Eu odeio a minha vida. Esse é o meu primeiro pensamento quando eu acordo com meu alarme às 6:30 da manhã.
Às vezes eu penso seriamente em me matar, triste eu sei. Mas a parte mais triste é que eu teria duas ou três pessoas no meu funeral, isso depende da capacidade da Luna e da Mana de convencerem o Mitsuya a aparecer.
Minha vida chega a ser depressiva, não tenho mãe, pai, meu irmão está morto e dentre os meus amigos, todos estão mortos ou perderam o contato comigo.
Olha... eu já cheguei na empresa, nem percebi o tempo passando. As portas estão fechadas, ah é, hoje eu não trabalho porquê é sábado. Contando com essa, já vim no trabalho durante feriados ou fins de semana 157 vezes.
Eu acho que só estou vivendo no automático, não faço nada além de dormir, comer, trabalhar e me afogar em histórias tristes para me sentir um pouco melhor vendo a tristeza dos outros.
Abri a porta do meu apartamento. Ele é grande, uma cobertura com uma piscina que só usei uma vez e uma área de churrasco nunca inaugurada. Na cozinha, os armários são brancos, com bancadas de granito branco também. Sinceramente, nem preciso dela, a comida já deixou de ter sabor em meu paladar.
Os outros cômodos estão quase vazios, eu tenho o mínimo e o básico para a vida só. Cômodos que normalmente seriam usados para quartos de crianças ou hóspedes estão abandonados e a suíte é o único deles que tem alguma mobília.
Fui para a sala, liguei a tv em um jornal. Me chamem de sem empatia ou maníaca, mas ver tragédias me acalma, me faz perceber que não sou só eu quero sofro nesse mundo.
Até que algo chama a minha atenção, uma reportagem falando sobre a morte de dois irmãos da família Tatibana. Não que eu os conheça, mas a causa da morte que me chamou atenção: um caminhão durante a briga de uma gangue. Mas não qualquer gangue, a Tomam, o grupo de marginais adolescentes que meu irmão fazia parte. Será que ele apoiaria isso? Envolver inocentes nos assuntos da gangue? Não, ele sempre foi o mais empático entre nós dois.
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Era terça, 4 de julho e eu não trabalharia por causa de um vazamento de gás que ocorreu na empresa e seria concertado hoje. Por causa da falta do que fazer, comecei a assistir uma série na Netflix. Não sei quantas horas passei lá até que eu sinto uma sensação estranha e de repente estou na saída de uma escola, conversando com a Emma, mas como isso é possível? Ela morreu 3 anos atrás. Só que ela está jovem, adolescente ainda.
- você realmente acha que eu tenho chances com o seu irmão? - ela perguntou receosa.
- o-oque?
- eu tô perguntando se eu tenho chances com o seu irmão, acho que o Draken não gosta de mim.
- e-eu não sei. Emma, eu vou indo, me veio uma dor de cabeça - dei uma desculpa extremamente esfarrapada e me despedi rapidamente.
Tateei os bolsos em busca de um celular e vi um de flip desgastado com adesivos velhos pregados nele. Eu lembro dele, era o antigo de uma das mulheres que já viveram no prostíbulo que eu cresci.
Hoje é 4 de julho de 2005, exatamente 12 anos no passado. Como isso aconteceu? Espera, e se... Sim, SIM, eles estão vivos. Não esperei nem sequer um segundo antes de ligar para o meu irmão. Em alguns segundos ele atendeu.
- alô? O que aconteceu Yumi, você não é de ligar assim do nada.
- Draken? Você tá bem?
- tô. Porque?
- onde você tá?
- na casa do Mikey, você tá bem? Tá afobada.
- fica aí na porta que eu estou indo para aí agora.
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Conflitos De Gangues E Tempo
FanficYumi é uma mulher triste, insatisfeita com a própria vida, até que de repente ela volta 12 anos no passado, para antes de tudo dar errado e antes de ela desistir de viver. Será que ela conseguirá fazer essa volta valer a pena? - - - - - - - - - - O...