A Papoula de Sangue

Minha Nova Dupla

As memórias nunca foram minhas amigas,

Sempre aparecendo nas piores fases da minha vida.

Mas eu nunca consegui odiá-las,

Até porque, eu já fui cada uma delas.

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Como foi ordenado, me pus a andar até o escritório de Orquídea. Era um ambiente muito bem arrumado, cheio de armários antigos, quadros aleatórios e duas plantas, que eram chamadas de "filhas" pela dona. A sala representava muito bem a mulher, que nesse momento estava brincando com um dos gatos dela, chamado Yuri.

Apesar da sala ser muito bem arrumada e trazer um clima de paz, se você abrir aqueles lindos e elegantes armários, você encontra várias coisas estranhas e cofres que nunca vi serem abertas. Deixavam um ar de mistério que faziam com que qualquer um ficasse curioso. Eu admito, já fui uma dessas pessoas. Às vezes já perguntei sobre, mas ela não respondia e mudava de assunto. Com certeza suspeito.

Acho que isso é exatamente como funciona a cabeça dela. Parece uma pessoa básica, que gosta de organização e não se importa com nada mais do que seus gatos e suas plantas. Mas é bem diferente do que parece, sua mente tem as ideias mais malucas e geniais possíveis, sempre tendo uma carta na manga, isso que deixava as coisas mais interessantes.

- Eu te chamei aqui para discutirmos melhor sobre a sua missão. - Finalmente Orquidea parou de brincar com o gato preto e voltou seu foco para o que realmente interessava. - Vamos começar do começo então. Como você sabe, estão acontecendo vários casos, muito parecidos com aqueles a 30 anos atrás. E, como você também sabe, os reinos pediram nossa ajuda para resolver.

" Basicamente, eles querem que isso aconteça o mais secreto possível, e o mais rápido possível também. Se alguém acidentalmente souber sobre isso, me avise rapidamente, e mantenha a pessoa sob supervisão. Afinal, nossa associação ainda é secreta para os civis. Sobre como ocorrerá a missão, você e sua dupla podem escolher como ela vai seguir, mas eu queria que vocês primeiro descobrissem onde aconteceram os desaparecimentos e fossem até lá, para me passar um relatório sobre o estado dos locais. "

" Por enquanto, é isso que me foi permitido compartilhar. Daqui uma semana exatamente, vocês terão um encontro com os reis e rainhas, para ter uma melhor noção do que está acontecendo. Vai ser no reino dos elfos, já que tudo começou lá. Alguma pergunta? "

Tá, isso é bastante coisa para processar, e me parece que não será tão fácil de resolver, pelo menos não mais do que tudo que já vi e fiz.

- Acho que não. Você me deu uma boa explicação, obrigada. - Suspiro alto, vendo que logo terei que conversar com a estranha loba fora do escritório, que com certeza estava ouvindo a conversa. Como eu sei? A idiota esqueceu de parar de respirar. Sim, eu consigo perceber se tem alguém por perto por causa da respiração. Na verdade, eu consigo descobrir com pequenos tremores de corpo. O meu tato é bastante aguçado.

Mas parando de me gabar e voltando para o mundo real, vejo que finalmente fui liberada da sala. Eu me levanto e paro na frente da porta.

- Pode sair agora, lobinha.

- Ahm? - Ela abre a porta, surpresa, que até o momento estava fechada. - Como sabia que eu estava aqui?

- Da próxima vez, se esconda melhor, eu consegui ouvir sua respiração muito claramente. - Saio do escritório e fecho a porta, seguindo para a minha sala.

- Olha só, quais serão mais os truques que você tem? - De um jeito muito irritante, ela continuou do meu lado, olhando diretamente para meus olhos. " Qual a dela? " eu pensei.