual ela escapou das últimas vezes? — o mesmo cruza os braços.

— E o que acha que ela fará estando presa aqui ao saber o seu nome? — ele revira seus olhos — A deixarei trancada no quarto, ela precisa de um banho, antes de comer alguma coisa.

— E por que você se importa com ela, porra? — o de cabelos negros volta a perguntar a ele — Ela estará morta assim que o Heros voltar de qualquer jeito.

Engulo em seco, então eles já decidiram o meu destino e o moreno ao meu lado estava querendo apenas ganhar uma vantagem sobre mim antes deles me jogaram meu corpo numa vala? Meus olhos se arregalam ao encarar o rosto de cada um deles.

— Mas isso não quer dizer que não possamos brincar um pouco com ela antes... É esse o seu objetivo, não é, irmão? — o moreno de cabelos negros, pergunta a Luther — Sabia, bem que saquei seu interesse por ela desde o início que seus olhos bateram nela. Por isso se voluntariou para estar levando a comida para ela; a está comendo em sigilo, e nem pensou em dividir conosco? — ele passa a língua pelos lábios. — Talvez eu possa me juntar a vocês no banho, quem sabe.

— Não fale merda, Zedekiah! — Luther rosna para o seu irmão, voltando a segurar o meu braço e me levar para fora da cozinha e para o andar de cima, direto para o quarto bem diferente daquele que eu estava antes.

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