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Pedro Tófani, point of view,
São Paulo.

Cinco anos depois...

As vezes eu não consigo acreditar que o universo me deu tanto em pouco tempo, eu e João estávamos juntos faziam cinco anos, hoje, tudo foi tão bom. Óbvio que tivemos nossas brigas, mas os momentos bons sempre superavam os ruins e sempre soubemos resolver nossos problemas juntos.

Como ele prometeu naquele banheiro de seu antigo apartamento, aprendemos a amar juntos, todo dia eu aprendo mais um pouquinho com meu moreno, sim ele voltou pro cabelo natural, e agora eu estava preparando uma grande surpresa para ele.

— E se ele não aceitar?! — Perguntei a Marília, que me olhou de forma debochada enquanto estávamos escolhendo as alianças.

— Você deixe de ser idiota, por favor! Aquele homem te ama e quer casar com você desde que você gritou com ele no supermercado! Não seja imbecil! — Respondeu a aloirada, fazendo minhas bochechas esquentarem.

— Não seja ridículo, ok?! Ele te ama, óbvio que vai aceitar! — Disse Zebu, batendo em minhas costas e se encostando na bancada.

— Ok, vamos lá então! — Afirmei e então comecei a escolher a aliança.

Depois de muito tempo esperando por esse momento, não conseguia deixar de me sentir ansioso e estranho. Nunca achei que teria a sorte de um amor tranquilo, não depois de tudo o que aconteceu comigo, mas parecia que o tempo estava do nosso lado, e eu não iria de forma alguma contra isso.

— Esse é perfeita! — Sussurrei observando a aliança de ouro branco com belos detalhes, eu amei ela.

— O João vai amar! — Falou Zebu, sorrindo alegremente.

— Sim, ele vai! — Exclamei controlando as lágrimas que insistiam em se formar em meus olhos.

Finalmente estava acontecendo, eu não estava mais preso naquele eterno julho. Eu havia saído daquilo, eu não fiquei lá. Preso ao passado. Eu amo meu presente e amo meu futuro.

[...]

— Você tá estranho! — Disse meu futuro noivo, olhando-me de forma curiosa. Eu não sabia disfarçar minha ansiedade com o pedido. — Aconteceu alguma coisa?!

— Não, meu amor! Nada aconteceu, eu só quero ficar mais com você! Ok?! — Respondi tentando disfarçar, subi em seu colo e então começamos um beijo carinhoso.

Passei meus braços por seu pescoço enquanto o moreno apertava minha cintura de forma intensa, deitando-me na cama. Puxei levemente os cabelos de sua nuca, fazendo João suspirar baixinho.

— Te amo, meu príncipe! — Exclamou Romania beijando meu pescoço com carinho, desci minhas mãos para suas costas, arranhando levemente.

— Te amo, meu amor! — Afirmei soltando um gemido alto. Ok, voltamos depois.

[...]

Agora estávamos na praia, dois dias depois do ocorrido na cama, e três dias depois de comprar as alianças. Faria um piquenique especial para nós dois, e então o pediria em casamento.

— Do nada todos esses eventos?! Está preparando terreno para terminar comigo como um adolescente que não sabe dizer não para a menina que ele nunca quis estar, porém não quis machucar os sentimentos dela?! — Brincou o Romania, fazendo-me bater nele e fazer um biquinho.

— Você, senhor Romania, dúvida muito, muito mesmo, da minha capacidade de romantismo! — Ele riu sentando no meu colo, passou os braços em meus ombros e juntou nossas testas.

— Te amo, Pepeu! — Afirmou o moreno, sorrindo enquanto apertei sua cintura.

— Vamos, senhor! — Bati levemente em sua cintura, fazendo o mesmo se levantar com um suspiro.

— Vou pegar a mochila com as coisas, você pega as cestas! — Disse saindo correndo escadas acima. Já morávamos juntos, compramos uma casa e agora os gatos e nós dois morávamos todos juntos.

— Ok, baby! — Tirei a caixinha do bolso da calça e observei as alianças, minhas mãos tremiam de forma leve, pus a mesma de volta no bolso e fui até a cozinha pegar as cestas.

Nelas tinham sanduíches, diferentes frutas, como morango, uvas e entre outras, chocolates e bebidas variadas. Nos encontramos na porta, demos beijinhos nos gatos e saímos.

[...]

A praia estava vazia para uma sexta à tarde, nós dois haviam tirado folga para passar o dia juntos. Saímos do carro e fomos direto arrumar as coisas.

— Aqui é tão lindo! — Disse João enquanto arrumamos as coisas, sentamos e relaxamos, afinal, havíamos passado três horas na estrada para chegarmos aqui.

— Sim, meu bem! Só não é mais lindo que você! — Respondi fazendo o mesmo rir.

— Besta! — Afirmou o Romania batendo em meu braço levemente, abri meus braços e então Vitor se deitou em mim, abraçando-me pela cintura.

Louco de amor por você! — Exclamei olhando para o moreno, que já parecia vermelho, apertou um pouco mais meu corpo.

— Cinco anos e eu ainda não sei lidar com tanto carinho... Achei que estaria acostumado! — Falou Jão, de forma abafada por estar com o rosto em minha cintura.

E então passamos o tempo assim, agarradas, comendo as comidas, conversando sobre a vida. Apenas passando um tempo de qualidade juntos. Quando ele se sentou com os joelhos perto do peito, virando levemente a cabeça para o lado, tirei rapidamente a caixinha e pus minha mão direita em cima, para conseguir fazer o movimento.

— Ei, amor! — Virou-se pra mim rapidamente, olhando para mim com um olhar de interrogação. — Antes de qualquer coisa, se você achar que é muito cedo, pode simplesmente dizer não e seguir!

— Sobre o que você tá falando, Peu?! — Perguntou meu namorado, com um sorriso trêmulo no rosto.

— Eu passei por coisas que se eu contar, todos irão duvidar, mas eu sei que me apaixonei por você mais vezes do que posso contar, me apaixonei e me apaixono todos os dias mais. Seu sorriso, o jeito que você mexe a boca, a forma como fica lindo de qualquer jeito, as fotos estranhas que tiramos juntos ou as que você manda quando estamos separados. O amor não é amar incondicionalmente, amor é escolher todos os dias estar com alguém que vale a pena o risco, alguém que vai acordar e dormir do seu lado, que vai te apoiar e fazer valer todos os dias! — Comecei e então as lágrimas começaram a brotar em meus olhos.

— Pedro... — Sussurrou o Balbino com a voz embargada, pondo a mão na boca.

— Você, João, é tudo isso que eu falei e mais! Sua voz é perfeita, suas mãos, sua boca, o jeito que você fala com os gatos, a forma como você anda e eu poderia passar horas sem me cansar falando das suas qualidades, e do jeito que você faz as coisas serem perfeitas. Passamos por muito para chegar nesse lugar agora, a paz de ser quem somos pois sabemos que amar um igual o corpo de queima e que eu queimo por ti todos os dias, e eu sempre fui seu, sempre, nunca deixei de amar você e te desejar em nenhum momento, então, João... — Me pus de joelhos, fazendo Vitor começar a chorar de verdade e se colocar de joelhos também.

— Pedro, puta que pariu! — Disse assim que eu abri a caixinha em sua frente.

João Vitor Romania Balbino, você aceita casar comigo e ser meu eterno amor, meu eterno alinhamento milenar, meu eterno julho, agosto, setembro, não importa, aceita ser meu pra sempre?! — Questionei chorando como uma criança.

— Óbvio que eu aceito, puta que pariu, te amo tanto! — Me beijou de forma fervorosa, quase caímos, nos soltamos rindo e então coloquei a aliança em seu dedo.

— Noivos! — Exclamei olhando em seus olhos. Ele pegou o outro anel e pôs em meu dedo, sorrindo.

— Noivos! — Falou e então me puxou para um beijo.

Sabia que ao seu lado, eu não teria medo, queimaria por ele se precisasse.

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Não estou preparada para me despedir.

Capítulo Revisado
Palavras: 1255

ᴇᴛᴇʀɴᴏ ᴊᴜʟʜᴏ, au pejao Onde histórias criam vida. Descubra agora