!unico 3¡

208 9 7
                                    

Pedrux e Mendrake sempre foram conhecidos como os melhores amigos, inseparáveis desde a infância. Compartilhavam segredos, risadas e momentos importantes da vida. Com o passar dos anos, a amizade deles só cresceu, tornando-se uma base sólida para ambos. No entanto, à medida que envelheciam, os sentimentos que compartilhavam começaram a se complicar. O que antes era uma simples amizade agora trazia uma mistura de emoções que nem Pedrux nem Mendrake sabiam como lidar.

Certa noite, após uma festa, eles voltaram juntos para casa, como de costume. A festa tinha sido divertida, mas algo estava no ar entre eles. O clima parecia diferente, tenso, como se ambos estivessem evitando dizer algo importante. Caminhando pelas ruas silenciosas, iluminadas apenas pelos postes distantes, Pedrux finalmente decidiu quebrar o silêncio.

— Tá quieto hoje, Mendrake. Tá tudo bem? — perguntou Pedrux, lançando um olhar preocupado para o amigo.

Mendrake hesitou por um momento, os pensamentos girando em sua mente. Ele sabia que não poderia continuar fingindo que estava tudo normal. Aquela confusão de sentimentos vinha crescendo dentro dele há muito tempo, e ele não aguentava mais guardá-los para si.

— Na verdade... tem algo que eu preciso te dizer — respondeu Mendrake, desviando o olhar.

Pedrux parou de andar, intrigado.

— Fala, mano. O que tá pegando?

Mendrake respirou fundo, o coração acelerado, lutando para encontrar as palavras certas.

— Eu... não sei como te dizer isso, mas... ultimamente, eu sinto que... não somos só amigos pra mim. Eu acho que gosto de você de um jeito diferente — Mendrake soltou as palavras de uma vez, sentindo o peso do mundo cair sobre ele.

O silêncio que se seguiu foi pesado. Pedrux ficou parado, imóvel, encarando Mendrake sem saber como reagir. O coração dele disparava, mas ao mesmo tempo, sua mente gritava em confusão. Ele nunca havia pensado em Mendrake dessa forma, e o choque o deixou sem palavras.

— Você... gosta de mim? — Pedrux perguntou, quase sem acreditar no que tinha ouvido.

Mendrake assentiu, seus olhos fixos nos de Pedrux, esperando uma reação que parecia nunca chegar.

— Cara, eu... eu não sei o que dizer. Você é meu melhor amigo. A gente sempre foi como irmãos. Eu nunca pensei... — Pedrux começou, mas sua voz se perdeu no ar.

Mendrake deu um passo à frente, o medo e a esperança misturados em seus olhos. Ele se aproximou lentamente, e antes que Pedrux pudesse recuar, Mendrake o beijou. Foi um beijo rápido, hesitante, mas cheio de significado para Mendrake. Para Pedrux, no entanto, aquilo parecia tudo errado.

Pedrux se afastou bruscamente, seus olhos arregalados, o corpo rígido.

— O que você tá fazendo? — ele exclamou, a voz embargada. — Isso não tá certo, Mendrake!

Mendrake recuou, o rosto tomado por um misto de vergonha e desespero.

— Eu... eu só pensei que... — Ele começou, mas Pedrux o interrompeu.

— Pensou o quê? Que a gente podia simplesmente beijar e fingir que isso não muda tudo? — Pedrux estava visivelmente abalado, incapaz de esconder a frustração. — A gente é amigo há tanto tempo, cara. Isso aqui... não faz sentido.

Mendrake sentiu o peito apertar, como se cada palavra de Pedrux fosse um soco direto em sua alma. Ele não queria perder o amigo, mas ao mesmo tempo, não podia continuar vivendo com aquele sentimento escondido.

— Eu não queria estragar tudo. Só achei que... eu precisava ser honesto com você, sabe? — Mendrake falou, sua voz baixa e trêmula.

— Ser honesto? E agora, o que a gente faz? Você acha que isso vai ficar normal de novo? — Pedrux perguntou, a voz fria, quase distante. — Eu não sinto o mesmo por você, Mendrake. Eu... eu não consigo ver a gente assim.

Mendrake sentiu as lágrimas se acumularem nos olhos, mas tentou segurá-las. Ele sabia que aquilo poderia acontecer, mas ouvir essas palavras de Pedrux doía mais do que ele poderia imaginar.

— Então é isso? — Mendrake murmurou, a voz quase inaudível. — A gente vai deixar tudo acabar por causa disso?

Pedrux passou a mão pelos cabelos, claramente frustrado e confuso.

— Eu não sei, cara. Eu só sei que... eu preciso de um tempo. Isso foi demais pra mim — ele disse, dando alguns passos para trás, como se quisesse se afastar de toda a situação.

Mendrake ficou parado, observando o amigo se afastar. O silêncio entre eles era sufocante, e a distância física parecia aumentar a cada segundo. Pedrux virou-se e começou a andar, deixando Mendrake para trás, sozinho no meio da rua. Ele não olhou para trás, e Mendrake soube, naquele momento, que talvez as coisas nunca mais seriam as mesmas.

Os dias que se seguiram foram ainda mais dolorosos. Pedrux evitava Mendrake a qualquer custo, e Mendrake, sem saber o que fazer, sentia-se perdido. A amizade deles, antes tão forte, agora estava quebrada, fragmentada por sentimentos não correspondidos e pela incapacidade de voltar ao que era antes.

Com o tempo, os dois se afastaram completamente. O que antes era uma amizade inabalável havia se transformado em algo irreparável. Pedrux seguiu sua vida, encontrando novos amigos e tentando esquecer a confusão daquela noite. Mendrake, por outro lado, carregava o peso da culpa e da saudade, sabendo que havia perdido não só um amigo, mas parte de si mesmo naquela noite.

No fim, tudo o que restou foi o silêncio, o eco de uma amizade destruída por sentimentos que nunca deveriam ter sido revelados.

___________________________________________

Cof cof.... vamo fingir que esse capítulo não foi depressivo para vcs não se abalaram com a fic fuja comigo e os próximos final cof cof...

Mendrux (one shorts) Onde histórias criam vida. Descubra agora