Lauren passou a mão pelos cabelos e bufou.
- Não acho que você queira isso.
De repente eu me senti cansada, exaurida de tanto lutar contra mim mesma por causa dela.
- Quero, sim, de verdade. Foi... um erro.
Ela cerrou os dentes.
- Não foi. A maneira como me comportei depois é que foi um erro.
Olhei bem para ela, surpresa com sua capacidade feroz de negação.
- Eu não estava falando de sexo, Lauren. Estava me referindo ao fato de concordar com o tipo de relação que se estabeleceu entre nós. Estava na cara que ia dar errado desde o começo. Eu deveria ter seguido meus instintos.
- Você não me quer mais?
- Não é isso. É que...
- Não como eu disse no bar. De verdade.
Meu coração disparou.
- Do que você está falando?
- De tudo.
Ela chegou mais perto.
- Eu quero ser sua.
- Não foi isso que pareceu no sábado.
Apertei ainda mais os braços.
- Eu estava... insegura.
- E daí? Eu também.
Ela pôs as mãos na cintura. Depois cruzou os braços como eu.
- Por favor, Camila.
Vi que ela estava remoendo alguma coisa e senti um fio de esperança.
- Se é isso que você tem a dizer, estamos conversadas.
- Não estamos, não.
- Se você vai entrar em parafuso toda vez que a gente transar, não temos nem por que começar.
Ela estava visivelmente escolhendo as palavras.
- Estou acostumada a ficar no controle. Eu preciso disso. E você mandou essa ideia para o espaço na limusine. Eu não soube como lidar com isso.
- Jura?
- Camila.
Ela chegou mais perto.
- Nunca fiz isso antes. Pensei que nem fosse capaz. Agora que aconteceu... Não posso abrir mão. Não posso abrir mão de você.
- É muito simples, Lauren. Por mais que o sexo seja bom, uma relação puramente sexual pode mexer seriamente com sua cabeça se o convívio com a outra pessoa não fizer bem pra você.
- Nada disso. Admito que pisei na bola. Não posso mudar o que aconteceu, mas tenho o direito de ficar puta se você não quiser mais sair comigo por causa disso. Você impôs as regras e eu concordei, mas você não abriu mão de nada pra se adaptar a mim. Precisamos encontrar um meio termo.
Seu rosto estava carregado de frustração.
- Você precisa ceder pelo menos um pouco.
Olhei bem pra ela, tentando entender o que estava acontecendo e aonde aquilo ia chegar.
- O que você quer, Lauren?
perguntei calmamente. Ela me abraçou e segurou meu queixo com uma das mãos.
- Quero continuar me sentindo como me sinto quando estou com você. Só me diga o que preciso fazer. E não se comporte assim quando eu fizer bobagem. É tudo novidade pra mim. Um aprendizado.
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Toda Sua - camren
RomanceAdaptação do Livro "Toda Sua" de Sylvia Day. Lauren Intersexual Camila Cabello tem 24 anos e acaba de conseguir um emprego em uma das maiores agências de publicidade dos Estados Unidos. Tudo parece correr de acordo com o plano, até que ela conhece a...