Ele sempre soube o que esse casamento era: uma farsa, uma questão de conveniência.
O único filho que eles tiveram serviu como única prova de sua união - apenas o suficiente para esconder a verdadeira natureza sem amor de seu relacionamento.
Nada hav...
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Flashback
A noite foi tão comum quanto poderia ser naquele dia para Aemond no escritório.
Tudo estava indo bem, eles tiveram a reunião matinal e depois uma reunião com os idiotas dos Lannister que achavam que eram melhores que todos os outros, apesar de não terem nada para mostrar.
Ele almoçou no conforto do seu escritório.
Uma salada nutritiva e deliciosa, bagels, ovos cozidos e donuts doces.
Tudo feito à mão por Lucerys, é claro.
Seu marido obediente, que ainda se dava ao trabalho de acordar em um horário inaceitável para ele, só para poder preparar seu café da manhã e almoço.
Seu sobrinho, que, apesar de estar grávido de nove luas e esperando um bebê que nasceria a qualquer momento, garantiu que ele estivesse bem alimentado.
Aemond não entendeu mal nenhuma de suas ações.
O menino provavelmente considerava tudo isso como seu dever como dono da casa.
Um dever que ele cumpriu com seriedade.
O mesmo motivo pelo qual ele rejeitou as inúmeras vezes que Aemond lhe ofereceu contratar uma governanta, só para não ter que se preocupar com tarefas mundanas, como cozinhar e limpar.
O que definitivamente era demais para uma pessoa grávida como ele.
Lucerys provavelmente pensou que ele não tinha percebido, mas percebeu.
Mesmo durante os primeiros estágios da gravidez, seu sobrinho escondeu o desconforto dele o máximo possível, embora inutilmente.
Porque ele via muito claramente como Lucerys às vezes ficava pálido ou colocava a mão na boca sempre que estava prestes a vomitar.
Porque ele viu muito claramente como Lucerys parou de comer seus bolos de limão favoritos conforme a gravidez avançava.
Porque ele via claramente, mesmo agora, como Lucerys tinha dificuldade para andar, como seus pés estavam inchados.
E mesmo assim seu marido nunca reclamou.
Todas as manhãs era a mesma coisa: quando ele acordava, havia um café da manhã quente e uma caixa cheia de almoço esperando por ele na mesa.
Ele comia em completo silêncio, olhando para a porta fechada do quarto separado do marido, imaginando se ele estava acordado, se estava dormindo ou se ele sairia, mesmo que por um segundo, só para poder vê-lo antes que ele fosse embora.
E eventualmente todas as suas esperanças seriam destruídas, e ele sairia para trabalhar, sem conseguir esperar até poder voltar para casa, em Lucerys.
