Dear Boss, A Sebastian Stan Fanfiction.

Capítulo 2

Sarah Williams
Atualmente

I'm walking on sunshine, whoa
And don't it feel good?
— Walking On Sunshine,
Katrina & the Waves

A chuva caía torrencialmente, criando o cenário perfeito para um dia que já começara desastroso. Do banco traseiro do táxi, eu observava as gotas escorrerem pelo vidro, cada uma se misturando como se refletissem o turbilhão no meu peito. O clima parecia decidido a espelhar meu estado de espírito.

Levantei cedo, pronta para enfrentar o dia, mas o temporal impediu meu passeio matinal com Kiara. Com certeza, ela ia aprontar alguma coisa enquanto eu estivesse fora. Espero, com todas as forças, que o sofá novinho — aquele que ainda estou pagando — sobreviva à bagunça.

Como se não bastasse, uma série de pequenos desastres marcou cada minuto desde que saí de casa. Assim que desci do táxi, fui recebida por um vendaval traiçoeiro. Abri meu guarda-chuva com a confiança de quem acredita que pode domar a tempestade, mas ele virou do avesso em segundos. A ventania me fez rodopiar de forma desajeitada bem em frente à porta da StanForge. O guarda-chuva não resistiu e foi arrancado das minhas mãos, deixando-me na situação patética de correr atrás dele, já completamente encharcada.

Enquanto o vento transformava meu guarda-chuva em uma massa retorcida de metal e tecido, o salto do meu sapato decidiu que também era hora de desistir. Claro, por que não? Perdi o equilíbrio por um segundo, mas logo respirei fundo, tentando não deixar o desespero tomar conta.

— É só mais um dia. — murmurei para mim mesma, após ver minha situação. Definitivamente, um dia horrível, mas ainda assim, só mais um dia.

Quando as portas do elevador se abriram, os olhares dos outros funcionários caíram sobre mim. Encharcada, descalça, e segurando o sapato quebrado nas mãos, caminhei em direção à mesa de Cristine, que estava a poucos metros da minha antessala.

A morena eleva os olhos que estão diante da tela do computador até mim. Ela ergue as sobrancelhas em surpresa ao me ver.

— Cristo amado... – Ela murmura, arregalando os olhos, e eu não consegui evitar a risada. Quando o universo decide acabar com a sua dignidade, o melhor que você pode fazer é rir junto.

— Você, por algum acaso, teria uma troca de roupa? 

Cristine solta uma risada contida, já levantando-se da cadeira. 

— Para sua sorte, eu sempre ando preparada para qualquer situação. Vamos no vestiário e te ajudo com isso. — Ela caminhou até um armário próximo aos banheiros, puxando uma pequena mala. Sempre me surpreendi com o quanto ela parecia viver naquele escritório. — Você deveria fazer o mesmo. — Ela me lança um olhar repreensivo, mas com o toque de humor que ela sempre carrega. 

— Essa sabedoria eu ainda não adquiri.  — Ajeito o cabelo molhado, torcendo as pontas com os dedos enquanto ela me entrega um conjunto social. Camisa verde esmeralda, calça alfaiataria cinza claro, cintos de verniz pretos, e por alguma razão ela também sapatos originais de Christian Louboutin que custam um aluguel de um estúdio minúsculo no Central Park. A morena ri da minha cara de surpresa enquanto entrega as roupas para mim e um frasco de perfume marcante.

— Não sei se as roupas vão servir totalmente. — Ela fala analisando as peças nas minhas mãos. — E os sapatos talvez fiquem um pouco folgados no seu pé, mas acredito que dê pra sobreviver o resto do dia. — Assinto balançando a cabeça. — Agora vai se trocar. Eu te cubro.