Capítulo 01

3 1 0
                                    

Lucas Santoro estava no seu laboratório de manipulação. Ele estava no seu microscópio avaliando algumas substâncias quando é interrompido por Júlia Verçosa, sua secretária.

– Bom dia, dr. Santoro, estou aqui para te avisar que hoje vem a nova estagiária... – Disse meio receosa.

– Outra incompetente? Não sei porque meu pai insiste em contratar essas pessoas inexperientes e desastrosas. – Falou num tom de escárnio, ele odiava estagiários e os tratava todos mal.

– Bem... quer saber algo sobre ela? Nome talvez? – A secretaria continuou a insistir.

– Não é necessário, vou apenas ficar de olho para que ela não faça nenhuma atrocidade com nossas manipulações.

Quando ele fechou a boca, escutou um frasco cair no chão e quando ele se vira, seus olhos cruzam com uma menina de mais ou menos uns 1,65 de altura, os cabelos amarrados em um coque, a pele levemente bronzeada e um olhar quase matador, mas não era sexual, era quase um "você é um babaca".

– Bom dia. – Rebeca tentou manter a voz firme, mas foi quase inútil, saiu quase como um sussurro.

– Bom dia, Rebeca. – Júlia sorriu de ponta a ponta tentando aliviar o ambiente. – Venha comigo, vou te mostrar o prédio do laboratório por completo.

Rebeca apenas assentiu e a seguiu, apenas soltou um olhar tímido ao olhar para Lucas e ver seu olhar apreensivo e autoritário.

Júlia passou o dia inteiro conversando com ela, explicando as regras do ambiente, mostrando cada azulejo daquele local. Ela sabia que Júlia aparentava ser uma ótima colega, e quem sabe, talvez uma amiga fora do trabalho.

Depois de um tempo, Rebeca estava no laboratório, na parte de testes – a menos importante –, quando ouve um barulho de passos e lá estava o Doutor Santoro, o jaleco quase explodindo com seus músculos fortes e firmes, seus 1,97 de altura, a pele extremamente branca na qual Rebeca, uma menina parda, parecia completamente fora da paleta de cores dele de tão branco que era. Ele o olhou por um segundo, com as mãos dentro do jaleco, andou devagar e chegou perto.

– Não pode ficar de cabelos soltos aqui, você chegou de coque, porque tirou? – Ele disse, Rebeca só percebe como ele nunca perde seu tom arrogante, aquilo era quase irritante.

– Mas aqui é só testes insignificantes. – No mesmo instante, ela se arrependeu de usar aquela palavra. Apenas o encarou, quando ela subiu as mãos para amarrar os cabelos, ele deu um passo largo e voltou as mãos dela para o ar.

– Suas mãos estão sujas. – Ele puxou a xuxinha do lado, passou a mão pelos cabelos dela e prendeu com uma facilidade tão grande. – Nunca repita isso dentro da parte química.

Rebeca não sabia se sentia assustada ou desconfortável, mas a sensação de sentir as mãos fortes e largas pela nuca dela o fez lembrar do noivo, Carlos. Ela repreendeu rapidamente os pensamentos que passaram pela cabeça dela. Talvez fosse o forte celibato que ela estava enfrentando depois que o noivo viajou, e a presença masculina o fez lembrar das noites com ele.

Lucas passou horas ali com ela, ensinando tudo, mostrando as substâncias. Sua entonação nunca mudava, até que ela estava começando a se acostumar que o chefe dela era um esquisito, frio e arrogante, que nunca era gentil com ninguém.

Rebeca chegou no seu apartamento, um pouco frustrada, ele não era nada como ela imaginava. Ela imaginou um velho, gentil e atencioso – bem, pelo menos os professores da faculdade eram assim. –

Rapidamente pegou seu notebook e foi conferir sua caixa de emails, e ela não encontrou nenhuma resposta dos laboratórios dos Estados Unidos e nem de São Paulo sobre sua invenção. Ficou frustrada, mas não tanto, pois já esperava não ter nada. Deixou pra trás no sofá e deu uma mordida exagerada na maçã que segurava e ficou olhando pro teto por horas.

Laboratório FarmysthOnde histórias criam vida. Descubra agora