Capítulo 17 🍒

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| Guilherme |

O clima estava mais leve agora, as piadas sobre o estilo de roupas e as histórias engraçadas do passado haviam servido para quebrar o gelo. Me inclinei para frente, meus olhos estavam brilhando com um entusiasmo genuíno. — Você já pensou em como será quando Ryan souber? Quero dizer, como acha que ele reagirá?

— Eu imagino que, no início, possa ser um choque para ele, afinal, ele cresceu acreditando em uma coisa, e agora terá que reajustar sua visão de mundo- Ysthela refletiu pensativa— mas eu confio que ele entenderá com o tempo. Crianças têm uma forma incrível de se adaptar, especialmente quando há amor e apoio ao redor.

Assenti, pensando em tudo o que estava por vir. — Bom, o importante é que estamos fazendo isso juntos, e, com o tempo, quero ser uma presença constante na vida dele, não só como uma figura paterna, mas como alguém que ele possa confiar e admirar.

— Eu também quero isso, quero que ele tenha uma rede de apoio sólida e amorosa. E, honestamente, é reconfortante saber que não estou sozinha nisso.

Havia um momento de silêncio confortável enquanto ambos desfrutavam o resto do vinho e deixavam as palavras anteriores se assentarem. Tomei um gole e depois de um momento, me inclinei para falar novamente.

— E quanto ao futuro, Ysthela? O que mais você imagina para nós e para Ryan?

— Espero que possamos criar uma nova dinâmica familiar onde todos possam se sentir seguros e amados, que apesar das dificuldades passadas, possamos construir um futuro mais forte e unidos- Ysthela respondeu com sinceridade — e que Ryan possa crescer sabendo que é amado por todos ao seu redor.

— Concordo plenamente, vamos fazer o melhor para ele e para nós mesmos- sorri apertando a mão dela com um gesto de compromisso e apoio.

A conversa continuou, agora cheia de planos e expectativas para o futuro, entre sorrisos e discussões sobre as melhores formas de aproximar Ryan de mim e a complexidade dos sentimentos envolvidos, a noite se transformou em uma troca honesta e esperançosa. Quando o vinho estava quase no fim, ambos levantamos, satisfeitos e aliviados, sentindo que o primeiro passo importante havia sido dado. A noite estava longe de terminar mas o caminho estava sendo pavimentado com mais clareza e compreensão.

— Eu só queria dizer que, apesar de tudo, estou feliz por ter essa oportunidade de reconstruir o que foi perdido - disse enquanto abria a última garrafa de vinho para brindar.

— Eu também Matheus, mal posso esperar para ver onde isso nos levará, vamos enfrentar isso com coragem e amor, por Ryan e por nós mesmos.

Brindamos com os olhos brilhando de esperança e determinação, prontos para enfrentar o futuro juntos e construir a nova realidade que estava a nossa frente.

(...)

Por volta das 23:50 Spártaco me retornou mas já era tarde, me encontrava dormindo após aquele dia longo e cheio.

| Ysthela |

Acordei no outro dia, fui até o aeroporto, onde fui esperar a chegada do meu esposo, Luan havia viajado para Portugal a trabalho, ficou 4 dias lá e hoje já estava de volta a Goiânia, como quase sempre, fui recepcionar sua chegada tentando ao máximo ser discreta já que no aeroporto também se encontravam alguns fãs que estavam à sua espera na expectativa de conseguir ver ele de perto, acho lindo essa recepção que elas fazem, não julgo pois se fosse eu faria o mesmo, na verdade eu fiz anos atrás quando ele ainda nem era tão famoso como hoje.

Flashback on

Era por volta das 4:00 da tarde, eu e um grupo de meninas estavamos na porta do aeroporto esperando a chegada de Luan, que estava vindo de São Paulo para Goiânia, tinha por volta dos meus 16 anos, já era uma adolescente considerada "louca", fugi da escola sem que meus pais soubesse e fui com as meninas para o aeroporto, eu era dona de fã clube, um dos mais seguidos daquela época, que inclusive Luan as vezes me notava "@tevivols" , era uma das épocas mais felizes da minha vida, nesse meio artístico ainda não conhecia ninguém, muito menos sonhava que um dia fosse casar com ele, o príncipe das adolescentes, não imaginava que fosse conhecer Guilherme e tantos outros, era somente eu, a Ysthela, Ysthela Meireles, uma simples Luanete que sonhava em conhecer seu ídolo.

— Meninas, estão querendo que a gente saia daqui, não vamos sair, o Luan vai passar por aqui...

Todas as meninas estavam com camisetas do seus fã clube, como o meu era o o maior até aquele momento eu que estava liderando elas, estávamos com cartazes e presentes afim de tentar conhecer o Luan Rafael. De repente um segurança do aeroporto veio procurar confusão com a gente.

— Preciso que vocês se afastem um pouco, não é permitido esperar aqui, vocês sabem disso.

Eu olhei para as meninas, e elas pareciam nervosas, mas a adrenalina estava à flor da pele. Não íamos deixar que isso nos desanimasse.

— Desculpa, senhor, mas estamos esperando o Luan! Ele vai passar por aqui e prometemos que não vamos atrapalhar- respondi, tentando manter a calma.

O segurança franziu a testa, mas eu pude notar um leve brilho de compreensão em seus olhos. Ele sabia o quanto fãs adolescentes podia ser apaixonada e, ao mesmo tempo, respeitava a energia da juventude.

— Olha, eu entendo... mas vocês precisam se afastar uns cinco metros, não quero ter que chamar a polícia.

As meninas começaram a murmurar entre si, algumas sugerindo que nos afastássemos um pouco para evitar problemas. Mas eu não queria sair dali, era nossa chance de ver o Luan.

— Ok, ok! Vamos nos afastar, mas só um pouquinho- disse, puxando as meninas para mais atrás, mas ainda com vista para a entrada do aeroporto.

Finalmente, depois de alguns minutos que pareceram uma eternidade, as meninas que estavam comigo começaram a gritar. Eu me virei rapidamente e vi Luan saindo do aeroporto com um sorriso radiante no rosto, sle estava cercado por alguns seguranças.

— É ele, vamos até eles meninas- gritei para as meninas, que logo começaram a pular de alegria.

Levantei meu cartaz feito à mão que dizia "Te amo, Luan Santana!" e tentei acenar para ele, ele olhou em nossa direção e sorriu, meu coração quase parou

— Meninas! Ele viu a gente! — eu gritei, sentindo uma onda de emoção.

Tentei ultrapassar a distância que estava com as meninas afim de ao menos entregar os presentes que estávamos, no entanto os seguranças do aeroporto nos barrou, desse vez mais sério e em um tom autoritário.

— O que combinamos? Sem tumulto!

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