Capítulo 3

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Horrorizada com a súbita intromissão na nossa privacidade, eu me sentei apressadamente no braço do sofá, ajeitando minha saia enquanto isso.

- ... Da reunião das duas horas está aqui.

Precisei de alguns segundos intermináveis de pânico para perceber que Jauregui e eu ainda estávamos sozinhas na sala, que a voz que eu tinha ouvido vinha de um alto-falante. Lauren se sentou na outra ponta do sofá, parecendo irritada, com a respiração ofegante. A braguilha da calça ostentava o volume de uma ereção impressionante. Apavorada, imaginei com que aparência eu deveria estar. E já tinha passado da hora de voltar ao trabalho.

- Meu Deus.

Lauren passou as mãos pelo cabelo.

- Estamos no meio do expediente. E na porra do meu escritório!

Eu me levantei e tentei me recompor.

- Espere.

Ela veio até mim e levantou minha saia de novo. Furiosa com o que quase havia acontecido quando eu deveria estar trabalhando, dei um tapa nas mãos dela.

- Pare com isso. Me deixe.

- Fique quieta, Camila,

Ela disse com um sorriso, pegando nas mãos a barra da minha blusa de seda preta e a recolocando no lugar, de modo que ficasse ajustada e que os botões formassem de novo um arco perfeito em torno dos seios. Depois Ela abaixou minha saia de volta, alisando-a com suas mãos seguras e competentes.

- Prenda direito o cabelo.

Lauren vestiu o terno, acomodando-se dentro dele antes de ajustar a camisa branca por dentro. Chegamos à porta no mesmo instante e, quando me abaixei para apanhar minha bolsa, ela me acompanhou no mesmo movimento. Então pegou meu queixo e fez com que eu olhasse para ela.

- Ei

Ela disse com uma voz suave.

- Está tudo bem?

Minha garganta queimava. Eu estava excitada, irritada e morrendo de vergonha. Nunca tinha perdido a cabeça dessa forma antes. E detestava o fato de isso ter acontecido com ela, uma mulher cuja noção de intimidade sexual era tão asséptica que me deixava deprimida só de pensar. Livrei meu queixo do seu toque.

- Eu pareço estar bem?

- Você está linda e louca para trepar. Me deixou com tanto tesão que até dói. Estou a ponto de voltar para aquele sofá e fazer você gozar até não aguentar mais.

- Não dá pra acusar você de não ser direta

resmunguei, deixando claro que não estava ofendida. Na verdade, a brutalidade do desejo dela era um potente afrodisíaco. Apanhando a alça da bolsa, eu me pus de pé sobre as pernas bambas. Precisava me afastar dela. E, quando o dia de trabalho terminasse, precisava de um tempo sozinha com uma boa taça de vinho. Jauregui também se levantou.

- Vou apressar tudo aqui pra terminar até as cinco. Aí desço pra pegar você.

- Não, senhora. Isso que aconteceu agora não muda nada.

- É claro que muda.

- Não seja arrogante, Jauregui. Posso ter perdido a cabeça por um momento, mas isso não significa que eu queira o mesmo que você.

Seus dedos agarraram a maçaneta da porta.

- Você quer, sim. Só não quer que seja da maneira como estou oferecendo. Só precisamos alinhar alguns pontos.

Toda Sua - camrenOnde histórias criam vida. Descubra agora