─── Quero que cada um de vocês façam um trabalho comunitário! São Francisco tem muitos hospitais psiquiátrico e várias pessoas que vivem, crescem e até morrem nesses hospitais. Quero que escolham um membro para fazer visitas por no máximo dois meses!
─── vocês já conhecem como é! Não é a primeira vez que fazem esses tipo de visitas, porém será individual! Será muito importante para a nota final de vocês. Aqui está a autorização de todos vocês em cada hospital! O projeto começa a partir da próxima segunda.
Era só o que me faltava... Outro trabalho? A professora terminou de falar e foi entregando um papel em cada mesa com a autorização. Eu amo ir conversar com as pessoas que ficam 24 horas no hospital psiquiátrico! Sempre tento compreender eles, analisar suas expressões, emoções e personalidades.
─── vocês ficaram com qual? ─── perguntei para meus amigos. Que são só dois!
─── St. Grey Memorial e Ajax o Paul institute! ─── Alexia falou. Eles tiveram tanta sorte! Já fui no Grey Memorial em grupo escolar e visitei o Paul institute, é tudo organizado.
Olhei o meu papel e estava esperando está escrito "Grey Memorial" também. Porém, tomei uma surpresa quando vi qual era... Se estivesse em pé com certeza já estaria com minhas pernas fracas!
─── que merda, fiquei com o St. Marcus institute Perez! Lá é muito tenebroso e estranho, a vibe é muito pesada.
─── que pena amiga! Realmente, lá não é um dos melhores hospitais, as pessoas que vão pra lá são tudo violentas ou cometeram alguma atrocidade brutal! ─── só concordei com Alexia e logo após nossa aula terminou.
Estou na faculdade de psicologia e fazer esses trabalhos externos as vezes é bom para a gente. Conseguimos entender um pouco da mente de determinada pessoa, o que levou ela a fazer algum tipo de maldade... Para mim é algo mais pessoal, eu gosto de visitar eles para ter alguém que possa conversar! Solitude e solidão são coisas bem distintas uma da outra. Por isso que as vezes é bom eles terem um contato com o mundo de fora!
Me despedir dos meus amigos e fui para casa. Recentemente ganhei um carro de presente do meu Tio! Completar 22 anos até que valeu a pena. Era um G63 Mercedes benz da cor preto! esse carro é como um filho pra mim.
Digamos que minha família tem uma vida boa e um patrimônio bem grande no banco. Mas não é nada meu, somente da pessoa que me colocou no mundo! E se não fosse pelo meu tio, eu nunca teria um carro.
(...)
Cheguei em casa e como sempre estava vazia. As vezes meus pensamentos intrusivos me mandam pular da janela para a piscina, só pra vê se a queda será fatal e meus braços, pernas e cabeça irão se soltar do meu corpo. Pode ter certeza que se eu fizesse isso, ninguém ligaria muito menos minha mãe!
Fui direto para meu quarto e me joguei no cama. Pensei no trabalho da faculdade, espero que meu paciente seja um jovem ou um senhor de idade! Esses são mais fáceis de lidar do que uma pessoa de 23, 25 anos.
Enrolei mais um pouco na cama e depois fui tomar banho para comer alguma coisa. Estou no último semestre da faculdade e parece que esse tem três anos e cinco meses! Nunca fiquei tão cansada como estou agora.
Separei minha roupa e adentrei no banheiro. A água estava perfeita, aproveitei e fiz uma Skin Care básica! Não estava na minha cabeça mas acabei fazendo um banho Premium e relaxei bastante.
Vesti minha calça xadrez branca e uma blusinha branca também, um pouco de perfume de bebê e hidratante corporal. Desci e fui na cozinha procurar alguma coisa já pronta e como sempre, tinha resto de comida!
Esquentei no microondas e sentei na enorme mesa de 10 lugares, sozinha como sempre! Pra quem nunca veio na minha casa e fosse comer nessa enorme mesa de jantar sozinha, com certeza iria ter medo. Mas eu já me acostumei!
Na minha quarta garfada, a porta de entrada foi aberta abruptamente por um homem alto e negro, logo em seguida minha mãe entrou e foi se jogando na boca do rapaz com ferocidade. Ela deu uma breve olhada para mim, que estava com o garfo entrando lentamente na minha boca enquanto via aquela cena patética!
Ela subiu provavelmente para seu quarto e eu continuei comendo minha comida. Essas cenas eram as coisas mais repetitivas que eu vejo aqui, além dá solidão! A solidão sempre estará em primeiro lugar.
Terminei de comer e lavei as coisas que sujei. Subi para meu quarto mas ao passar pelo corredor de cima, ouvir gemidos estridentes e barulho de madeira. Se fosse pra ganhar prêmio Nobel de melhor mãe do ano, com certeza a minha ganharia para irresponsabilidade, abandono, tortura psicológica e vários outros...
Escovei os dentes e deitei na cama, conectei meus fones e coloquei "Happiness Is a Butterfly" para não ficar ouvindo essa tortura no corredor, mas algo estava me incomodando.. podia sentir meu corpo tenso.
Fui até minha gaveta de calcinha e peguei minha caixinha de cigarros barato (alguns eram caros também) peguei um e caminhei para minha varanda, sentei na cadeira e fiquei observando a vista de São Francisco enquanto dava umas tragadas. Isso me relaxa demais!
A cidade ainda estava bem iluminada. Significa que tem muitas pessoas acordadas, o trânsito também tem alguns carros e motos passando. A vontade de pegar outro cigarro veio como se estivesse sem ar para respirar! Mas me controlei.
Levantei da cadeira e me apoiei do vidro que tinha para não cair da sacada. Fiquei olhando todas as luzes e imaginando o que todo mundo poderia está fazendo de legal agora com suas famílias... Joguei a bituca do cigarro e entrei de volta para o quarto. Dei mais uma escovada de dentes e me joguei na cama, agora estava tocando "Ride"
Me sinto igual essa música as vezes. Estou sempre vagando por aí, como se minha alma estivesse em fuga, procurando por algo mas sem saber o que é. Minha mãe sempre dizia e ainda diz, que eu nunca iria chegar a lugar algum, que eu era fraca demais, perdida. E talvez eu seja. Essa música fala sobre liberdade, mas uma liberdade solitária, onde você escolhe a estrada, mesmo sabendo que o destino pode te destruir. E eu sinto isso, por que é assim que sempre foi pra mim: uma batalha constante entre o que eu quero e o que ela espera de mim. E no final, quem perde sempre sou eul!
Primeiro capítulo minha gentee!!Espero que gostem da escrita e da história!
Não esqueçam de comentar hein, e depois vão lá em "longe de mim" que está perfeitaa
É isso, beijão 💋
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Bound by Disire
Romance+16~ Estella é uma jovem universitária de 22 anos envolvida em um projeto de voluntariado que a leva a visitar pacientes em um hospital psiquiátrico local. Ela é apaixonada por ajudar os outros e acredita que sua presença pode oferecer um pouco de c...