Heitor
O telefone tocava insistente, mesmo após eu tê-lo ignorado pelas últimas horas. O nome na tela era o mesmo, e eu estava quase cogitando que quem precisava de um advogado criminalista naquele momento era meu amigo, de tamanha desespero.
Suspirei e peguei o telefone ao meu lado no sofá, pausando a TV e deslizando o dedo sobre a tela para atender.
— Fala — fui curto e grosso.
A risada do meu amigo reverberou pela linha.
— Qual foi a do estresse? E porque demorou tanto para atender? Estava quase ligando para a polícia! — brincou, gargalhando quando bufei.
Me deitei no sofá, cobrindo os olhos com o braço. Para Matheus me ligar em um horário como aquele, coisa boa não viria acompanhada.
— Eu estava ocupado. O que você quer? — perguntei, sem um pingo de humor na voz.
Eu estava cansado e sem muita paciência para as piadas dos meus amigos.
— Você se lembra que dia é hoje? — perguntou.
Revirei os olhos.
— Sábado?
— Que dia, Heitor?
— 20, Matheus! Fala logo o que quer! — exclamei, impaciente .
Sua risada soou alta e exagerada do outro lado da linha.
— É aniversário do Italo, cara. Esqueceu do convite para a festa?
— Porra! — Me sentei rápido no sofá.
Se Tobias estivesse aqui, começaria a latir preocupado.
— Deveria parar de trabalhar um pouco e vir curtir com a gente — sugeriu.
Respirei fundo, passando a mão sobre o rosto. Não estava com clima para festas.
— Eu mandei um presente para ele hoje de manhã — falei, me lembrando da encomenda. — Infelizmente, não vai dar. Tenho que viajar amanhã cedo, de ressaca não rola.
— Ah, qual é, irmão! Só vamos comemorar o aniversário dele de novo no ano que vem, e sabe lá o que pode acontecer! — Matheus tentou, jogando para o lado emocional.
Fiz uma careta e afastei o celular da orelha, olhando para a tela com a chamada ainda acesa. Aquele vagabundo jogaria baixo daquele jeito mesmo?
— Não posso viajar de ressaca — afirmei. Não tinha como passar horas dentro de um avião com uma puta dor de cabeça. — Podemos fazer algo quando eu voltar no próximo mês, por minha conta.
— Nem fudendo. Vem para cá, estamos naquele barzinho perto da sua casa. Na JK, sabe, né?
— E teria como eu não saber? Escolheram esse lugar de propósito?
— Você não viria se não fosse aqui! — retorquiu, caindo na gargalhada.
Me levantei do sofá e segui em direção da sacada. A cidade iluminada parecia se estender ao horizonte, o som dos carros passando na avenida ao lado tornavam-se mais audíveis e estrondosos com a música alta. A meia-noite se aproximava vagarosamente. A vida noturna despertava em meio a escuridão.
Suspirei, e ouvi a risada dos meus amigos. Piadas idiotas soavam do outro lado, que pareciam piorar o meu humor.
— Uma hora, apenas. E não vou beber — eu disse para Matheus, após um silêncio.
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Grávida e Apaixonada Pelo Vizinho (spin-off O Cretino do Meu Ex)
Lãng mạnUma comédia romantica entre vizinhos, risadas e uma dose de drama, além, é claro, de uma gravidez inesperada. A vida de Cecília Belmonte estava um caos. Tudo mudou quando seu querido noivo resolveu sair bebado de um motel com sua amante e causar um...