CAPÍTULO 5 - FEYRA SMINORV

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Estou sentada no canto da sua cama, minhas mãos tremendo levemente enquanto seguro os joelhos. As palavras dele ecoando na minha mente como um sino sinistro: "Você é nossa agora". E a promessa de que não fariam nada comigo sendo uma fraca tentativa de consolo. Mesmo assim, é um pequeno alívio saber que não eram do tipo que me possuiriam contra a minha vontade.

Até pouco tempo atrás eu tinha uma vida normal, ou pelo menos, uma vida que achei que ser normal. Agora, tudo mudou. Eu me tornei um peão em um jogo que eu mal compreendo, um jogo onde a minha vida está sempre por um fio. A ideia de que eles não serão violentos comigo não me traz muita paz. E sei que, mesmo sem me tocar, eles podem facilmente acabar com tudo o que conheço com um simples estalar de dedos.

Afinal, o que significa ser "deles"? É como se minha própria identidade tivesse sido arrancada de mim. Não sou mais Feyra, uma jovem independente com sonhos e esperanças. Agora, sou uma propriedade, uma peça de xadrez que eles movem conforme a sua vontade. E sei que não estou completamente livre da ameaça de uma bala na cabeça, e essa ameaça paira sobre mim como uma nuvem negra, pesada e constante.

O importante agora é sobreviver, encontrar uma maneira de sair dessa situação sombria, cativar e ganhar o amor de todos, pode prolongar meu tempo de vida. Heros e Zedekiah, podendo ser o mais difíceis entre eles.

Respiro fundo, tentando acalmar meu coração acelerado.

— Continuará dormindo comigo e sempre terá um de nós com você — ele continua me dizendo, olhando nos meus olhos.

— Por que o seu irmão tem que ser o primeiro a estar comigo e não você? — meus olhos descem pelo seu corpo, ele ainda se encontra sem camisa. Luther não tem nenhuma tatuagem.

— O quê? — ele pergunta, sendo pego de surpresa com a minha mudança de assunto.

— Por que não você a tirar a minha virgindade e sim ele? Eu me sentiria mais a vontade se fosse você. — Ele começa a tossir se levantando da cama. — Só fiquei curiosa para saber.

— Porque me disse antes de sair do porão de não daria para mim — ele me responde, sem me encarar.

— E você me disse, ainda. E teve a oportunidade para isso, hoje mais cedo, mas seu irmão tomou a frente, por quê? Por ele ser o Don, ele precisa ser o primeiro de tudo? — me levanto, me aproximando dele. — Por que para ter você, eu tenha que ter os seus irmãos também? Se eu quiser ter apenas você... — deslizo minha mão pelo seu peito, sentindo seus músculos firmes entre os meus dedos.

— Isso não irá acontecer! — ele segura a minha mão, parando o trajeto dela, quando desço mais chegando ao cós da sua calça.

— Por quê? — pergunto, olhando nos olhos dele.

— O que está pretendendo fazer, Feyra, me colocar contra os meus irmãos? — seu aperto no meu pulso, aumenta.

— Eu só estou querendo entender... Vocês nunca dividiram nenhuma mulher até agora e querem fazer isso comigo, por quê? — sinto uma mistura de perplexidade e indignação.

Ele me olha, sem saber exatamente como me responder. Há um silêncio desconfortável que paira no ar, carregado de tensões não ditas e sentimentos confusos.

— Feyra, não é isso... — começa Luther, coçando a cabeça em busca das palavras certas. — A gente só acha que você é especial, entende? É diferente.

— Diferente? — repito, arqueando uma sobrancelha. — E por que exatamente sou diferente?

— Porque, honestamente, a gente nunca conheceu ninguém como você. Alguém que nos faz sentir tão vivos, tão conectados. Não queremos que você escolha entre nós, queremos estar juntos nessa, de alguma forma.

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