Capítulo 26

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oioioi...

é tão bom quando a pessoa para de surtar um pouco...  

boa leitura...

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Assim que passei pela porta branca, Camila me puxou até o balcão da pia, onde segurei abaixo de suas coxas, antes de colocar ela sentada ali. Olhei em seus olhos escuros, sorrindo pela forma que ela mordia o lábio em expectativa. E depois dessa breve benção para minha visão, eu segurei sua nuca e movi meus lábios de encontro ao seu, aceitando quando sua língua passou para dentro da minha boca.

De qualquer jeito, esse era o banheiro que os alunos usavam para fazer exatamente isso, pois era o mais longe de quase tudo. E tivemos sorte ao encontrarmos o cômodo vazio, hoje. Aparente, o destino estava tentando nos dizer friamente que era para ser. Minhas mãos foram para sua coxa, onde apertei, e o fato de Camila estar com Jeans me fez precisar usar mais força para surgir efeito, e ela arfou contra minha boca quando o fiz.

Era uma aventura louca, onde cada detalhe me inebriava, e eu aos poucos chegava mais perto dela, com suas mãos puxando meus cabelos para que permanecêssemos com uma distância mínima entre nossos lábios, e isso tornava aquele beijo nada tranquilo. Eu, então, segurei sua bunda e a apertei, trazendo ela para o mais perto possível agora em relação a nossos corpos, pois a boca ela já estava tomando conta de o fazer. Mordiscando meu lábio, entretanto, Camila fez um percurso diferente para me beijar, afastando todo meu cabelo e justamente encontrando o ponto de pulso.

Meu coração parecia que iria explodir para fora do peito, e que os santos me tenham e guardem com o respeito que sinto, mas eu estava começando a ficar realmente excitada com sua boca em mim, aquilo era algo que eu definitivamente não poderia negar para ela. Até porque era perceptível, enquanto nossos quadris mantinham uma distância mínima em consequência da metafísica, que consta que dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo. Segundo nosso beijo, no caso, estávamos quase provando o contrário.

Até que ouvimos barulhos, e fomos rápidas o suficiente para nos afastarmos.

De fato ninguém entrou no banheiro, mas isso ao menos me fez ter um senso de ética.

-- Não é bem assim que a gente vai conseguir disfarçar. – Resmunguei -- Eu não vou.

Camila riu, desceu de onde estava, se aproximou um pouco e segurou minha mão, após continuar seus gestos tão perceptíveis com um sorriso.

-- Está tudo bem! -- Seus dedos envolveram os meus, e suas mãos tão quentes pareciam acolhedoras até demais para meu gosto.

Os arrepios me fizeram revirar os olhos interiormente, pois era obvio.

Eu estava começando a ter um Crush na minha melhor amiga.

 Deus. Isso é tão... Confuso. Como vou lidar com essa situação, afinal?! É obvio que as coisas ficariam estranhas se eu logo admitisse para ela. Vai que Camila não gostasse de saber disso e acabasse odiando me ter por perto por se sentir mal ou forçada a alguma coisa... sei lá?!

-- Eu entendo que esse não é bem um lugar privado, por mais que tenha quatro paredes -- Neguei rapidamente. Eu não me importaria, normalmente, em pegar alguém num banheiro. Acontece que não era qualquer pessoa, logo eu não queria que fosse razão de maior espanto para as fofocas alheias.

-- Eu estou preocupada se meus pais vão descobrir, Cami.

-- Eles nos deixariam constrangidas, isso eu até que reconheço. Meus pais fariam a mesma coisa, aliás. – Respondeu pensativa.

-- Então... por que a gente não namora escondidas de verdade? -- OH, PORRA! JESUS CRISTO, S/N! O que tu tem de lerda tem de sonsa também, puta merda...

 -- Namora?! -- Perguntou. Meu rubor me fazia sentir vergonha de olhar em seus olhos, mas nem por isso deixei de inventar uma desculpa.

-- É... uma forma de dizer para... se pegar. Isso. Era isso que eu queria falar. -- Camila franziu o cenho, por fim assentindo e rindo no final -- Quando estivermos uma na casa da outra, sozinhas, que nem na minha primeira vez. -- Minha melhor amiga sorriu de lado, e eu posso dizer que minha expressão facial seria a mesma se eu não estivesse corando apenas por lembrar.

Cami passou os braços ao redor do meu pescoço, e logo, num abraço, sua cabeça deitou em meu ombro.

-- Tudo bem, então. Podemos namorar escondidas. -- Sim! -- Na real, soa bem mais atrativo. Afinal falar que pode ser como foi na sua primeira vez me faz querer você nua atrás de mim novamente. -- E assim, Camila beijou minha bochecha e saiu com um enorme sorriso, me deixando pasma ali mesmo onde antes eu mal conseguia respirar.

De onde saiu essa Camila?!

[...] 

Em dias normais, as ruas de Miami costumam estar lotadas por pessoas que em sua maioria alimentam os estabelecimentos de dinheiro por conta do turismo. Em todas as épocas do ano, até, o que acaba me chocando um pouco. Mas, entre todos os lugares, nenhum parece mais movimentado do que onde meus pais e os pais de Camila cresceram. Vai ver, por isso eu tive a ideia de traze-la aqui, por conta própria, o entusiasmo e a nostalgia se fizeram presentes em mim. Cami parecia estar da mesma forma, andando ao meu lado na calçada cinza, disfarçada pelas cores e pela arquitetura clássica cubana que o bairro Little Havana carregava.

Camila até me convenceu a entrar numa pequena sorveteria, usando um discurso fofo de que estávamos agora em seu novo lugar favorito, eu era sua pessoa favorita do mundo e isso merecia uma comemoração com sua comida favorita.

Eu estava me sentindo trouxa quando notei que não queria que ela pagasse para ver o sorriso de quando ganhava sorvete de graça. E óbvio que anos de amizade não fizeram dela uma pessoa constrangida por aceitar. Bem pelo contrário, ela nem pensou duas vezes, dizendo que já estava na hora de ganhar um presente desses por ser tão incrível como minha melhor amiga.

Óbvio que era gracinha, mas foi à gracinha mais verdadeira que ela já fez.

Depois disso, andamos mais um pouco e, por fim, fizemos todo o caminho de volta até adentrarmos minha picape, satisfeitas com o melhor rolê pós escola que já tínhamos feito.

Camila estava me olhando quando mexi nas chaves da picape, mas não liguei, tentando examinar a rua a nossa volta.

-- Por que a gente veio passear, aliás? -- Eu sorri em sua direção.

Como eu ainda não tinha colocado cinto de segurança, me aproximei dela e tão gentilmente toquei seus lábios com os meus. Camila pareceu surpresa, mas logo suspirou e a senti relaxar. Como se não tivesse acontecido nada de mais, dei de ombros no final.

-- Porque eu precisava desse seu beijo para conseguir parar de pensar só nele. Deu errado que tem muitas pessoas lá fora e...

E Camila sabia muito bem me calar, por sorte dessa vez foi enquanto eu começava a ficar nervosa.

Meus lábios estavam doendo tamanha à força aplicada em seu selinho não tão breve, e durou segundos até eu esquecer das pessoas lá fora e aceitar sua língua no meio daquilo tudo.

Kiss Kiss Boo Boo (Adaptação Camila/You)Onde histórias criam vida. Descubra agora