Grávida e Apaixonada Pelo Vizinho (spin-off O Cretino do Meu Ex)

Capítulo 1 - Cecília

Cerejeiras, favor ler a "Nota da Autora" antes de começar este capítulo, pois há um recadinho importante lá em relação deste livro com os cretinos, ta bem? No mais, beijocas e boa leitura!!

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Cecília

A vida tinha maneiras diferentes de foder um ser humano. Quando tudo estava uma merda, ela deveria pensar: "Hum... como posso ferrar ainda mais a vida dessa criatura?" e, estranhamente, tudo parecia dar errado a partir daquele momento.

Minha vida virou, não uma comédia, ou um dorama - como Clarisse e Mirela me fizeram ficar viciada - mas talvez a Divina Comédia. Uma merda atrás da outra, e eu tentava ser otimista, pensar que o que aconteceu foi para me mostrar o que estava acobertado e que eu estava me tornando a maior chifruda que essa cidade já tinha visto.

Bem, de fato, eu era. Todos sabiam o que tinha acontecido naquela infeliz madrugada de carnaval. Os jornais da região noticiaram, parando a nível de piadas nas redes sociais.

Meu rosto e nome?

Apagados com uma quantia generosa de dinheiro que eu e meus pais desembolsamos para manter o anonimato.

Meu querido e amado noivo, o homem cujo pensei ser o amor da minha vida e companheiro até a morte, estava me traindo com sua secretária no motel. Traição talvez não tivesse passado pela minha cabeça nos últimos meses, Pedro sempre chegava tarde e cheirando a bebida. Mas naquela noite, bem, saber que a bebida vinha acompanhada de sua secretária foi o golpe final.

Furar a preferencial e ser atingido por um caminhão não foi apenas o suficiente para Pedro, ao sair de um motel, naquela madrugada. Ele ainda tinha que parar no hospital, comigo sendo sua companheira legal após mais de sete anos de um relacionamento, e ainda fazendo escândalo dizendo que eu era uma vadia sem coração que não abria mais as pernas.

Foi necessário dois seguranças e três policiais para segurar Rafael, meu melhor amigo e advogado naquele momento, para que ele não entrasse para dentro do hospital e terminasse o serviço que aquele caminhão não fez.

Já faziam dois meses, e mesmo após tantos dias, eu ainda me sentia envergonhada de sair na rua.

— É o seu aniversário, caralho! — Clarisse protestou, quando neguei, mais uma vez, sair naquela noite. — Precisamos comemorar. Precisamos sair e beber, brindar seu novo ciclo que começa.

— E se a gente encontrar um conhecido? — murmurei, quase gemendo. — Não to afim.

— Deixa ela, Clarisse — Rafa pediu, saindo em minha defesa, sentado no sofá e passando pelos canais da televisão.

— Tudo bem, tá certo! — Ela se afastou da mesa, levantando as mãos. — Eu tinha chamado a Mi, mas já que vocês estão fazendo cu doce, falo pra ela deixar o bolo lá na portaria e depois...

O barulho da televisão sendo desligada, seguida dos pés batendo contra o chão e enfim a porta da frente fechando foi um recado.

Rafael estava indo se arrumar.

— É só dizer a palavra mágica que ele levanta o rabo do sofá! — Clari murmurou, boquiaberta.

— Ela já está dormindo, né?

— Sim, tomou remédio pra sinusite e apagou, nem viu minhas mensagens!

— Então ele não precisa saber que ela não vai? — perguntei, olhando para a porta.