Destined Marks - yoonseok

Marcas de Um Desejo Velado

Depois de sua conversa na praia, Yoongi e Hoseok retornaram à casa de praia, ainda envolvidos em pensamentos. Yoongi, por mais que quisesse continuar ao lado de Hoseok, sabia que não podia deixar Jimin sozinho por muito tempo. Seus pais, com suas tradições arcaicas, eram enfáticos em afirmar que um alfa lúpus jamais deveria se afastar de seu ômega, especialmente por longos períodos. Isso, somado ao fato de que Hoseok estava claramente abalado, fez com que Yoongi desejasse mais do que nunca prolongar aquela conversa, encontrar uma maneira de distrair o ômega, e talvez, ele mesmo. A verdade era que Yoongi estava começando a apreciar as conversas com Hoseok muito mais do que ele gostaria de admitir.

Quando voltaram, a casa estava quieta, exceto pelas vozes dos pais de Yoongi que conversavam animadamente com Jimin na sala. Ao entrarem, os dois se depararam com a cena familiar. Jimin estava sentado, envolvido numa conversa animada com os sogros sobre o futuro. Assim que viram Yoongi, os pais dele abriram sorrisos.

— Ah, filho, sente-se conosco. Estamos conversando sobre o seu futuro — disse o pai de Yoongi, com um olhar significativo. — Queremos saber... quando vocês vão nos dar um neto?

Yoongi se sentou ao lado de Jimin, sentindo o desconforto crescer dentro de si. Hoseok, por sua vez, hesitou. Ele poderia ir direto para o quarto, evitar a tensão, mas não queria parecer arrogante ou desrespeitoso diante dos pais de Yoongi. Relutantemente, sentou-se em uma das cadeiras mais afastadas, tentando se manter discreto. Hoseok tinha noção que sua presença ali era um incômodo velado para eles.

O rumo da conversa era algo que Yoongi já previa. Era sempre o mesmo tema: quando teriam filhos? Quando ele marcaria Jimin? Para os pais de Yoongi, era inconcebível que um casal de alfas e ômegas lúpus pudesse estar casado há tanto tempo e ainda não ter a marca de acasalamento. Aquilo, aos olhos da sociedade, era mais importante que a cerimônia de casamento. A marca significava que os dois eram um só, uma união permanente, e que jamais se separariam.

— E a marca? — perguntou a mãe de Yoongi, com o tom familiar de expectativa. — Já está na hora, não acha? Não conseguimos entender por que ainda não aconteceu...

— É porque o Jimin ainda não tem a marca de acasalamento? — insistiu o pai de Yoongi, a voz grave e carregada de expectativas, após o silêncio que se seguiu. — Vocês estão casados há tanto tempo, e ainda não há marca. Isso é malvisto, você sabe disso, Yoongi.

A marca de acasalamento era sagrada na sociedade dos lúpus, mais importante até do que o próprio casamento. Era a prova de que os dois estavam conectados em alma, inseparáveis. O fato de Yoongi ainda não ter marcado Jimin era um ponto de constante desconforto. Para Jimin, o assunto era um lembrete doloroso de que seu lobo, por algum motivo que ele não compreendia, se recusava a completá-lo. Ele se sentia rejeitado, não sendo suficientemente bom para o marido que tanto amava.

Yoongi respirou fundo, sua mandíbula tensa. Ele sempre odiava aquela pergunta, porque sabia como isso afetava Jimin. O olhar de tristeza e insegurança que sempre surgia nos olhos de seu marido lhe cortava o coração. Jimin, apesar de seu comportamento confiante, sentia-se rejeitado. Ele não entendia por que o lobo de Yoongi se recusava a marcá-lo, e isso o fazia se questionar constantemente.

Mas agora, Yoongi sentia algo além do simples incômodo pela tristeza de Jimin. Havia outro sentimento emergindo dentro dele. Ele não queria que Hoseok ouvisse aquela conversa. A ideia de Hoseok saber sobre a marca incompleta entre ele e Jimin o deixava inexplicavelmente inquieto, como se a vulnerabilidade de Jimin em relação à marca pudesse, de alguma forma, interferir no que estava crescendo entre ele e Hoseok. Ele não conseguia explicar o porquê, mas a simples ideia de marcar Jimin o deixava ainda mais desconfortável quando Hoseok estava por perto.