Noite Traiçoeira

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Seungmin e seus aliados andavam em silêncio pela noite fria de Mooncity, os pensamentos do líder da Organização Puppy ainda fixos no confronto inevitável com Christopher. O que quer que seu inimigo estivesse planejando no galpão, eles haviam escapado por pouco. O que mais o inquietava era a incerteza sobre o próximo movimento da Wolfgang.

Assim que atravessaram as ruas tranquilas da cidade, já se aproximando da base, o ambiente começou a parecer mais familiar. A pequena praça onde ficavam algumas das lojas de seus aliados já era visível à distância, com as luzes ainda acesas, dando uma aparência acolhedora ao lugar. A floricultura de Jeongin estava logo ao lado da loja de roupas de Yeji, ambas fechadas àquela hora, mas eram constantes lembretes de que, apesar de estarem envolvidos em uma guerra secreta com a Wolfgang, eles também tinham vidas a cuidar.

— Tudo tranquilo — murmurou Yeji, ao passar pela vitrine de sua loja de roupas, onde um elegante vestido preto estava em exibição. — Pelo menos, por enquanto.

Seungmin assentiu, seus olhos fixos no restaurante ao lado da loja de Jeongin, que exibia o nome “Puppy’s Haven” em letras elegantes. Era seu restaurante, sua maneira de manter uma fachada normal enquanto planejava as operações da organização. A comida era simples, caseira, e atraía muitos clientes, o que lhe permitia manter um bom disfarce enquanto monitorava a Wolfgang de perto.

Assim que passaram pela pequena praça, os membros da Organização Puppy começaram a se dispersar para descansar. Jeongin, com um sorriso doce no rosto, se despediu com um aceno.

— Amanhã eu tenho que abrir a floricultura cedo — comentou, esticando os braços acima da cabeça enquanto caminhava na direção da loja. — Preciso das minhas horas de sono.

— Vai lá, Jeongin — respondeu Seungmin, oferecendo um sorriso raro. — Vamos precisar da sua energia amanhã.

Jeongin acenou antes de sumir pelas sombras, e logo Yeji também se despediu, caminhando em direção à sua loja. Minho, no entanto, permaneceu ao lado de Seungmin, silencioso. Os dois irmãos trocavam olhares cúmplices, sabendo que precisavam de um momento a sós para discutir o que tinha acontecido naquela noite.

— Vamos ao restaurante? — sugeriu Minho, seu tom tranquilo, mas carregado de preocupação.

Seungmin assentiu e os dois seguiram para Puppy’s Haven, atravessando a porta principal e trancando-a cuidadosamente atrás deles. O restaurante estava escuro, com as cadeiras viradas sobre as mesas, pronto para abrir na manhã seguinte. Havia algo calmante naquele espaço, a forma como o cheiro de comida caseira ainda impregnava o ar, trazendo um senso de normalidade em meio ao caos de suas vidas duplas.

Minho se sentou em uma das mesas, observando o irmão com cuidado.

— Você está bem? — perguntou, seus olhos firmes sobre Seungmin, que já estava ocupado verificando o celular em busca de mensagens importantes.

Seungmin suspirou, largando o aparelho sobre a mesa.

— Eu não sei, Minho. Algo naquela missão estava errado. Christopher... Ele tinha algo preparado. Não era apenas uma armadilha simples. Parecia muito maior.

Minho franziu a testa, preocupado.

— Você acha que ele já sabe sobre nossos próximos passos?

— Se ele soubesse, não teríamos saído vivos de lá — respondeu Seungmin, cruzando os braços, pensativo. — Mas ele está planejando alguma coisa, e não podemos ser pegos de surpresa novamente.

Minho ficou em silêncio por um momento, absorvendo as palavras do irmão. Ele sabia o quanto Seungmin ainda sofria com o passado que compartilhava com Christopher. A relação que os dois tiveram, cheia de amor e cumplicidade, havia se transformado em uma rivalidade sombria. Minho sentia o peso disso sobre os ombros de Seungmin todos os dias, e o fazia querer proteger seu irmão ainda mais.

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