Capítulo 3

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Pov Luiza

Aquilo me deixou muito sem graça. Ela nem disfarçou, mas surpreendentemente nn me incomodou ao ponto de ficar brava.

Tomo um banho e resolvo ligar para a minha mãe por chamada de video.

Ligação on

- Hey mamis tudo bem?

- Oi milha filha como vc esta meu amor? Ja se instalou? como esta as coisas?

- Esta tudo bem mãe. O Apartamento é bem bonito. Esta tudo bem.

Ouço de longe Léo chorando e vindo em direção ao telefone.

- Mamãe. Mamãe. - Ele chorava o que me arrancou lagrimas também.

- Oi meu amor. Estou com tanta saudades meu príncipe. Vc esta se comportando?

Ele balança a cabeça ainda chorando.

- Pega eu mamãe.

Naquele momento eu queria abandonar tudo e voltar para o Brasil.

- Eu logo mais estou aih Léo... eu te amo meu amor.

Escuto de longe a Sara chamando o pequeno que solta um "te amo" baixinho e vai em direção a tia.

- Como ele passou a noite mamãe?

- Ele e nós mal dormimos filha. Passou a noite chorando e abraçado na sua foto... irá ser bem mais difícil dessa vez, para vcs dois. Mas as coisas irão se concertar.


- Tenho medo dele me esquecer mãe ou ele me odiar...

- Nós nunca iremos colocar essas ideias na cabeça do Léo filha. Ele é seu, estamos fazendo o papel de avós dele. Fique tranquila. Já almoçou?

- Não. Estou saindo agora.

- Então vai lá Luiza. Filha tenha um excelente dia. Quando for de noite eu te ligo para vc falar com seu pai e o Léo.

Ligação off

Aquilo nn me parecia certo. Pq culpa materna tem que nos fazer tão mal?

Vou no banheiro e vejo que estava com cara de chorosa. Faço meu melhor para disfarçar aquela cara mas nn foi muito efetivo. Ouço o barulho de alguém batendo na porta e vou até lá.

- Vamos?- Valentina pergunta meio tímida.

- Sim... desculpe a demora estava falando com minha mãe.

Descemos o elevador silenciosa.

- Já sei da onde te conheço.- Valentina diz alto o que me tira altas risadas.

- Como assim vc me conhece?

- Vc foi esfregada na minha cara.- Ela diz normalmente o que me deixa mais confusa ainda.

- Como assim eu fui esfregada na sua cara?

- Ahh. - Ela começa a rir.- Desculpe soou muito sexual. Mas nn é nada disso.- Um pouco mais aliviada, pq o único relacionamento que eu tive com mulher foi um horror e a mesma nem se comparava com a beleza da Valentina.- Sua matéria saiu em todos os jornais no Brasil ano passado.


Balanço a cabeça mas mesmo assim nn entendi como eu fui esfregada na cara dela

- Ainda nn entendi como eu parei na sua cara.- Digo confusa. Chegamos no restaurante e pedimos nossas comidas. Estávamos instaladas em uma mesa perto da janela.

- Ah ano passado eu nn passei na entrevista para entrar aqui em Harvard. E meu pai resolveu que para eu "tomar juízo" ele precisava esfregar na minha cara que alguém "pobre" no Brasil foi capaz e eu nn.

Estava completamente em choque. Ela falava como se aquilo fosse mais um dia de sua vida.

- Esta tudo bem Luiza kkkk- Ela fala rindo e tocando delicadamente meu ombro como se estivesse me consolando.

- Desculpas?...Quer dizer eu nn sei o que dizer... sinto muito?

- Esta tudo bem serio.- Ela ri e pega os pratos que o garçom havia servido e arruma a mesa.

Estávamos comendo mas aquele assunto ainda estava me perturbando.

- Vc nn tem raiva de mim? Pq tipo... se eu nn tivesse...

- Que isso Luiza. Para com isso. Obvio que nn, estaria com raiva de vc se fosse VC que esfregasse a matéria na minha cara. Mas fora isso foi o senhor meu genitor. Dele sim eu sinto raiva e da sonsa da minha mãe.- Ela engole a comida como se nn a abalasse mais.- Então vc é de São Paulo.

- Na verdade eu vivi até os meus 18 anos no Rio. Mas houve algumas questões e tivemos que nos mudar para São Paulo.

- Quer falar sobre isso?

- Agora nn... talvez mais para frente.

Começamos a nos conhecer e descobri que o pai da Valentina é dono de grandes franquias de escritórios de advocacia. Seu nome estava estampado por grande parte do país.Valentina me mostrava o campos e alguns lugares ao redor do mesmo.

- Como vc conhece tanto aqui?

- Apesar de nunca ter estudado aqui eu conheço na palma da minha mão. Meu pai desde que eu me entendo por gente me fez estudar tudo que esteja relacionado ou correlacionado a Harvard.

- Esse sonho de entrar aqui sempre foi dele né?- Digo vendo uma pequena dor através de seus olhos.

- Logico sempre foi sobre ele e sobre seu sonho de ter uma filha bem sucedida, formada na melhor faculdade do mundo ou algo assim. Quando ano passado eu nn passei além de toda a humilhação ele...

- Se nn quiser falar nn fala. Esta tudo bem Valentina.

- Nn eu quero falar, só que isso dele esfregar as coisas na minha cara nn foi tão doloroso quanto ele ameaçar despedir uma das funcionarias que trabalhava lá em casa. Parece bobo eu sei.

- Sua namorada?- Nn era da minha conta. Que estupida Luiza.

- Nn... longe disso. Ela tem uma filinha, ambas vieram fugidas do Brasil, o nome dela é Ana Fernandes ou como eu chamo Anifer. Cuido da Anifer desde que a pequena havia apenas 5 meses. Ele sabia o quanto era doloroso para mim me ver longe dela. Depois de algum tempo eu e meu pai fazemos um acordo, eu iria passar em Harvard se ele prometesse manter o emprego da mãe da Anifer até eu terminar a faculdade com notas excelentes.

Sorrio e abraço a mesma. Ela nn era mãe e nem a genitora, mas era considerada como uma. Valentina amava a Anifer como uma mãe ama seu filho e isso era admirável. Com aquela cara de marrenta eu nunca imaginaria que havia uma grande "mãe" por trás.

- E vc Luiza?

- Para vc estar me perguntando é pq já sabe.

- Desculpe eu nn queria parecer intrometida. Mas agora passaremos algum tempo sendo vizinhas, acho importante saber dessas coisas.

- Desde que eu descobri a gravidez do Léo eu prometi a mim mesma que faria de tudo para dar um futuro merecido para ele. Tudo que estivesse ao meu alcance. Harvard sempre foi aquele sonho que nn custa sonhar sabe? aquele que desde pequena falava para os meus pais que estudaria. Mas aih surgiu a oportunidade de fazer a prova de graça e que se eu passasse tudo sairia pago. Eu tinha a opção de ir com tudo que havia aprendido em todo esse tempo só pelo "tentar", mas uma parte de mim falava que eu precisava me esforçar e estudar para que mesmo que minima conseguisse passar...

- Aih vc passou...

- Passei e a unica coisa que eu pensei na hora foi "eu nn posso ficar longe do Léo" mas ao mesmo tempo pensava que se estava ali era por ele... é complicado a mente fica uma bagunça eu nn sei...

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