Para além do preto (Bendy x Reader)

Capítulo 8: Um novo mundo

(Narração de Evan) - Fade to Black

    ...Como eu nunca tinha percebido aquilo antes? Como eu nunca teria percebido o quão cruel a Gent era?

  Como eu deixei tudo passar despercebido? Eles injetam aquela gororoba que chamam de "tinta" em humanos, mas ninguém parece se importar. Por que?! Por que ninguém se importa?! Como nenhum dos funcionários sabiam sobre o que aconteceu com Archie e mais outros milhares de humanos?!

  Por que tudo isso?! Joey não é o único monstro nessa história. Todos sempre dizem o mesmo: "Está tudo bem." NADA ESTÁ BEM!! Se estivesse, não haveria um demônio vagando pela Gent!

  Ele está com fome e não vai parar até que...

  Alguém precisa fazer alguma coisa. E rápido! Eu preciso sair daqui! EU PRECISO SAIR DAQUI!!

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(Narração de S/n)

  Acordei e olhei ao redor... Algo havia mudado, uma dor de cabeça me encobria e eu sentia que iria vomitar. Tudo ao meu redor girava e eu senti que fosse morrer. Vozes gritavam desesperadas na minha cabeça. Eu podia ouvir os pensamentos daquele monstro agora...

  "Acabou..."

  Olhei para minhas mãos e percebi que agora estavam cobertas de tinta, mas não era apenas uma alucinação. Era realidade. Era a ilusão que virou realidade. Olhei ao redor e percebi estar em um ambiente que se assemelhava a um desenho animado antigo, com extremidades traçadas a grossos traços pretos e um tom amarelado em tudo.

  Levantei-me e notei a larga poça de tinta que havia sob meus pés. Eu olhei ao redor confusa, sem entender o que tinha acontecido e muito menos onde eu estava. Era uma sala fechada, com algumas mesas e cadeiras de desenhistas. Saí do quarto e notei que havia uma escadaria longa que levava para cima.

  - Lauren!! - Gritei enquanto já começava a subir as escadas, mas não obtive resposta nenhuma. - Onde eu estou? - Perguntei em voz alta, tentando fazer companhia a mim mesma naquele momento.

  Quando cheguei ao topo das escadas, percebi haver um corredor para a esquerda, segui por lá, sem ter outra escolha de caminho possível. Enquanto eu caminhava, consegui ver um cano com a marca "Gent" jogado no chão, hesitando, decidi pegar e no mesmo instante, senti uma forte pancada na cabeça.

  - Shhh... É hora de dormir, ovelhinha. - Uma voz aveludada e masculina soou atrás de mim antes de eu cair no chão desacordada com a força da pancada. Tendo minha última visão com uma figura humanoide totalmente coberta por tinta usando uma máscara de Bendy no rosto e uma calça com suspensórios.

  Quando acordei, percebi estar amordaçada e amarrada em uma cadeira. A mesma figura estava diante de mim e o cano que havia conseguido encontrar estava jogado no canto daquela sala minúscula e assustadora.

  - A ovelhinha finalmente acordou de seu profundo soninho. Eu estava procurando por uma oferenda há muito tempo para agradar ao meu senhor, até que você pareceu ter caído dos céus para mim. - Ele agarrou meu maxilar e forçou meu rosto para os lados, olhando cada minúsculo detalhe nele, senti um medo alarmante me consumir nesse momento, querendo fazer alguma coisa mas estava totalmente amarrada. - Ele vai adorar obter você como sacrifício. E então eu finalmente poderei ser livre desse inferno! - Soltou meu rosto e finalmente se afastou de mim, ficando ereto diante de mim. - Hora do show... - Ele sorriu sob a máscara e se afastou, seguindo para o lado, segui-o com o olhar enquanto a figura entrava na sala ao lado e fechava a porta atrás de si.

  Alguns momentos depois, tinta apareceu da parede, emergindo na horizontal em relação a superfície da parede. E aquele mesmo monstro que matou Lauren e me puxou para esse lugar emergiu dali.

  Sua cabeça virou lentamente em minha direção e senti um pânico imediato, querendo gritar e fugir, mas não conseguia. A coisa guinchou e veio mancando em minha direção, vindo o mais rápido possível.

  Quando chegou perto o suficiente, atacou-me e, com um único ataque, senti como se tivesse morrido.

  Acabei indo parar em um tipo de túnel em forma redemoinho de tinta, com uma luz no fim do túnel. Caminhei até lá confusa e acabei acordando no meu corpo ainda amarrada na cadeira, achei estranho o que aconteceu, mas apenas dei de ombros. A figura humanoide já havia entrado na sala ao lado, o que me permitiu a ter espaço para me debater.

  Balancei a cadeira e forcei que ela caísse contra o chão. Como era de madeira podre e bem antiga, ela quebrou com facilidade, libertando-me. Consegui me levantar e correr, pegando aquele cano Gent e indo para a outra porta que havia naquela pequena sala, abrindo e me deparando com outro corredor. Senti uma irritação súbita. É sério mesmo isso?! Só existem corredores aqui?!

  Saí para fora quando o monstro já emergia da parede, fechando a porta rapidamente e impedindo que ele me visse. Soltando um suspiro aliviado por isso. Olhei para o lado e percebi que estava no Departamento de Música em uma área aberta bem grande com alguns instrumentos. Caminhei um pouco e percebo o quanto que aquele lugar era grande, e eu acabo ficando impressionada. Diante de mim, havia uma pequena figura de tinta como aquela de antes, ela era pequena.

  - Quem é você?! - Perguntei já segurando o cano em defesa. A coisa me olhou perplexa e veio até mim correndo, abraçando minha perna enquanto estava... Chorando? Abaixei a guarda um pouco confusa. - Lauren?! - Perguntei surpresa e a figura de tinta pequena concordou com um súbito movimento de cabeça. - O que aconteceu com você?! - Eu me abaixei na altura dela e olhei para ela.

  Lauren: O mesmo que aconteceu com você. - Ela se afastou do abraço e apontou para mim. Olhei para trás e pelo vidro que separava aquela área dos instrumentos da área de dublagem, pude ver meu reflexo...

  Uma figura de tinta. Exatamente igual a aquela mesma coisa que me deu uma pancada na cabeça e me chamou de "ovelhinha". Exatamente como Lauren... Eu estava assustada, com medo da minha própria aparência assustadora.

  - Oh... - Eu observei aquilo assustada antes de oscilar meu olhar para Lauren novamente. - Como você chegou aqui?

  Lauren: Eu só acordei aqui... Como um monstro. - Ela deu de ombros. - Aí você apareceu. Reconheci você pela voz.

  - Entendi... Mas temos que sair daqui, Lauren. Vamos... - Levantei-me e estiquei a mão para ela, quem pegou e assentiu com a cabeça.

 Continua...

(A/n: O melhor foi eu cara, fui escrevendo esse capítulo enquanto meu fone literalmente tocava "Evidências" e "Boate Azul")