Capítulo 2

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Pov Valentina

Passar em Harvard foi um alivio para o meu pai. Ele me preparava desde os meus 12 anos para assumir uma de suas empresas de advocacia. Nos mudamos para os Estados Unidos quando eu tinha a mesma idade, ele dizia que para que eu me tornasse a melhor aquilo era necessário. E assim que chegamos ele me colocou nas melhores escolas, todo treinamento possível que tivesse o intuito de auxiliar o aluno para entrar na faculdade eu estava lá batendo meu ponto.

Quando fui rejeitada ano passado isso enfureceu meu pai de uma maneira que nunca havia visto. Pq aquilo era tão importante para ele?. Piorou quando ele viu a matéria de uma mulher de 20 anos que havia passado para a faculdade na sua primeira tentativa. Ele literalmente imprimiu a matéria e esfregou na minha cara. Dizia estar decepcionado e todos os xingamentos cabíveis na situação ele me direcionou.

Desde aquele fatídico dia eu nunca mais lhe direcionei mais que 5/6 palavras. Me esforcei de verdade, dessa vez, para passar e assim obtive o resultado. Oficialmente uma aluna de advocacia de Harvard, mas exatamente a que custo? eu nn sei.

Estava preparando minhas malas quando escuto o som da minha mãe adentrando no quarto.

- Estou orgulhosa de vc filha... sei que isso foi praticamente vc se "vingando" do seu pai. Mas sei que isso te trará novas oportunidades de vida e um futuro brilhante.

- Obrigada Mãe.- Foi a unica coisa que conseguia falar naquele momento. Ela estava de plateia enquanto meu pai me xingava e me direcionava palavras terríveis.

Assim que ela saiu escuto um barulho de alguém esbarrando no móvel proximo da porta. Olho para trás e vejo a pequena Anifer com seu sorrisinho tímido, Ani era filha de uma das moças que cuidava da casa e desde que ela tinha apenas meses de vida eu tinha fazia questão de cuidar da mesma enquanto sua mãe trabalhava. Ani vem correndo na minha direção e me da o melhor abraço do mundo.

- Nn vai minha Valente.- Ela diz chorando enquanto eu a acompanhava no choro. Definitivamente ela era uma das únicas coisas que me fazia permanecer morando naquela casa.

- Eu preciso minha princesa. Mas lembre, sempre que precisar falar comigo vc pede para a sua mãe me ligar. Nn hesite Anifer.

Ela me da outro abraço e me ajuda a arrumar o restante das minhas coisas.

- Quando vc se tornar uma advogada que nem o tio Renato vc irá se lembrar de mim?

- Principalmente quando eu me tronar uma meu amor. Eu te darei os melhores brinquedos e uma vida de conforto. Eu te prometo.- Dou meu mindinho para ela e a mesma aperta com o dela.

Meu pai e minha mãe me levaram até a estadia que eu iria ficar. A mesma ficava na frente do campos, apesar de simples era muito mais pratica. O quarto estava todo decorado e bem luxuoso para um dormitório estudantil.

- Pronto filha, espero que vc estude e aprenda bastante. Qualquer coisa que precisar Valentina me ligue que irei providenciar. Ou se tiver algum problema com algum vizinho ou algo do tipo. Suas coisas que vc "exigiu" chegaram amanhã pela manhã... acho que é isso.- Meu pai diz com um sorrisinho sarcástico no rosto.

- Obrigada!- Digo sem muita emoção.

- Estou feliz que nossos planos estão dando certo. Essa faculdade lhe fará tomar juízo e vê que tudo que fiz é pelo seu bem.

Eles foram embora com minha mãe se permitindo, apesar da repreensão do meu pai, derrubar algumas lagrimas.

Ajeito algumas coisas, mas estava muito cansada e acabo capotando.

Na manhã seguinte o pessoal da mudança ja havia deixado as minhas coisas no lado de fora do apartamento. Nem para me ajudar a colocar para dentro...

Estava apanhando para colocar um dos moveis quando percebo uma moça me encarando, seu rosto me era familiar mas eu nn sabia da onde. Mas ela era gata. beeeem gata.

- Posso ajudar?- Pergunto enquanto a mesma me encarava.

- Desculpe. - Ela diz envergonhada e me estende a mão.- Meu nome é Luiza e eu estou procurando o quarto...(ela olha no papel) 12.

Aponto para a porta do lado e a mesma agradece apenas com a cabeça. Seu ingles era perfeito mas eu conseguia reconhecer aquele sotaque, o meu ainda era muito parecido.

- Brasileira?- Digo antes dela entrar. A mesma olha para trás com um sorriso devastador de bonito e acena com a cabeça. Ela entra no seu dormitório o que me tira um sorrisinho.

Até que isso seria divertido. Após alguns minutos ainda apanhava para colocar o móvel para dentro. Luiza sai de seu apartamento e parecia se divertir com o meu esforço totalmente falho.

- Vai ficar me olhando e nn vai me ajudar? Isso é pecado.- Digo em português. A mesma da um sorrisinho de lado e me ajuda.

- Pensei que nunca ia pedir minha ajuda...

- Valentina.- Estendo minha mão e a mesma cumprimenta.

-... Valentina. Bem brasileira esse nome.

Ela me ajuda a colocar o restante dos moveis para dentro e parecia impressionada com tudo.

- São praticamente 6 anos... achei que seria melhor trazer as minhas coisas que me deixavam mais a vontade.

- Sei julgamentos.- Ela levanta as mãos como se fosse se render. Ela estava quase saindo do ap quando eu percebo que péssima anfitriã estava sendo.

- Espera Luiza.- A mesma olha para trás.- Posso te pagar pelo menos um almoço? Vc me ajudou para caramba.

- Nn se incomode Valentina, seremos vizinhas por um tempo só queria exercer meu papel.

- Por favor... digo eu nn conheço ninguém aqui e imagino que vc tbm nn. Nn quero comer sozinha. E vc nn tinha nenhuma obrigação em me ajudar.

A mesma parecia pensar. Me olhava interrogativa, como se tentasse ver alguma intenção por trás daquilo que eu estava falando.

- Tudo bem. Aceito o convite, só irei tomar um banho estou bastante suada.

Percebo o escorrer do suor no meio de seus seios. Era viciante, percebia que ela estava vendo mas eu nn conseguia desviar o olhar.

- VALENTINA.

Ela grita e eu volto ao meu normal.

- Sim?- Digo beeem sem graça. Sentia minhas bochechas queimarem.

- Posso lhe esperar aqui fora as 12h?

- Sim claro.

Ela sai e logo em seguida eu senti a vergonha batendo na porta e me fazendo ter vontade de cavar um buraco e nunca mais sair dele.

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