II. Tentando entender

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— Aerea, o que você tem?

A voz de Aemond invadia minha mente, mas eu não conseguia focar nela, tudo que eu conseguia pensar era que os deuses tinham ferrado comigo! Acordar como uma mulher é um sacrifício que eu teria que fazer, ser mãe e não pai seria um desafio para mim, por que eu nunca fui um pai presente e agora tenho que ser mãe, isso era obrigação demais para minha cabeça, só que para piorar a situação, eu estava casado com Aemond, essa era a única explicação para que os gêmeos chame ele de pai, a única.

— O bebê deixou você enjoada denovo? — Volto a olhar para ele e possivelmente meu rosto devia está horrível, por que ele soltou Jaehaera e se aproximou de mim pegando minha mão com... Carinho? — Irmã, o que está acontecendo?

O tom de voz dele era baixo, mas mesmo assim eu ainda sentia que meu peito e minha cabeça iam explodir, era coisa demais para mim, eu preciso de tempo. Afasto-me de Aemond rapidamente soltando sua mão, coloco ela sobre meu peito tentando respirar com calma, mas minha respiração estava ofegante e pesada, que sensação estranha é essa?

— Você precisa se acalmar, toda vez que olha prós gêmeos lembra dele. — Ainda com o tom de voz baixo ele diz entrando novamente no meu campo de visão. — Os encontros tem que acabar Aerea, não podemos manter isso para sempre, a mãe vai acabar descobrindo.

— Encontros? Do que você está falando? — Aemond se afastou fechando a porta com calma e voltando para junto de mim.

— Jacaerys não pode mais vim para a fortaleza, toda vez que ele vem você fica assim em desespero. — Meus olhos começam a se arregalar em cada palavra que eu ouvia dele. — Sei que essa situação toda está fazendo ele perder o controle, mas ele tem que aceitar.

— Espera, Jacaerys? Tipo, nosso sobrinho Jacaerys? — Pergunto para Aemond que concorda sem entender. — Por que eu tenho encontros com Jacaerys às escondidas?

— Você está louca irmã? ora, ele sente sua falta e sempre quer ver o desenvolvimento dos gêmeos, principalmente de Jaehaerys. — Olho prós gêmeos que estava com a serva que fingia não ouvir. — É o herdeiro dele, o herdeiro do trono de ferro.

— O que?!

Agora a minha cabeça explodiu, eu tinha um caso com o bastardo do meu sobrinho? Ele que era o pai dos gêmeos? Então porque as crianças chamavam Aemond de pai? Ele sente sua falta e sempre quer ver o desenvolvimento dos gêmeos, ah não, não me diga que até aqui Alicent está se metendo na minha vida. Olho para Aemond rapidamente, ele não parecia o meu irmão da outra vida, aqui ele não tinha aquela áurea de rancor, mesmo usando um tapa olho, ele estava bem com isso pelo visto.

— Aemond, o que vou contar agora você precisa acreditar em mim, entendeu? — Ele continuou me olhando confuso. — Promete que vai acreditar em mim.

— Aerea...

— Por favor! — Ele se assusta com o meu grito, mas concorda com um aceno de cabeça. — Vamos lá, tudo começou...

Então eu contei tudo a ele.

Contei que na verdade eu me chamava Aegon e que só estava ali naquele corpo por que os deuses resolveram me punir, contei tudo que tinha feito durante a minha vida como homem, e que isso era punição pela forma como eu tinha vivido minha vida e que eu era o usurpador que sentou no trono de Rhaenyra, durante todo o momento que fiquei falando, Aemond ficou olhando para mim de forma seria, era difícil dizer pelo seu rosto se ele acreditava mesmo em mim, e isso estava me deixando nervoso.

— E foi isso. — Digo de forma simples. — Por isso não sei de nada do que você está falando, principalmente meu caso com Jacaerys, por que na outra vida eu praticamente matei ele quando ataquei seus irmãos mais novos, não faz sentido ele gostar de mim e muito menos meus filhos serem...

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⏰ Última atualização: Sep 26 ⏰

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