A coelha e o Raposa - Dimensão Árabe

Capítulo 01 - Conhecendo o castelo!

Com um toque suave, a magia tomou forma. O ar ao redor deles começou a cintilar, pequenas faíscas luminosas flutuando entre os dois. Tudo ao redor se distorceu levemente, e num piscar de olhos, o som das ondas e o cheiro do mar se foram.

Agora, em vez do frescor do oceano, sentiam o calor seco do deserto. O cenário havia mudado completamente. Eles estavam no meio de um vasto oásis, cercados por palmeiras imponentes e um céu cor de fogo ao entardecer. A areia dourada se estendia por todos os lados, exceto por um imponente castelo no horizonte, cercado por muros altos e torres majestosas. Era o lar do Sultão.

Raposa, agora trajado como um verdadeiro sultão, usava vestes luxuosas de seda com detalhes em dourado e seus cabelos estavam longos, adornados com ouro. Ele estava deslumbrante, um líder poderoso e respeitado, mas ainda com o mesmo olhar amoroso reservado para Inana.

Inana, por sua vez, havia trocado seu biquíni por um conjunto deslumbrante de dançarina do ventre. Seu top adornado com pedrarias e sua saia fluida cintilavam à luz do sol poente, enquanto um véu fino cobria parcialmente seu rosto, deixando apenas seus olhos brilhantes à mostra. As joias que balançavam em seus quadris faziam pequenos sons ritmados a cada passo que ela dava. Ela parecia uma visão saída de um sonho, exótica e encantadora.

— Bem-vinda ao meu reino, Inana. — Raposa disse com um sorriso provocador, estendendo a mão para ela enquanto os portões do castelo se abriam diante deles.

Eles entraram no palácio, cercados por serviçais que se curvavam ao passar do sultão. O interior era um espetáculo à parte: colunas de mármore decoradas com ouro, lustres gigantes pendendo do teto abobadado, e tapetes persas espalhados pelo chão polido. As grandes portas de madeira esculpida do palácio estavam sempre abertas, permitindo que a brisa do deserto circulasse pelos corredores cheios de tapeçarias finas e cortinas de seda translúcidas que balançavam suavemente. No centro, uma piscina coberta com águas cristalinas refletia o brilho das tochas ao redor. A água era tão clara que o fundo da piscina refletia o céu como um espelho. Inana olhou maravilhada, seus olhos captando cada detalhe.

— É lindo, Raposa... ou devo dizer, Sultão? — Inana sorriu travessa, curiosa com sua resposta.

— Para você, sempre serei sua Raposa. — O rapaz respondeu, aproximando-se e envolvendo-a pela cintura.

Eles caminharam pelo vasto jardim do castelo, onde flores exóticas desabrochavam ao toque do sol, e fontes de mármore jorravam água límpida em arco. As folhas das palmeiras farfalhavam suavemente, proporcionando uma brisa agradável em contraste com o calor do deserto. Essas flores importadas de terras distantes preenchiam o ar com fragrâncias doces e inebriantes. Rosas damascenas, lírios-do-vale e orquídeas coloridas desabrochavam em harmonia com as palmeiras imponentes, que lançavam sombras ondulantes pelo chão coberto de mármore. Árvores frutíferas, como romãzeiras e figueiras, carregavam seus frutos maduros, prontos para serem colhidos a qualquer momento.

— Sabia que você sempre me fascina em qualquer realidade? — Raposa comentou, seus olhos fixos em Inana enquanto ela passeava pelo jardim. Seus movimentos eram graciosos, seus quadris balançando levemente ao som da música imaginária que sempre parecia acompanhá-la.

— Eu? — Ela riu, girando em sua direção. — Sou só uma coelhinha dançarina, você é o sultão poderoso de um reino inteiro!

— Poderoso, talvez, mas só tenho olhos para a minha dançarina. — Ele respondeu, com um sorriso encantador, aproximando-se mais dela.

Inana riu novamente, mas dessa vez, seus olhos se fixaram nos de Raposa com uma intensidade diferente. A música da noite parecia aumentar ao redor deles, uma melodia distante de instrumentos de corda e tamborins, como se o próprio universo quisesse embalar aquele momento. Inana começou a dançar para ele, seus movimentos fluidos e hipnóticos. As moedas e joias em sua roupa tilintavam suavemente enquanto ela movia os quadris de forma graciosa, os braços ondulando como serpentes no ar. Cada passo parecia desenhado para encantar, cada movimento, uma promessa de algo mais.

Raposa observava, encantado, seus olhos nunca deixando o corpo da coelhinha. Era como se estivesse vendo-a pela primeira vez, embora soubesse cada curva, cada sorriso de cor. Ele se aproximou lentamente, hipnotizado pela dança.

— Você... — Ele começou, mas sua voz falhou por um momento, completamente absorto no encanto dela. — Você me deixa sem palavras, Cake.

Ela sorriu por trás do véu, seus olhos brilhando de alegria.

— Então, apenas me observe... Gosto de ser observada por você. — Inana sussurrou enquanto girava mais uma vez.

Sem dizer mais nada, Raposa a puxou para perto, segurando sua cintura com firmeza. Ali, no jardim de seu majestoso castelo no meio do deserto, com o som suave das fontes e o aroma das flores no ar, eles se beijaram novamente. Foi um beijo cheio de paixão e obsessão, mas também de ternura, o tipo de beijo que transcende as barreiras do tempo e do espaço.

Quando seus lábios se separaram, o rapaz a encarou com um sorriso satisfeito.

— Acho que podemos nos acostumar com esta nova dimensão. — Ele disse, envolvendo-a em um abraço.

— Eu diria que é perfeito... Mas todo lugar ao seu lado é. — Inana respondeu, apoiando a cabeça em seu peito enquanto eles olhavam para as estrelas brilhando acima do deserto.