Entre Velocidade e Destino

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Oi aqui  e a criadora é recomendável ler esse capítulo lendo In The Stars

Obs:. Choro livre para todos os públicos
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Bern andava de um lado para o outro no quarto do hotel, claramente ansioso. Ele já estava vestido com seu macacão de corrida, aquele mesmo que usava em todas as corridas, e segurava o capacete com força, como se fosse sua âncora de segurança. O nervosismo estava estampado em seu rosto.

B: — Como eu tô? — Ele perguntou, parando na sua frente, com um olhar meio inquieto.

olho para ele por um momento, tentando esconder um sorriso.

— O mesmo de sempre, inteligente e focado. — respondeu com um tom leve, tentando amenizar a tensão que ele sentia.

B: — Ok… — Ele riu, mas parecia ainda longe de relaxar. — Já pegou tudo?
Você se moveu em direção à mesa e começou a listar mentalmente tudo o que havia preparado.

— Sim, já peguei os carregadores, os celulares, sua carteira, nossos documentos, a chave do carro... Tá tudo certo.
Ele assentiu, mas o olhar distraído e os dedos tamborilando no capacete denunciavam que a cabeça dele estava na pista.

B: — Ótimo. Vamos nessa então... Espero que o dia seja bom.

Você se aproximou e tocou seu ombro, tentando transmitir um pouco de calma.

— Ei, vai ser incrível. Como sempre. E eu vou estar lá, do seu lado, como sempre.

Ele sorriu, um sorriso mais sincero dessa vez, e isso fez você sentir que, pelo menos por um momento, havia conseguido diminuir a pressão que ele sentia.

Assim que saímos do hotel, eu percebi o quão ansioso Bern estava. Ele andava na frente, quase sem olhar para trás, carregando o capacete na mão como se fosse parte dele. Quando chegamos no carro, ele jogou o capacete no banco de trás, ajeitou o espelho retrovisor e apertou o volante. Cada movimento dele parecia calculado, mas eu conseguia ver o nervosismo em seus gestos. Era uma daquelas corridas decisivas, e ele estava tenso.

Assim que ligou o carro, o som do motor preencheu o silêncio entre nós. O normal seria colocarmos alguma música para aliviar a tensão, mas dessa vez nenhum de nós mencionou isso. Eu fiquei apenas olhando para ele, esperando que ele quebrasse o silêncio, mas nada veio. Ele estava completamente focado na estrada.

Foi então que senti. Um aperto no peito, um pressentimento que me pegou desprevenido. Não sei de onde veio, mas parecia que algo ruim estava prestes a acontecer. Eu tentei ignorar, dizendo a mim mesmo que era só minha cabeça me pregando peças. Talvez fosse a ansiedade de ver Bern tão nervoso. Mas, por mais que eu tentasse, o pressentimento continuava. Aquele tipo de sensação que te faz olhar para os lados, procurando por algo errado, mas sem saber o que é.

Olhei para Bern, suas mãos firmes no volante, os olhos fixos na estrada. O jeito como ele apertava o volante... estava tão tenso que eu sabia que qualquer coisa que eu dissesse só iria aumentar o nervosismo. Se eu falasse sobre o que estava sentindo, ele poderia pirar ainda mais. E a última coisa que ele precisava agora era mais pressão.

Enquanto ele acelerava pelas ruas de Paris, o sol ainda estava baixo, e a luz fraca do amanhecer refletia nos prédios antigos da cidade. O céu estava carregado de nuvens, como se a própria cidade soubesse que algo estava no ar. Eu olhava para as fachadas dos edifícios, para as poucas pessoas nas ruas, tentando me distrair, mas a sensação de que algo estava prestes a dar errado só aumentava.

"Vai ficar tudo bem", tentei me convencer mais uma vez, repetindo as palavras como um mantra na minha cabeça. "Isso é só a ansiedade falando. É só mais uma corrida."

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