capítulo 8 "O Senhor da Fuga"

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O silêncio esmagador do porão ainda pesava sobre seus ombros quando você finalmente foi engolida pela escuridão. Seu corpo, incapaz de suportar mais golpes, mais dor, sucumbiu à exaustão. Mas, ao invés de cair em um sono pacífico, você foi arrastada para um mundo de ilusões, onde a realidade e os pesadelos se entrelaçavam, indistinguíveis.

De repente, você se viu correndo. O chão sob seus pés não era mais o frio e úmido concreto do porão, mas sim uma estrada de terra, seca e dura. O céu acima de você era amplo e aberto, tingido de um laranja suave pelo pôr do sol. O som de seus passos rápidos ecoava pelo campo ao seu redor, e o vento fresco batia no seu rosto. A adrenalina pulsava em suas veias, enquanto a ideia de liberdade inundava sua mente.

Você tinha fugido.

Era quase impossível acreditar, mas ali estava você, sozinha, livre, longe das garras de Mikey, de Kokonoi, de todos eles. Cada passo a levava para mais longe daquele inferno. Seu coração batia rápido, mas não de medo — era a euforia de ter escapado.

À medida que corria, o ambiente ao seu redor começava a mudar. As árvores que ladeavam a estrada começaram a desaparecer, dando lugar a campos verdes intermináveis, iluminados pelo brilho suave do pôr do sol. Você parou por um momento, ofegante, suas mãos tremendo de alívio. Podia sentir a liberdade em cada fibra do seu ser. O ar estava puro, sem o cheiro metálico de sangue ou o mormaço pesado do porão. Não havia mais sombras espreitando nas esquinas, e a voz de Mikey, sempre presente em sua mente, estava finalmente silenciada.

Você riu, uma risada leve, nervosa, como se estivesse testando a sensação. Era estranho sentir felicidade novamente, mesmo que fosse tão fugaz. O horizonte à sua frente parecia infinito, e por um momento, acreditou que poderia continuar correndo para sempre, longe de tudo e de todos.

Mas então, algo mudou.

O calor do sol começou a desaparecer. A luz, antes suave e acolhedora, foi rapidamente substituída por uma escuridão avassaladora que se espalhava pelo horizonte. O campo verdejante começou a murchar, as flores ao seu redor secando e virando poeira ao vento. As árvores que restavam se transformaram em esqueletos retorcidos, sem vida. O som do vento desapareceu, substituído por um silêncio opressor que a fez lembrar imediatamente do porão.

Você estava sonhando.

Um calafrio percorreu sua espinha enquanto a verdade se estabelecia. A liberdade era uma mentira, uma miragem criada por sua mente exausta. Aos poucos, você percebeu que não estava realmente correndo. Estava presa. Não havia fuga. Mikey havia prometido, e ele sempre cumpria suas promessas.

De repente, o chão sob seus pés começou a ceder. Você tentou correr novamente, mas suas pernas estavam pesadas, como se estivessem enraizadas no solo. Cada movimento era um esforço desesperado, mas inútil. O peso da realidade a puxava de volta para a escuridão.

Não havia saída.

Você caiu de joelhos, seus dedos cravando-se no chão rachado e estéril. O desespero tomou conta, e lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto. A liberdade, tão doce e palpável momentos atrás, escorregava por entre seus dedos como areia. E então, você ouviu.

A voz de Mikey.

Mikey: "Você achou mesmo que podia fugir de mim?"

Sua voz ecoou ao seu redor, vindo de todos os lados. Não havia lugar para onde correr. Você olhou ao redor, mas a paisagem antes vasta e aberta agora estava completamente envolta na escuridão. Mikey se aproximava, seu rosto emergindo das sombras. O sorriso em seus lábios era o mesmo que você havia visto tantas vezes, frio e cruel.

Mikey: "Eu disse que ia te quebrar, não disse?"

Você tentou se levantar, mas seu corpo não respondia. Estava fraca, indefesa, impotente. O sorriso de Mikey se alargou, e ele se agachou ao seu lado, seus olhos brilhando com aquela mistura insana de controle e possessão.

Mikey: "Não há para onde fugir. Não há nada além de mim."

Você sentiu suas mãos geladas tocarem seu rosto, seus dedos firmes segurando seu queixo, exatamente como no porão. Ele a forçou a encará-lo, seus olhos penetrando profundamente em sua alma. A sensação de sufocamento era esmagadora. Ele não estava apenas falando da prisão física; ele havia tomado sua mente, seu espírito.

Mikey: "Você é minha, S/N. Para sempre."

E então, com um sorriso sádico, ele desapareceu.

Você acordou com um sobressalto. O porão estava novamente ao seu redor. As paredes de concreto, o chão frio, o cheiro de mofo e sangue. Nada havia mudado. Você ainda estava ali, presa . Não havia liberdade.

A porta do porão rangeu, e kokonoi aparece, sua expressão impassível. O ciclo recomeçava.

Nota💞;

Tô com cll compartilhado,vai demorar pra postar os capítulos😭😭😭😭😭😭

Um relacionamento tóxico Manjiro sanoOnde histórias criam vida. Descubra agora