CAPÍTULO VI

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Eu só poderia estar ficando louco. Ao matar a última aula do xaropinho, o que para completar acabo carregando um desconhecido que esbarrei na entrada da cafeteria, que eu pretendia esconder-me de qualquer flagra.

— Alex você só pode estar ficando maluco — falava comigo mesmo olhando para o corpo do rapaz deitado na minha cama, já que a única opção foi trazê-lo para a minha casa após ele desmaiar, tive que carregá-lo até um táxi — Se ele for um assaltante? — bom pelo menos ele não tem cara — Ok, Alex agora bandido tem cara?

Mas devo admitir ele era gatinho, só estava um pouco pálido a sua pressão deve ter baixado, terei que esperar ele acordar para fazer algumas perguntas, mas enquanto eu espero preciso de um banho. Seguindo em direção ao banheiro que havia no final do corredor, ao entrar tranco a porta, não sou louco de deixar a porta aberta com um estranho na minha casa.

Após alguns minutos em baixo do chuveiro saio já com o meu habitual pijama listrado, ao entrar no meu quarto o "visitante" estava sentado na cama olhando para os lados, assustado.

— Devo me preocupar? — perguntei chamando sua atenção, o que o fez arregalar os seus olhos ao olhar-me.

— Quem é você? — perguntou ele encolhendo-se na minha cama.

— Essa pergunta sou eu quem deveria fazer, não é mesmo? — devolvi a sua pergunta.

— E... Eu — ele parecia lutar internamente.

— Primeiro — chamei a sua atenção — O meu nome é Alex — os seus olhos arregalaram-se, ainda mais, como se fosse possível — Sou estudante de psicologia — continuei, o que me deixou mais curioso, da sua reação ao tampar a boca com a mão — A minha idade, você vai ficar curioso — parecia que um gato tinha engolido sua língua — Ok! Isso já está começando a ficar estranho, eu falando e você calado.

— Des... desculpa — a sua voz saiu falha — Eu não devia... e..... Eu preciso ― ele tentou levantar se, mas acabou se desequilibrando.

― Calma aí ― ajudei-o a sentar na cama novamente ― Você teve uma queda de pressão, é normal que esteja meio zonzo ainda, precisa de repouso ― falava enquanto ajudava ele a se deitar, eu não sabia o porquê estava ajudando aquele estranho, mas no meu íntimo algo me pedia por isso.

― Não quero incomodar ― ele parecia estar envergonhado.

― Relaxa, faz tempo que não trago amigos para a minha casa ― ele olhou-me como se eu fosse louco.

― Nós não ― eu o interrompi.

― Quer que eu te jogue da sacada? ― perguntei arqueando uma sobrancelha, ele apenas negou ― Ótimo ― sorri ― Mas seria educação falar o seu nome, já que eu falei o meu ― pisquei para ele ― Prometo que não vou vasculhar a sua vida, nem sou um agente do FBI ― ele sorriu.

― Você é engraçado ― notei que quando sorria os seus olhos ficaram pequenos formando ruguinhas nos cantos, achei fofo.

― Ótima forma de chamar de palhaço ― ele arregalou os olhos.

― Na... não...

― Estou brincando pequeno pônei ― baguncei o seu cabelo ― Está com fome? ― ele olhou para as suas mãos repousadas no seu colo e apenas afirmou com a cabeça, o seu rosto ficando vermelho ― Certo, não sou um masterchef na cozinha, mas um miojo eu sei cozinhar ― falei seguindo em direção a cozinha.

― Eduardo ― ouvi um fio de voz falar, olhei por cima do ombro para me certificar que foi o rapaz quem havia falado.

― Disse algo Honey? ― ele sorriu pelo apelido.

Encontro de Um Amor Vol.2 DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora