CAPÍTULO VII

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Os dias que se seguiram após conhecer Eduardo começamos a conversar por mensagens, ria de tudo que ele me contava, parecíamos aqueles irmãos travessos que contava tudo um para o outro.

― Posso saber o que é tão interessante nesse celular que nem para ajudar o seu amigo a descarregar a mala não pode? ― Carl olhava-me com uma sobrancelha arqueada de braços cruzados.

― Desculpa meu amor ― bloqueei a tela do meu celular e joguei-me nos braços dele depositando um beijo em sua face.

Hoje seria a viagem do meu melhor amigo, ele estaria se mudando para a Itália junto do seu namorado, ele é louco? Sim, mas vale aproveitar a loucura do amor quando se está apaixonado do que viver com apenas aquele "e se" na sua cabeça. Estou apoiando Carl nessa mudança. Após trancar o seu curso na universidade eles não demoraram muito em encontrar um apartamento em Roma, eles precisavam se mudar em dias por conta que a empresa do seu namorado estava pressionando o mais rápido para eles chegarem e ele pudesse fazer todos os trâmites.

― Não acredito que não me esperou nem entrar no avião para me trocar ― ele fez um bico que achei fofo.

― Ciúmes essa altura do campeonato? ― arqueei uma sobrancelha.

― Eu posso ― ele sorriu ― Mas e aí? É só amizade ou ― ele parou sugestivamente.

― Só amizade seu pervertido ― sorri ajudando com a mala ― Eduardo é o irmão que eu nunca tive

― Obrigado pela parte que me toca ― ele fechou a cara.

― Aí você sabe o quão importante é na minha vida ― parei o que estava fazendo, olhando para ele que cruzou os braços ― Quem esteve ao meu lado quando eu mais precisei?

― Eu...

― Quem é a pessoa que sempre é chamada quando tenho algum problema? ― voltei a questiona-lo.

― Eu... ― respondeu ele olhando para baixo.

― Você é, e sempre será uma das pessoas mais importantes da minha vida, não importa quantas pessoas entrem ou passem, você será aquela pessoa que me entende e aconselha-me.

― E estou te abandonando ― os seus olhos marejaram.

― Eu não disse que está me abandonando ― abracei ele ― Cada um tem que seguir a sua vida, somos amigos e tenho que entender que a sua vida não é aqui, mas sim ao lado de quem você escolheu amar ― sorri, me afastando um pouco para olhar em sua face ― Eu quero que você seja feliz não importa em que país, eu só quero ver o sorriso de felicidade estampado na sua cara, quero ver você casando, quero estar ao seu lado no altar ― nesse momento os meus olhos estavam marejados ― Mas quero ser teu apoio quando você precisar, quando você estiver triste com algo, venha até mim, para poder nem que seja por palavras te passar conforto ― lágrimas rolavam livremente por sua face ― Ah! Carl, você é meu amigo e sempre será ― abracei ele novamente ― Seja feliz amore ― sussurrei no seu ouvido.

Senhores passageiros com destino a Roma Itália favor comparecer ao portão de embarque Nº 7.

― Amor ― olhamos para trás e Daniel sorria olhando para Carl ― É o nosso voo

― E... eu ― Carl olhou para mim, derramando algumas lágrimas ― Eu tenho que ir.

― Seja feliz meu amigo ― sorri abraçando-o ― Permita se ser feliz ― sussurrei no seu ouvido antes de afastar-me, olhei para Daniel que aguardava ele ― E você cuide dele, senão, farei você parar numa clínica ― pisquei para ele que apenas sorriu.

Fiquei olhando meu amigo seguir em direção a área reservada para passageiros, o seu voo já havia sido anunciado, eu parecia aqueles pais que estavam assistindo seus filhos criarem asas e seguirem o seu caminho. Só após ele sumir da minha visão permiti-me chorar, eu sentiria tanta a sua falta, falta das suas broncas, falta dos seus conselhos, falta de tudo que ele fez por mim, mas o mais importante, falta do meu melhor amigo. Sinto o meu celular vibrar no meu bolso, ao pega-lo vejo que é uma nova mensagem do meu amigo me convidando para almoçar, o que respondi aceitando seu convite.

Encontro de Um Amor Vol.2 DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora