A manhã seguinte chegou com um céu claro e um sol que prometia um dia quente. Olivia acordou com uma sensação de leveza, uma decisão firme em seu coração. Ela não iria mais se prender às sombras do passado. Enquanto isso, Theo acordava com uma resolução diferente; ele precisava falar com Olivia, esclarecer os mal-entendidos e, quem sabe, recuperar a amizade perdida.
Cleo observava Theo de longe, percebendo a mudança em sua postura. Ela sabia que algo significativo estava prestes a acontecer e esperava que, no final, todos encontrassem a paz que mereciam, sem acabar com a amizade de ninguém.
Naquela tarde, sob a cerejeira, o destino preparou uma surpresa para os três. Olivia chegou primeiro, sua bicicleta brilhando ao sol. Ela se sentou, tirou um livro e começou a ler, mergulhando em um mundo onde a dor da realidade não podia alcançá-la. Pouco depois, Theo apareceu, hesitante, com um olhar que buscava e temia encontrar Olivia ali.
Cleo, decidida a não interferir, manteve-se à distância, observando a cena se desenrolar. Theo se aproximou de Olivia, que levantou os olhos do livro, surpresa e cautelosa. "Olivia, eu... eu sinto muito", começou Theo, as palavras tropeçando em sua língua. "Eu nunca quis te machucar. Eu estava confuso, e..."
Olivia o interrompeu com um gesto suave. "Theo, você não precisa se explicar. As pessoas mudam, os sentimentos mudam. Eu só espero que você seja feliz, de verdade", disse ela, com uma sinceridade que fez Theo engolir em seco e os pensamentos invadiram a mente de Theo.
Eles conversaram por horas, não sobre o passado, mas sobre o presente e o futuro. Theo falou sobre seus sonhos e medos, enquanto Olivia compartilhava suas aspirações e a nova força que havia encontrado. Cleo, vendo a conexão genuína entre eles, sentiu uma pontada de ciúme, mas também de alívio.
Ao final do dia, Theo se deu conta de que seu arrependimento não era suficiente para mudar o que havia acontecido. Olivia, por sua vez, entendeu que não precisava de desculpas para seguir em frente. E Cleo, embora ainda nova na cidade, percebeu que tinha seu próprio caminho a trilhar, com ou sem Theo.
A cerejeira, mais uma vez, foi testemunha de um momento crucial na vida dos três jovens. E enquanto o sol se punha, tingindo o céu de laranja e rosa, eles se despediram, não como amigos ou amantes, mas como almas que haviam compartilhado um capítulo importante de suas vidas, prontos para começar o próximo, cada um por si.
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Sonho quebrado
RomanceTodos os dias após a escola íamos para de baixo de uma cerejeira conversar, até que você se afastou de mim, eu ia na "nossa" cerejeira todos os dias pra ver se você ia, mas nada. Um dia eu estava voltando da escola e olho para a cerejeira, ao olhar...