Era mais uma noite como tantas outras: danças, bebidas e o cansaço que pesava em seus ombros. Gustav sentia a água quente do chuveiro escorrer pelo seu corpo nu, enquanto o aroma doce e suave do sabonete preenchia o banheiro luxuoso do seu quarto, que era na boate. O vapor quente envolvia o espaço, quase sufocante, mas era um alívio temporário para os pensamentos que não paravam de surgir.
Após o banho, Gustav vestiu um roupão vermelho de seda, macio ao toque. Olhou para a cama onde as roupas já estavam separadas, esperando por ele. Pegou primeiro a lingerie preta de renda, sentindo o contraste do tecido contra sua pele morena. Observou-se no espelho, analisando a forma como a peça destacava suas curvas, mesmo que não tivesse muito volume no quadril. O detalhe da renda parecia desenhar uma nova silhueta, e ele sorriu para si, satisfeito.
Em seguida, vestiu uma delicada faixa preta no pescoço, como um toque final. O sorriso em seu rosto aumentou quando voltou a se observar no espelho, suas mãos passeando lentamente sobre o pequeno tecido que cobria seu corpo. Era como se cada toque revelasse uma nova camada de confiança.
O olhar de Gustav se dirigiu novamente à cama, onde o vestido vinho estava à espera. Sensual e sofisticado, o vestido tinha uma fenda ousada que dava destaque às pernas, mas sem perder a elegância. Ao colocá-lo, o tecido parecia se moldar perfeitamente ao corpo, e ele sabia que a peça transmitia exatamente o que queria: poder e sedução.
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Sentou-se à penteadeira e começou a se maquiar. Um blush suave nas bochechas, um delineado preciso que destacava seus olhos cor de mel, e um toque de rímel para intensificar o olhar. Ele finalizou com o cabelo cacheado, que agora estava mais volumoso, arrumado de forma a emoldurar seu rosto.
- Vamos logo, Gustav! Já está quase na hora de você entrar no palco. - A voz irritada de Shu, um homem alto e com o rosto marcado pelo tempo, interrompeu seus pensamentos.
- Já estou pronto, senhor Shu. - Respondeu, soltando um suspiro ao perceber o olhar malicioso que o mais velho lançava em sua direção. Sentiu um arrepio de nojo percorrer sua espinha.
- Você tem sorte de estar protegido e ainda ser de menor... se não... - Shu deixou a frase no ar, com um sorriso repugnante antes de se virar e sair do quarto.
- Velho nojento do caralho! - Bufou Gustav, irritado. Pegou o microfone prateado que estava no armário e se preparou para sair. - Tudo pelo dinheiro, Gustav... tudo pela mamãe.
Suspirou pesadamente, deixando o quarto luxuoso para trás. Ao caminhar pelos corredores até a área VIP, encontrou uma garota de cabelos descoloridos, com maquiagem forte e um sorriso provocador nos lábios.
- Até que enfim! - Disse ela, com um tom sarcástico. - O chefe tá puto contigo... atrasou de novo, putinha.
Gustav apenas a olhou de relance, com uma expressão de reprovação, e seguiu em frente, ignorando o comentário maldoso. Foi até sua posição, aguardando o momento em que as cortinas se abririam.
Quando finalmente se abriram, as luzes fortes cegaram por um breve momento. O ambiente era chique, repleto de homens e mulheres poderosos. A música começou a tocar suavemente, e Gustav sorriu ao ver o interesse no rosto de muitos deles. Começou a cantar e a mover seu corpo de forma sensual, deixando suas mãos deslizarem pelas curvas com uma provocação calculada.
Seus olhos encontraram o de um homem alto, de postura firme e intimidadora. O olhar dele parecia perfurar o seu, e por um momento, a respiração de Gustav falhou. Havia uma tensão nítida entre eles, mas o homem não desviou o olhar. Pelo contrário, fez um leve movimento com a cabeça, como se dissesse: "Continue."
Gustav sorriu provocadoramente, sentindo-se desafiado. Cantou e dançou com ainda mais intensidade, como se só houvesse os dois no local. A tensão sexual crescia a cada troca de olhares, e o homem à sua frente percebeu, sorrindo de maneira maliciosa.
Na parte da música "I know that this is love when we touch, boy / You got my heart / And can't nobody make me feel like you do, boy, like you do / Collide, collide, collide / 'Cause, baby, we can go", Gustav segurou-se no pole dance ao centro do palco, sorrindo para todos ali. Com um movimento fluido, o vestido deslizou de seu corpo, como se fosse uma luva, revelando a lingerie por baixo. Ele lançou a peça em direção ao homem que o encarava intensamente.
O vestido caiu aos pés dele, que o apanhou sem pressa, erguendo-o até o rosto para sentir o perfume que o tecido exalava. Um sorriso predatório apareceu nos lábios do mais velho, que não parava de imaginar Gustav em seus braços.
A música terminou com Gustav rodopiando ao redor do pole, descendo com graça ao ritmo da melodia. O público explodiu em aplausos, gritos de aprovação ecoando pelo salão. Curvou-se, sorrindo ao ver todos o aplaudirem, mas seus olhos pararam novamente no homem à sua frente, que se aproximava de forma intimidadora.
- Qual é o seu nome? - A voz grave do homem soou mais como uma ordem.
- Lady Demon, senhor. - Respondeu Gustav, sua voz suave como uma carícia no ouvido do homem, que sorriu e travou a mandíbula.
- Perguntei o seu nome de verdade, não o de puta. - O homem disse com autoridade, apertando o vestido em suas mãos.
Gustav engoliu em seco, mas manteve o sorriso. Abaixou-se de forma provocante, aproximando-se do mais velho.
- Tem uma tabela de preços lá na frente. Procura meu nome lá, senhor mandão.
- Você é bem atrevido, não é? Seu... - O homem soltou uma risada nasal, misturando ódio e interesse.
- Sou muito mais do que você pensa, querido. - Gustav sussurrou, com um sorriso vitorioso, levantando-se e olhando para o homem de baixo para cima. - Até mais... senhor mandão.
Ele não imaginava que, de alguma forma, esse encontro voltaria a assombrá-lo.
