END GAME, Carlos Sainz

018: STRAIGH FOR THE CASTLE

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O ambiente austero da sala de reuniões do conselho contrastava com o cenário paradisíaco onde Seojin e Carlos aproveitavam sua lua de mel. Ali, no coração da sede da Samsung, Lee Jae-Young, pai de Seojin, arquitetava um novo movimento para se livrar da filha e manter o controle do conglomerado.

Sentado à cabeceira da longa mesa de madeira escura, Jae-Young olhava fixamente para cada membro do conselho. Seus olhos afiados eram uma clara demonstração de sua determinação. A última peça do quebra-cabeça tinha sido encaixada quando Seojin se casou com Carlos, e isso o enfurecia. Ele perderia o controle que tanto lutara para manter.

— Precisamos remover Seojin imediatamente — começou ele, a voz gélida. — Ela não está pronta para essa responsabilidade. E, francamente, nunca estará.

Os olhares ao redor da mesa se entrecruzaram. Eles sabiam que o velho patriarca estava disposto a tudo para manter seu poder, mas desafiar a própria filha, uma líder nata, era uma jogada arriscada.

— Jae-Young, isso é muito precipitado — interveio um dos diretores, com uma voz cautelosa. — Seojin provou ser competente. Deserdá-la seria um erro monumental.

Jae-Young, irritado, deu um tapa na mesa.

— Não é questão de competência! Ela ameaça o futuro da empresa. Aquela garota sempre foi um problema. Eu a quero fora, e precisamos de alguém que esteja alinhado com meus ideais para continuar meu legado.

Seung-Min, sentado ao lado de Eunji, cruzou os braços, claramente desconfortável. Sabia que o pai pretendia nomeá-lo como herdeiro no lugar de Seojin, mas não podia trair sua irmã.

— Seung-Min, você assumirá o controle da Samsung no lugar de Seojin — declarou Jae-Young, apontando diretamente para o filho. — Com seu talento e alinhamento aos interesses da família, você guiará a empresa com sabedoria.

Seung-Min ergueu os olhos, hesitando por um momento. Sentiu todos os olhares sobre ele, mas sabia o que precisava fazer.

— Não, pai — respondeu firme. — Eu não vou tomar o lugar da minha irmã. Ela lutou para estar onde está e não vou derrubá-la. Seojin é a legítima herdeira.

Jae-Young apertou os punhos. Seus planos estavam desmoronando, mas ele ainda tinha uma última cartada.

— E você, Eunji? — Ele se voltou para a sobrinha, a esperança estampada em seu rosto. — Não seria melhor para a família se você tomasse as rédeas? Você tem a força e a visão necessárias.

Eunji olhou de relance para Seung-Min antes de encarar o tio.

— Eu admiro sua confiança em mim, tio, mas... a resposta é não. Eu nunca trairia Seojin. Somos família, e essa decisão não cabe a mim.

O silêncio caiu sobre a sala, pesado e incômodo. O fracasso de Jae-Young em obter o apoio de seus herdeiros preferidos deixou-o furioso. Mesmo assim, ele não estava disposto a desistir.

— Se é assim, então farei do meu jeito. Seojin pode continuar sendo a herdeira, mas será temporariamente afastada. Vou demiti-la de todos os cargos importantes até que prove ser digna da posição. A Samsung ficará sem uma presidente até que alguém competente surja. E vocês não podem me impedir disso.

O conselho, já ciente do poder absoluto de Jae-Young, nada fez para contestar. A decisão estava tomada. Seojin seria afastada. Agora, só restava a dúvida de como ela reagiria quando soubesse.

Na outra ponta do mundo, longe das intrigas de Seul, Seojin e Carlos aproveitavam a paz e o anonimato da lua de mel. As ondas suaves do mar beijavam a areia, e a brisa tropical fazia os cabelos de Seojin balançarem suavemente enquanto ela relaxava em uma espreguiçadeira ao lado de Carlos.