Brianna's POV
Não dormi. Não fui à escola. Não fiz nada.
Sinto-me entorpecida. Como se cada osso do meu corpo estivesse entorpecido. Não tenho ideia de onde meu pai está. Pelo que sei, ele pode estar morto.
Estou em casa o dia todo. Praticamente sem fazer nada além de me preocupar e segurar todas as minhas emoções. Não vou chorar. Preciso ser corajosa e ter fé de que ele está bem.
Ouvi a campainha tocar. Eu ia ignorar e ficar aqui em cima no meu quarto, mas ela continuou tocando.
Finalmente me levantei da cama e fui para o andar de baixo. Olhei no espelho bem rápido para ver se eu estava um pouco decente.
Abri a porta e vi Stiles? Olhei para ele confusa.
— O que você está fazendo aqui? — Foi meio rude como perguntei, mas não me importo.
— Bem, você não foi à escola hoje e eu queria saber se você está bem. — Ele esfregou a nuca nervosamente.
— Estou bem. — Eu menti.
Dei um passo para o lado e o deixei entrar.
— Seu pai é o xerife, certo? — perguntei enquanto entrávamos na sala de estar.
Ele assentiu. Parei e o encarei.
— V-você sabe se eles têm alguma coisa? — Minha garganta ficou seca.
— Não ouvi nada; mas se ouvir, você será a primeira pessoa a quem recorrerei. — Ele me olhou nos olhos.
Mordi o lábio e assenti, tentando segurar as lágrimas que imploravam para cair. Eu funguei e respirei fundo. Olhei para ele e sorri um pouco.
— Não posso perder minha mãe e meu pai. — Eu disse a ele.
Ele abriu os braços e me puxou para um abraço. Um abraço é exatamente o que eu precisava agora. Ouvi uma batida na porta. Eu me afastei do abraço e fui abrir a porta.
Quando eu abri, dei de cara com um policial.
— Olá, Srta. Hollis, posso entrar? — Ele perguntou. Eu assenti e saí do caminho.
— M-meu pai? — perguntei fechando a porta atrás de nós. Stiles andou até nós e ficou ao meu lado.
— Lamentamos informar isso, mas encontramos um corpo, e achamos que é seu pai. Sinto muito.
Foi quando ele disse isso e eu senti como se fosse desmaiar. Meu corpo inteiro começou a tremer enquanto todas as emoções que eu estava segurando vinham à tona.
— Não, não, não, não. — Eu solucei e caí de joelhos. — Não, ele- — Eu balancei minha cabeça de um lado para o outro, achando difícil respirar. — Eu não posso, eu não posso, eu não posso, eu não posso, eu não posso... — Eu levantei minhas mãos até minha cabeça enquanto lágrimas escorriam pelo meu rosto. — Isso dói, isso dói, só faça isso parar. Por favor, faça isso parar, isso dói. — Eu segurei meu estômago.
Stiles sentou ao meu lado e me puxou para seus braços e eu chorei em seu ombro.
— Ambos se foram. — Eu engasguei. — Eu não tenho ninguém.
— Estarei aqui por você, você tem a mim. — Ele sussurrou em meu ouvido.
***
Eu estava chorando por alguns minutos antes de finalmente me recompor. Eu me soltei do aperto de Stiles e me levantei.
Limpei algumas lágrimas que ainda estavam no meu rosto e encarei o delegado.
— P-posso vê-lo? — Ele assentiu e me levou para fora da minha casa até sua viatura.
— Ei, te encontro lá. — Stiles me disse. Por que ele está sendo tão legal comigo? Embora eu aprecie, nós ainda mal nos conhecemos.
Eu apenas assenti e entrei no carro. Foi só uma curta viagem até chegarmos ao hospital.
Eu pulei e entrei no hospital com Stiles e o Delegado ao meu lado. Quando chegamos lá, ambos saíram do meu lado para falar com o Xerife.
Esperei impacientemente sozinha. Eles estavam conversando por um tempo e continuaram olhando para mim. Comecei a ficar brava, então corri até eles.
— Posso ver meu pai ou não?! — perguntei alto. Eu normalmente nunca gritaria com ninguém, mas estou prestes a perder a cabeça. Só quero ver o corpo dele.
— Não achamos que seja uma boa ideia. A condição do corpo dele, do jeito que o encontramos... você pode não querer vê-lo — o xerife me explicou. Eu vi o coração da minha própria mãe ser arrancado do peito por um lobisomem, vi um cara ser estrangulado até a morte e amarrado a uma árvore, acho que consigo lidar com a visão do meu pai morto em uma mesa.
Claro que não disse isso em voz alta, apenas cruzei os braços olhando para Stiles, esperando que ele me apoiasse. Ele apenas tentou evitar olhar nos meus olhos.
— Só me mostre o maldito corpo dele! Preciso vê-lo. — Lágrimas começaram a brotar em meus olhos novamente, mas eu as segurei.
A enfermeira que vi ontem à noite, a mãe de Scott, veio até nós.
— Melissa, você pode levar a Srta. Hollis para ver o pai dela? — Ela olhou para mim e assentiu.
Começamos a caminhar em direção ao necrotério onde estavam o corpo dele.
Tentei manter a calma, mas notei outros corpos deitados em mesas cobertos por um lençol. Já vi corpos mortos, mas em funerais e em caixões que estavam fechados e havia apenas um.
A Sra. McCall olhou para mim antes de levantar o lençol do rosto dele e colocá-lo sobre seu torso. Senti lágrimas se formarem em meus olhos quando o vi.
Agarrei a mão dele e segurei firme. Só queria poder vê-lo uma última vez. Notei algo em seu pescoço. Espere um segundo, isso é igualzinho ao cara que vimos durante nossa corrida.
Soltei a mão dele e corri para fora do quarto. Isso é demais para mim. Eu não deveria ter vindo. Parei no meio do caminho quando achei difícil respirar e o quarto começou a girar. Recuei e bati na parede.
Segurei meu peito tentando recuperar o fôlego.
—Senhorita Hollis, o que houve?! — a Sra. McCall me perguntou.
Eu apenas balancei a cabeça.
— E-eu não consigo respirar. — Eu finalmente consegui dizer.
Deslizei pela parede.
— Você está tendo um ataque de pânico, vai ficar tudo bem, apenas coloque sua cabeça entre os joelhos, controle sua respiração. Preciso que você conte comigo, vai ficar tudo bem, apenas ouça minha voz.
Fiz o que ela me disse e coloquei minha cabeça entre os joelhos, ainda encostada na parede.
— Toda vez que eu contar, quero que você inspire e depois expire no próximo número, ok? — Eu assenti. — 1... — Eu estava com dificuldade para recuperar o fôlego, mas eventualmente inspirei.
— 2... — Expire. — 3... — Inspire.
— Ok, você está bem, continue fazendo isso. — Ela contou até dez antes que eu finalmente conseguisse controlar minha respiração.
— Você está bem? Você já teve um ataque de pânico antes? — Eu me levantei lentamente e segurei minha cabeça, sentindo dor de cabeça.
— Tive alguns depois que minha mãe morreu, mas nada muito sério — expliquei.
Ela assentiu e me sentou em uma cadeira.
— Estou bem, posso ir para casa agora? — perguntei a ela.
Ela olhou para mim antes de olhar para o xerife Stilinski, que acabei de perceber que estava ali junto com Stiles e o delegado.
— Na verdade, Srta. Hollis — ele começou, mas eu o interrompi.
— Por favor, me chame de Brianna. — Saiu um pouco mais rude do que eu pretendia, mas não me importo.
Ele assentiu e continuou:
— Na verdade, Brianna, queríamos saber se você poderia vir até a delegacia para que pudéssemos lhe fazer algumas perguntas. — Suspirei e assenti.
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New Girl // Stiles Stilinsk [1]
Science-FictionBrianna Hollis, é uma nova garota em Beacon Hills. Filha única de um pai solteiro. Sua mãe morreu há cerca de um ano e seu pai queria esquecer o passado e começar uma nova vida. No seu primeiro dia de aula ela conhece um grupo de amigos. Aqueles em...