E vamos de mais sofrimento por dois boiolas

Espero que gostem, boa leitura!!!

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Nunca, em todos esses anos de amizade, tinha visto Minato Namikaze com tanta olheira. Parando para reparar melhor, ele parecia mais magro também. E seus cabelos sempre charmosamente bagunçados, agora pareciam de um louco internado no pior dos hospitais psiquiátricos.

Tobirama estava sentado do outro lado do balcão da sua cozinha, esperando o momento que Minato finalmente diria algo. Quer dizer, ele apareceu as onze horas da noite de uma terça-feira na sua casa, o abraçou com uma força que machucou sua coluna e ficou quieto, olhando para as próprias mãos machucadas de tanto serem cutucadas por suas unhas desde que se sentaram ali.

O Senju sabia que tinha algo errado desde o momento que todos notaram que os inseparáveis Minato e Indra não estavam mais sequer se olhando. Se sentavam um ao lado do outro todos os dias por mais de horas e sequer pareciam se enxergar. Não trocavam palavras, nem toques. Era como se um não soubesse que o outro estava ali, o que claramente era mentira porque Tobirama, que se sentava de frente para eles, sempre os pegava se encarando de canto, parecendo extremamente melancólicos.

Escutou a porta do banheiro do seu quarto fazer barulho e logo a voz doce e tão apaixonante de Izuna avisando que tinha saído do banho. Ele disse que já subia e o Uchiha avisou que ia se deitar na cama então, para terminar de ler um dos livros para seu primeiro vestibular. Ele concordou, desejando uma boa leitura ao chama-lo de baby no fim e dizer que o amava. E Izuna, ainda não acostumado e amando aquilo, disse de volta todo devotado como sempre foi.

Quando voltou a olhar para Minato, seus ombros pareciam mais tensos. E quando Tobirama notou uma lágrima escorrer por sua bochecha pálida, ele decidiu interromper aquele silêncio todo.

— Desabafa, Mi. – O Senju pediu, num tom baixinho e carinhoso. — Você sabe que eu jamais vou te julgar.

O loiro ergueu os olhos, um dia tão brilhantes e intensos, mas agora tão vazios e opacos, e encarou Tobirama com uma tristeza tão grande, que o Senju sentiu como se uma parte de si tivesse morrido para sempre.

Ele continuou se machucando, as unhas curtas, mas tortas e mau cuidadas, fazendo feridas na pele seca de suas mãos. Tobirama esticou seus braços por cima da tabua branca e sempre tão limpa graças a Izuna, tocando as mãos do amigo e as envolvendo com as suas, parando a automutilação.

— O que aconteceu? – Ele quis saber. — Nunca te vi assim.

Minato fungou, apertando um lábio no outro.

— Acho que você já percebeu, eu e Indra não estamos nos falando. – Ele respondeu e sua voz estava tão áspera e seca quanto podia, afinal, não falava nada desde que fechou aquela maldita porta na cara do melhor amigo.

— Sim... – Ele franziu o cenho. — Quer me contar o motivo?

Minato desviou o olhar, constrangido. Tobirama não pressionou, apenas continuou segurando as mãos dele, impedindo que ele voltasse a se machucar. Em algum momento, ele se rendeu.

— Uns meses atrás... – Ele fechou os olhos com força. Minato sabia que Tobirama namorava um homem e ainda assim era difícil admitir isso para ele, porque era como se sua mãe fosse aparecer a qualquer momento e...

— Mi. – Tobirama o chamou de volta para a realidade. Eles se encararam nos olhos outra vez.

— Ele disse que me ama. – Sussurrou, tão baixinho, que Tobirama só entendeu porque estava lendo seus lábios.

Finalmente, a gente - Minaindra [Livro 3]Onde histórias criam vida. Descubra agora