Capítulo 3

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Potter entrou pela porta do escritório de Draco na hora do almoço de segunda-feira, destruindo totalmente as proteções anti-Harry Potter reforçadas de Draco.

— Oi — disse ele, parado no meio da sala, parecendo varrido pelo vento e um pouco sem fôlego, provavelmente por causa daquela maldita bicicleta dele - o pensamento disso causou outro ataque de enjôo bastante surpreendente.

— Oh, pelo amor de Merlin, Potter, você deveria simplesmente pisotear minhas proteções como uma maldita erumpente mágica?

Potter sorriu e caminhou até a mesa e colocou os cotovelos na pilha de pergaminhos à qual Draco estava dando toda a sua atenção.

— Erumpente mágico? Isso é fantástico! — ele exclamou. — Nunca fui chamado assim antes!

Ele estava muito perto. Era muito rude chegar tão perto do rosto de alguém. Especialmente cheirando do jeito que ele cheirava. Ele estava tentando causar enxaqueca em Draco? Foi como levar um tapa na cara com lençóis limpos e hortelã doce.

— Hmm — Draco disse, optando pela brevidade em vez da inteligência.

Potter recuou e sentou-se na cadeira em frente a Draco como se fosse o dono dela. O que ele não era, embora Draco não conseguisse se lembrar de mais ninguém sentado nela. De qualquer forma, isso conseguiu irritá-lo porque Potter não se sentou na mobília, ele se enrolou nela. Ele não colocou os membros onde deveriam estar, mas deixou-os espalhar-se pelos braços e pelo assento. Era muito casual, blasé e desossado, e Draco odiava a aparência.

— Como foi o seu final de semana? — Potter perguntou.

Draco girou a pena entre os dedos.

— Foi tudo bem. Bastante comum.

Não era isso que Draco queria dizer. O que ele queria dizer era: brilhante! Fantástico! Absolutamente repleto de emoção, intriga e sexo selvagem.

Na realidade, foi um tanto decepcionante. O sábado foi um fracasso total, com as horas extras de trabalho e as bobagens com Potter. Depois disso, Draco foi ao seu bar favorito e não teve sucesso algum. Draco nunca ficava na mão, pelo menos não quando estava com a cabeça no lugar.

— Entendo — disse Potter. Ele esticou as pernas na frente dele para que elas ficassem logo abaixo da mesa de Draco e Draco teve que empurrar a cadeira para trás para evitar bater a ponta de seu oxford na bota desajeitada de Potter. Isso apenas reforçou a suposição de Draco de que Potter não tinha noção de consciência espacial.

— Pensou em mim? — Potter perguntou.

Draco arqueou uma sobrancelha e a sensação de mal estar cresceu.

— Perdão?

Potter cruzou os tornozelos e depois os braços sobre o peito.

— Pensou em mim? — ele repetiu.

— Por que diabos eu faria uma coisa dessas?

Potter encolheu os ombros.

— Eu pensei em você.

Draco engoliu em seco e cruzou as mãos no colo para não se mexer de maneira inadequada.

— Você pensou?

— Sim — Potter disse. — Você quer saber o que eu pensei?

— Não tenho certeza se sim — Draco disse com sinceridade. Ele só podia imaginar o que Potter pensaria dele – maneiras mais inteligentes de assassinar Draco do que café envenenado? Irritando-o até a morte, talvez?

— Isso é uma pena, porque vou te contar de qualquer maneira. — Ele se inclinou para frente, com os antebraços apoiados nos joelhos. — Pensei em como acho que gosto de você. Eu acho você inteligente, engraçado e lindo com seus ternos elegantes e aquela porra de voz, meu Deus. Mesmo que você possa ser um pouco idiota. Mas você sabe o que mais eu penso?

Stupid Love | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora