Capítulo 8

73 16 5
                                    

BERNARDO

Nós nos limpamos com papel higiênico e pano molhado, logo após a Anna Lúcia abraçada ao meu corpo, em silêncio e pensativa. Foi um bom sexo, sujei a buceta e os lençóis na cama.

— É a segunda vez que nós fazemos amor e não usamos a camisinha. — Ergueu a cabeça e olhou para mim — A essa hora posso estar buchada de ti.

Anna Lúcia grávida de mim? Seria o sonho e pesadelo ao mesmo tempo, nós somos jovens para ser pais e porém, ela carregando o filho meu. Seria quase uma dádiva.

— Eu não quero engravidar, hoje tive uma briga feia com a Anna Carmen. Ela sabe do nosso envolvimento e também que não sou virgem, quase me bateu.

— Ela não poderia fazer isso com você.

Não gostei de saber, Anna Lúcia já é bem crescida para escolher o bem e o mal. E no fundo, essa Anna Carmen me odeia, aposto que fosse o Alfredo no meio das pernas da sua irmã, ela aprovaria a imoralidade.

— Anna Lúcia?

— Oi.

— Não quero mais brigar por causa daquele animal.

Anna Lúcia riu, fazendo carinho em volta do meu umbigo e os meus dedos faziam cafuné em seus cabelos macios e longos.

— Primeiro, não chama ele de animal. Ele é gente como a gente, é um bom menino, daqui a pouco ele vai estudar na Capital.

Me afasto um pouco desse corpo apetitoso.

— O quê? O desgraçado do Leôncio deixou bem claro a sua insatisfação com os estudos desse animal, no máximo o deixaria terminar o seu ensino médio. Que caralho é esse?

Antes de ela abrir a boca, foi interrompida com batidas da porta. Rapidamente Anna Lúcia se sentou cobrindo o seu corpo nu com o lençol, olhava para mim com os olhos horrorizados e arregalados. Porque era a Paola batendo na porta com o punho firme.

— Bernardo? Abra a porta.

— Bernardo? — Sussurrou.

— Se levanta e se esconde debaixo da cama.

Anna Lúcia ainda nua, se levantou e ficou debaixo da minha cama, enquanto isso, pegava o seu vestido, sutiã, chinelas e a calcinha, e coloquei tudo na primeira gaveta no criado mudo. Antes disso, dei uma cheirada profunda nesse pano molhado.

— Bernardo.

Irritado, abro o caralho da porta. E percebi que estou nu.

— Oi.

— Por que está sem roupas? — Perguntou.

— É o meu quarto, e você estava me atrapalhando as minhas atividades.

— Quais atividades? — Arqueou uma das sobrancelhas.

— Adivinha só, mamãe. — Cruzei os braços.

Para piorar a situação, Leôncio aparece atrás dela com o semblante sombrio. Seus olhos varreram o meu quarto e fechou a cara, ele sabe que a Anna Lúcia está no meu quarto.

— Não é modesto, meu filho. Quero falar com você sobre um assunto bastante sério.

— Eu também, Leôncio.

Fechei a porta na cara deles e girei o trinco. Anna Lúcia finalmente poderia sair debaixo da cama, o seu corpo estava começando a ficar suado.

— Bernardinho. — Riu e apontou o dedo, o meu pênis ereto. — Você está bem safadinho hoje.

Vou à sua direção, a peguei e joguei na cama, e fizemos amor pela segunda vez.

{...}

Leôncio despejou todo o uísque na minha boca, estava me engasgando e depois levei uma rasteira. Leôncio me rodeava como se fosse a sua presa e não o seu filho, passava a mão várias vezes no cabelo e trincou o maxilar. Ele tá puto. Antes de argumentar, levo um chute nas minhas costelas e no estômago, me curvo sentindo as dores se alastrando em todo o meu corpo. Leôncio se abaixou, agarrou o meu cabelo e aproximou-se.

— Então é por isso que você e o Alfredo estavam brigando? Pareciam bichos brigando por causa de comida. E a marmita é a Anna Lúcia? Quem diria, com aquela cara de santa não passa de uma quenga.

— Não ouse falar dessa maneira, a Anna Lúcia é a criatura mais pura que pisou nesta terra.

Levo um soco, já estou acostumado.

— Falando dessa forma, parece que gosta da empregadinha. Já desconfiava, só queria ver com os meus próprios olhos.

— Anna Lúcia é a mulher que estou loucamente apaixonado.

Leôncio colocou as mãos na cintura e riu.

— "Loucamente apaixonado"? Tá parecendo um viadinho, não me digas que gosta de levar no rabo?

— Não me ofende. — Leôncio estendeu a mão, acertei. Quando levantei o empurrei. — Filho da puta.

— Quanto tempo está acontecendo debaixo do meu nariz?

— Recentemente.

— A sua mãe sabe dessa nojeira? — Balanço a cabeça — Com certeza, porque obviamente a sua mãe expulsaria essa sem-vergonha no casarão.

— Pai? Por favor, não fale com a mamãe.

Bufou.

— Você pelo menos está usando camisinha? — Não respondi — Caralho! Você é burro por acaso seu filho da puta? Não pode entrar no meio das pernas de uma mulher sem a capa. Você estuda pra quê? Está metendo o conhecimento que recebe na escola no olho do seu cu? Não é por possível, Bernardo.

— Me desculpa, na emoção eu esqueço o principal.

— E por causa dessa emoção, seu infeliz, que você pode emprenhar a sua namoradinha. Irá arruinar a sua vida por completo, caralho.

— Anna Lúcia não está prenha, pai.

— Espero que você tenha razão, se não, colocarei o Alfredo para ser o meu sucessor.

— Que porra é essa? Vai colocar aquele animal no meu lugar?

— Tudo depende de você, porra.

Aproximei-me desse ser, olhei bem no fundo dos seus olhos e digo:

— Se você ousar colocar aquele animal no meu lugar, eu mato ele, como o senhor fez com o pai dele. Está avisado. Ninguém irá usurpar o meu lugar, ninguém.

Saio do escritório, com sede de sangue e vingança.

UM AMOR DOMINANTE - LIVRO 3 (ANNA LÚCIA E BERNARDO).Onde histórias criam vida. Descubra agora