angels in tibet ، hy𝘂nl𝗶x

cap.two

Felix se escorava na cadeira macia do quarto de hotel que lhe foi concedido. Olhava para o teto de gesso detalhado, pensando em formas e palavras que te motivassem, tentava afastar a famosa “nuvem negra” que haviam lhe arranjado. De fato, sabia que nada portaria o mérito de te reanimar, além dos 3 melhores amigos que reputava como irmãos.

Havia os conhecido na época em que ainda fazia a faculdade, logo no primeiro ano letivo. O lee facilmente se adaptava ao retraimento que o submetiam em ambientes públicos, acabou não se afetando tanto. Nunca acreditou que teria o mérito de ter amizades ou relacionamentos amorosos, também não fazia questão de ter laços afetivos com ninguém, não até conhecer Sakura, Yves e Yeonjun.

Ha Sooyoung, popularmente adotada como “Yves” no período da faculdade, era estudante de psicologia e tinha profundo interesse na moda, também sempre foi a mais velha do pequeno grupo de amigos. A segunda mais velha era Sakura Miyawaki, estudante japonesa de perícia criminal, sendo comparada até com um dos ursinhos carinhosas pela sua gentileza e pelo seu estilo admirável. Enquanto ao Choi Yeonjun, na época estudante de biologia, era o mais popular e estiloso entre os amigos, se tornando um dos modelos mais memoráveis.

Para Yongbok, o costume de ser cuidado e amado como um verdadeiro humano, veio exclusivamente da época em que conheceu os 3 irmãos na faculdade em que diplomou. Por ser um dos mais novos entre os “marmanjos”, como os veteranos da faculdade eram referidos por Yeonjun, poderia ser assustador pra ele, despertando a disposição do trio de cuidar do Lee naquela época.

Despertando dos próprios pensamentos, o Lee buscou pelo seu celular acima da cômoda ao lado, se deparando com as inúmeras mensagens que haviam no grupo alvo. Antes que pudesse iniciar uma chamada com seus amigos, escutou batidas sutis na porta de sua suíte e respirou fundo antes de se levantar e ajeitar o roupão que portava.

Caminhou calmamente até a porta, julgando até o último neurônio que decidiu que seria uma boa idéia abrir a porta aquela hora da manhã. Preferia ter se deparado com o diabo, na sua forma mais cruel e assustadora, contrário do que ter trocado o olhar com Hyunjin mais uma vez, dessa vez a centímetros de distância.

Em mãos, uma caixinha dourada bem adornada com um total de 4 doces na parte interna; o homem estava usando uma camisa de botões branca com listras coloridas de tom pastel, uma bermuda caqui e um all-star tratorado na cor branca, uma correntinha dourada que não sabia identificar o pingente e uma argolinha em uma das orelhas. Não captava como havia feito um raio-x completo tão discreto, pelo menos achava que havia sido discreto. Por outro lado, Hyunjin passou mais de 20 segundos fixando seu olhar no enfezado, que mesmo fuzilando o mais alto em sua frente, conseguia mudar toda a visão do Hwang sobre a beleza humana. Talvez fosse paixão de fã para ídolo que o fizesse ignorar todo o ódio que o Lee, naquele momento, derramava sobre si.

—  Primeiramente… Bom dia, Senhor Hwang! Eu adoraria entender a situação em que estamos postos… — A voz grave que manifestava a indignação havia acabado de partir o silêncio, puxando Hyunjin para a realidade crua em que se encontrava. — O senhor bate na porta do meu quarto, às nove e meia da matina, com a necessidade nova de me lançar quase 1 minuto de olhar embasbacado, sem me direcionar um termo sequer? Poderia estar produzindo algo importante com o tempo que perdi lhe atendendo, se não soube quais palavras usar comigo, ensaiasse suas falas antes de bater na porta do meu quarto.

— Hyunjin. — Um fio de voz havia sido escutado pelo Lee, na qual transpassou confusão no olhar para o homem engessado de frente para sua porta.

— Perdão?

— Pode me chamar apenas por Hyunjin, usar o termo “senhor” para alguém como eu é de uma formalidade desnecessária, chegando ao ponto de ser injusto com nós dois. — A gentileza do Hwang irritava Felix em níveis estratosféricos, até o ato de pender gentilmente a cabeça para o lado estressava o garoto.