Depois de escrever o primeiro capítulo inteiro, estou eufórica. A vontade de postar em todos os cantos da internet é irresistível, para que cada ARMY fluente em inglês possa ler e se apaixonar pela história. Optei por escrever em inglês porque quero que alcance ARMYs de todos os lugares, mas planejo traduzir para português depois.
Quando saio da cafeteria, a noite já caiu, e as luzes da cidade brilham de todos os cantos enquanto atravesso o mar de pessoas na calçada. Seul costuma ser bem movimentada a essa hora, seja pelos assalariados voltando para casa ou pelos jovens saindo para se divertir. Também há uma grande quantidade de turistas que só querem aproveitar ao máximo sua viagem. Nenhum desses é o meu caso.
Ando apressada, atravessando praças e ruas sem parar um segundo. Acabei de receber outra ligação de última hora e, claro, já estou atrasada. Não que houvesse como não estar. Eles sempre fazem isso: me chamam em cima da hora, mas esperam que eu apareça em cinco minutos. É por isso que procuro ficar por perto; é a única maneira de lidar com as expectativas exigentes desses coreanos.
Assim que chego à frente do prédio da HYBE, respiro fundo. Minhas pernas estão cansadas pela correria, mas não posso perder tempo. Passo pela segurança com um aceno rápido, já conhecem meu rosto o suficiente para não fazerem perguntas. O elevador parece levar uma eternidade para chegar, e minha mente corre junto com o tempo, repassando o que preciso fazer. Na metade do caminho, porém, a familiaridade do lugar me acalma um pouco. O brilho artificial das luzes, o ar-condicionado sempre gelado, e o leve eco de passos e vozes nos corredores são quase reconfortantes.
Quando chego ao estúdio onde será realizada a sessão de fotos, sou recebida com olhares apressados, agradecimentos rápidos e o costumeiro "achamos que você não ia conseguir chegar a tempo". Sorrio de lado. Quase não consegui. Retiro minha maleta, ajeito as ferramentas e foco. É sempre um frenesi quando estou aqui. E, por algum motivo, eu amo isso.
Após receber uma breve explicação da estilista sobre o conceito das fotos, começo a preparar a maquiagem, sentindo a familiar adrenalina quando o primeiro membro se acomoda na cadeira. Mas desta vez é diferente. Meu coração acelera quando ele me cumprimenta, como se o gesto significasse algo a mais. Respiro fundo e faço um breve ritual mental para afastar a fanfic da minha mente. Concentre-se, Mary, estamos na vida real agora.
Começo a preparar a pele do Namjoon para receber a maquiagem, sempre com leveza e precisão. Depois, aplico a base, sombra e iluminação com cuidado, me esforçando para não exagerar nas camadas e assim preservar o efeito natural. Tenho que ser detalhista para não deixar passar nenhum defeito, tudo isso com a máxima rapidez possível.
Quando termino com a maquiagem do Namjoon, é a vez do Jin. Depois o Suga aparece, o que torna impossível não repetir a ordem do fanchat na minha cabeça. Meus lábios também se movem involuntariamente, sussurrando melodiosamente: 'Kim Namjoon, Kim Seokjin, Min Yoongi, Jeon Hoseok, Park Jimin, Kim Taehyung, Jeon Jungkook, BTS!' Nesse instante, os olhos pequenos de Min Yoongi se afastam do celular e encontram os meus, que se arregalam de constrangimento.
— Sorry — murmuro baixinho, retornando ao trabalho como se fosse um robô.
Um breve riso abafado alcança meus ouvidos. Olho para ele pelo espelho, mas o mesmo voltou a mexer no celular, sem expressão. Mesmo assim, meu coração vibra outra vez. Pisco algumas vezes e aperto os lábios para não deixar transparecer o sorriso de vitoria que me domina por dentro. É exatamente assim que a SN consegue chamar a atenção do BTS, fazendo-os rir. E, apesar de ter sido sem querer, acabo de comprovar essa teoria.
Isso me faz lembrar da primeira vez que encontrei o BTS pessoalmente, antes de me tornar ARMY. Na época, eu trabalhava como recepcionista em um hotel de Busan, e, devido à alta demanda durante o feriado, eles se hospedaram lá pela primeira vez. Meu chefe havia sido claro sobre a necessidade de recepcioná-los como se fossem reis. Eu não entendia a razão de tanto alvoroço, mas segui as instruções.
Assim que chegaram, usei a mais alta etiqueta para cumprimentá-los. Tudo estava indo bem até o momento em que eu os acompanhava, junto com sua equipe de segurança, até o elevador. Como havia um número considerável de pessoas, tivemos que dividi-los em grupos para subir. Não me lembro exatamente como, mas acabei entrando no elevador com apenas dois dos membros e um segurança.
O silêncio era quase palpável, e eu não sabia como quebrá-lo, já que não falava coreano. Então, lembrei-me de que um deles sabia inglês e decidi tentar a sorte:
— How was the trip?
Não houve resposta. Olhei ao redor e encontrei dois rostos confusos me encarando. Sorri, tentando disfarçar meu nervosismo.
— Viaaaaaagem... — Imitei um avião com a mão e até assobiei enquanto "pousava" no ar. Completei o gesto com um sinal de "jóia" e uma expressão interrogativa.
O constrangimento que senti foi indescritível quando os três se entreolharam e, em seguida, caíram na gargalhada. Após alguns minutos, porém, a compreensão me atingiu.
— Nam...joon? — perguntei, quase sussurrando.
O mais alto, com belas covinhas no rosto, recuperou o fôlego antes de responder:
— Yes, I’m Namjoon. Nice to meet you.
Imediatamente, escondi o rosto, virando-o para a parede de ferro, envergonhada. Aquele era o cara do inglês! Que ordinário... Pensei, irritada por ele ter ignorado minha pergunta, mas, para ser justa, minha pronúncia não era das melhores. Restou-me apenas engolir o orgulho e fingir que nada aconteceu. Não tive mais interações com eles depois disso. Não com o BTS, pelo menos.
No dia seguinte, antes da equipe toda ir embora, o segurança veio falar comigo. Ele se apresentou como Lee Jiwon, e, após alguns minutos de conversa, pediu meu telefone. Desde então, nos falamos todos os dias.
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Como começar uma Fanfic - BTS
FanficEm uma cafeteria qualquer de Seul, Mary tenta escrever uma fanfic sobre o BTS. No entanto, o que começa como um simples momento ARMY logo se transforma em uma história repleta de acontecimentos surpreendentes, culminando em um romance inimaginável...