Capítulo Único 🍻

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Izuku pov:

Um copo de cerveja.

Um maldito copo de cerveja.

Nunca achei que um copo de cerveja seria a destruição do meu relacionamento de quase 5 anos.

Pior, nunca imaginei que o nosso lugar favorito, o bar “Meio a Meio” dos nossos amigos Sero e Todoroki, que foi o local do nosso primeiro encontro, seria o palco de uma traição da parte de Kacchan.

Kacchan…

Nem deveria chamá-lo mais assim. Ele não merece o meu carinho. Como ele pôde fazer isso depois de tanto tempo juntos e depois de tudo o que passamos nesse relacionamento?

— Midoriya, você está bem? — Shoto me perguntou, me analisando com aqueles olhos bicolores — Tem certeza que quer fazer isso?

Suspirei olhando para meu amigo mas não consegui não deixar escapar um pequeno sorriso ao ver Sero, marido de Shoto, o abraçando por trás. Depois de tudo, eles definitivamente eram o motivo que ainda me fazia acreditar no amor.

— Eu estou bem, Shoto. Eu preciso fazer isso — Tentei passar tranquilidade em minha voz para que meus amigos não se preocupassem.

— Se precisar de algo nos avise, Izu. — Sero sorriu — Vamos ficar bem ali no balcão.

Concordei com a cabeça e logo o casal se afastou depois de me desejar forças e boa sorte.

Era difícil estar ali sabendo de tudo o que aconteceu, aquele bar que antes era um refúgio parecia me torturar aos poucos. Meu peito doía só de relembrar da conversa com meus amigos e de tudo o que me contaram. Eu achava que não tinha mais lágrimas para chorar, mas a vontade era imensa.

Não achei que era possível sentir mais dor do que já estava sentindo naquele momento, mas aí eu o vi entrar pela porta do estabelecimento.

Kacchan. Não. Katsuki.

Katsuki entrou trazendo toda a sua glória de sempre, sorriu para mim como sempre fazia e meu coração ameaçou explodir de tanta dor… e amor.

Mesmo estando magoado e aos frangalhos, meu coração se recusava a odiar aquele homem.

E eu me odiava por isso.

— Ei Deku! — Meu namorado traidor me cumprimentou com um beijo estalado na bochecha, que eu quis imediatamente limpar mas me segurei ao máximo. — Porra! Você está tenso pra caralho. — Ele notou — Aconteceu alguma coisa?

Minha vontade inicial era jogar tudo na cara dele e mandá-lo ao inferno. Porém a dor que eu sentia combinada as minhas inseguranças falaram mais alto.

Fiz o sinal combinado com Sero e logo ele trouxe um copo de cerveja à nossa mesa. Eu sentia que poderia vomitar só de sentir o cheiro da bebida.

— Na verdade, aconteceu sim, Kacchan. E eu não estou com paciência para prolongar conversa nenhuma, então vou direto ao ponto.

Respirei fundo.

— Você acha que eu não sei o que aprontou na minha ausência enquanto eu viajava?

— Do que…?

— Não vou simplesmente fingir que não vi as notas fiscais no bolso da sua calça — Continuei, pois se parasse tinha certeza que começaria a chorar. — Eu já fiquei sabendo de outras bocas por aí. Burro foi você de resolver fazer isso justo no bar dos nossos amigos onde todo mundo desde os clientes aos donos nos conhecem!

Um copo de cerveja - bakudeku Onde histórias criam vida. Descubra agora