Interrogatório

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Pond olhava de canto para Tangsakyuen, julgando até sua quinta geração. O rapaz tinha um papel completamente sujo de chantilly de bolo em uma mão e metade da fatia na outra sem proteção alguma, comendo com seus olhos brilhantes enquanto esperava que Khaotung chegasse para terem a tão aguardada conversa.

Ele definitivamente parecia uma criança, e Naravit não considerava isso um elogio. Estava longe de ser.

Virou seu rosto e tentou disfarçar quando o mais novo olhou para si com um sorriso em seu rosto. Tinha em mente que se precisasse ter ele como parceiro por muito tempo não iria aguentar.

Agradeceu a todos os deuses que lembrava pela chegada de Thanawat, assim poderia voltar toda sua atenção para o caso e esqueceria a lambança doce que o mais novo fazia.

— Desculpem a demora, o trânsito está terrível — Khaotung puxou uma cadeira para se sentar, sorrindo o mais doce que conseguia para cumprimentar os profissionais.

Sua aparência não parecia muito diferente de quando haviam se visto pela última vez — apesar disso não fazer nem vinte e quatro horas. Seu nariz estava com a pontinha vermelha, talvez pelo choro ou talvez pelo clima que começava a esfriar.

Sabia que não era um bom momento, mas Phuwin sorriu achando o pequeno detalhe fofo. Era como se fosse o Rudolph, a rena do nariz vermelho. Sorriu pequeno com seu pensamento, mas negou com a cabeça tentando focar no trabalho antes que fosse repreendido por Pond, já que o mais velho parecia não ter muita paciência com a vida. Não queria testar e acabar tendo um fim trágico pelo próprio colega de trabalho.

Khaotung esperava que inúmeras perguntas fossem jogadas para si enquanto pensasse nas melhores respostas que ajudassem a encontrar o assassino de seu namorado sem que essas informações invadissem demais a intimidade dos dois. First sempre foi um rapaz reservado sobre sua vida pessoal, e mesmo que já não estivesse mais em terra, queria respeitar esse traço do rapaz.

— Se sente bem para responder nossas perguntas? — Naravit perguntou. Olhou atentamente para o semblante do rapaz que, mesmo estando nítido que ainda não estava preparado para aquilo, fazia um esforço.

O desespero por justiça falava muito mais alto que a tristeza que sentia.

Confirmando com a cabeça, Thanawat se arrumou de maneira que ficasse mais confortável na cadeira do estabelecimento. Observou um café ser servido em sua mesa, acompanhando Pond que já estava ansioso de tanta cafeína em seu corpo e Phuwin que se sentia agitado após tantos doces.

Sorriu ao ver a dupla se entreolhando. Pareciam diferentes demais para trabalhar juntos em uma posição tão séria. Bem, dizia isso por conhecer Phuwin a um certo tempo e saber perfeitamente que o rapaz estava longe de ser uma pessoa séria o suficiente para trabalhar em qualquer posto da polícia — por mais que tentasse manter sua postura.

Era inteligente, de fato, mas sua inteligencia não era bem usada e isso o fazia parecer um completo idiota na maior parte do tempo.

— Se puder nos contar um pouco sobre sua história. Algum conhecido que o senhor Kanaphan tivesse brigado recentemente ou que parecesse não gostar muito dele. Qualquer informação pode ser útil para encontrarmos quem assassinou seu namorado. Por favor, no seu tempo — Pond tentava ser o mais compreensível possível, mas sentia um bolo em sua garganta sempre que percebia que estava longe de conseguir solucionar aquele caso.

Esperava conseguir alguma informação útil com aquela conversa, pois faziam menos de vinte e quatro horas que o caso foi passado para si e já o sentia impossível de solucionar. E mais, mesmo que seu parceiro fosse o responsável por perceber um ponto importante, ainda sentia que o rapaz seria um peso morto na maior parte do tempo.

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⏰ Última atualização: Sep 28 ⏰

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