Capítulo 5 - Valentin Cockayne

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Assim que peguei as correspondências, passei uma a uma. Contas e propagandas, enquanto eu olhava cada um dos papéis, uma carta me chamou a atenção, ela era diferente das outras, tinha um envelope simples e surrado escrito o que parecia um nome: J. Angel Evans. Eu reconheci o sobrenome apenas, o mesmo sobrenome de Markus. Fiquei alguns segundos encarando aquele papel com a identificação, o que seria o J? Fiquei divagando sozinho sobre isso, embora parecesse estranhamente familiar, até notar que não era da minha alçada. Peguei as correspondências mais importantes e fui em direção ao escritório de Mark, ainda pensando na carta, nós raramente recebíamos alguma coisa.

Bati na porta do escritório e ouvi um fraco: "entre". Obedecendo a ordem, entrei na sala. Os olhos cinzentos de Markus levantaram na minha direção, ele tinha os cabelos desarrumados e parecia cansado. Meus olhos vagaram pelo local, a cadeira de couro confortável, a mesa de madeira no centro e a estante de livro que pegava a maioria das paredes. O dono do casarão se sentou depois de muito tempo, ele não perguntou de imediato o que eu queria, nem foi desrespeitoso, então, resolvi lhe entregar as cartas, deixando a de J. Angel Evans na frente, quando Markus pegou as correspondências, viu a carta e abriu um enorme sorriso, abriu com expectativa, percebi que parecia alguém importante para Mark. Preparei-me para me retirar, quando Evans se jogou na cadeira, fazendo um barulho.

― Você está bem? ― perguntei, mesmo que pela sua expressão, as coisas não estavam boas, mas também não estavam totalmente ruins, Markus olhou para mim, desde que ele pegou esse lugar, fiquei ao seu lado para construir tudo isso.

― Você lembra do meu irmão? ― quis saber, então, as peças começaram a se encaixar. O J significava Jack, Jack Evans, mas eu não lembrava do seu nome do meio: Angel, por isso, não o reconheci de imediato.

― Não tem como esquecer ― retruquei com um toque de raiva na voz.

― Ele ainda tem que se desculpar... ― disse, antes de balançar a cabeça para mudar de assunto. ― De qualquer forma, Jack está vindo para cá... Será que tem algum quarto disponível?

Eu fiz um som de desdém. Eu sabia que o irmão de Mark tem ajudado financeiramente o casarão, além de ser adorado pela maioria das pessoas. Eu percebi que eu era o único que não gostava dele, e não entendia como as pessoas podiam gostar de alguém tão... indigno.

― Eu vou conferir com Vanda.

― Obrigado, Val... ― sussurrou, parecia preocupado com várias coisas, como meu desconforto quando Jack estava aqui, além do que leu na carta, igual fosse mais um problema para ser resolvido, mas eu conhecia Mark o suficiente para saber que ele não diria para ninguém o que estava o afetando, por mais que ele confiasse na pessoa. Era sua maneira. Eu fiz um gesto educado para me retirar, levando um último olhar de Evans comigo.

Fechei a porta, deixando Markus sozinho com seus pensamentos, conforme eu virei o corredor, pensativo, tive um vislumbre dos braços finos de Vanda acenando para mim, ela estava com Verena, ambas pareciam estar planejando algo. Eu me aproximei, levando minha carranca pensativa comigo, assim que parei alguns centímetros delas e as cumprimentei, Sperb fez uma careta, como se não tivesse gostado da minha expressão.

― Já pensou em melhorar essa cara? ― perguntou a mais velha ― parece que você recebeu a pior notícia do mundo!

― E recebi ― retruquei, Vanda levantou uma sobrancelha, curiosa. ― Jack está vindo e provavelmente vai ficar ― falei em um tom de reclamação, Verena levantou a sobrancelha, confusa sobre quem poderia ser o homem, eu sentia-me bem perto dela, o bastante para esquecer que ela é nova aqui. ― Jack Angel Evans, ele é irmão do Markus ― expliquei com um pouco de mau-humor, Vanda tinha um sorriso no rosto, enquanto Finkler acenou em concordância.

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⏰ Última atualização: Sep 21 ⏰

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