"A chegada de um sentimento"

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O dia de trabalho de Kang Sa-ra havia sido exaustivo, como sempre. Mas ao chegar em casa, uma sensação diferente a invadiu. A casa, que antes era um reflexo de sua solidão, agora emanava um aroma reconfortante. A porta estava entreaberta, e a luz fraca do luar iluminava a sala, revelando um ambiente limpo e organizado. Ela sorriu levemente, sentindo um alívio que não esperava. Ryu Eun-ho havia ido embora minutos atrás deixando tudo impecável.

Ao entrar na cozinha, a cena a deixou ainda mais surpresa. A mesa estava posta com um cuidado que ela nunca havia visto em sua própria casa. Tigelas com sopa de peixe, arroz e lamén estavam dispostos com delicadeza. Ao lado, um copo de água com gelo e uma flor de girassol, arranjada com simplicidade, completavam a cena.

Sa-ra sentiu um aperto no peito. Ela não conseguia se lembrar da última vez que alguém havia feito algo assim por ela. Sua vida era uma sucessão de compromissos, reuniões e decisões importantes, mas a simplicidade daquela mesa a tocou profundamente. Ela se sentou, observando a comida com um olhar melancólico.

Kang Sa-ra:_ Ele até cozinhou? - ela se questiona surpresa.

Ela se serviu, mas a comida parecia perder o sabor. Cada garfada era acompanhada de um turbilhão de pensamentos. Ela se lembrava do olhar de Ryu Eun-ho, da gentileza em seus gestos, da fé que o guiava. Ele era tão diferente de todos que ela conhecia.

Kang Sa-ra:_ Ele não deveria ter feito isso, o que ele está querendo, afinal? Não é possível que ele seja um anjo.

Ela desce o olhar para a flor de girassol e encontra um papelzinho no botão dela. Ela o abre e se depara com a frase escrita a mão "Bom apetite, Sa-ra".

Kang Sa-ra:_ Isso foi fofo. Será que eu devo agradecer por isso? - ela se questiona.

Ryu Eun-ho voltou para a igreja com o coração leve. Ele havia limpado a casa de Kang Sa-ra com prazer, sentindo uma satisfação que não encontrava em seus outros trabalhos. Ele havia organizado cada cômodo, trocado as roupas de cama, limpou a cozinha e até mesmo feito um jantar simples, mas com muito carinho.

Ele sabia que ela não era fácil, mas havia algo em seu olhar que o atraia. Ele a via como uma alma ferida, que precisava de compaixão. Ele a via como uma mulher forte, que escondia uma fragilidade que ele desejava proteger.

Ao entrar na capela, ele se ajoelhou no altar e agradeceu a Deus pela oportunidade de ajudar Sa-ra. Ele sentia que estava no caminho certo, que Deus o guiava para o bem. Mas um sentimento de melancolia o invadiu.

Ele lembrou dela. Lembrou de seus olhos escuros que o encarava em cada frase que ela dizia. Ele lembrou do momento que ele ficou a centímetros de distância daquela mulher, quando ele a amparou durante aquela dor de cabeça. Ele pensou nela em cada instante enquanto preparava o jantar e foi de certa forma, um sacrifício para deixar aquela casa que precisava dele.

Eun-ho:_ Senhor meu Deus, peço para que tire tudo que possa me afastar de Ti da minha mente. Conforte meu coração e diminua a minha preocupação com aquela mulher. Tenho muito medo do que possa acontecer. Mas já que estou falando dela, peço para que deixe que ela coma três vezes ao dia. Ilumine o caminho da Sa-ra, que ela veja a importância da alimentação para se manter forte.

Ele se levanta e vira para a portaria da igreja e seus olhos não acreditaram no que enxergava. Era ela, Kang Sa-ra estava de pé o observando de forma tímida. Ela vestia um sobretudo xadrez e um salto fino médio de cor escura, segurando uma bolsa branca com as duas mãos na altura das pernas.

Ryu Eun ho se aproxima e de forma cordial ele a cumprimenta.

Eun-ho:_ Senhorita, como sabia que eu morava aqui? - diz a encarando.

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