04 ; A Violência Fatal

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Era uma noite fria e silenciosa. S/N estava sentada no sofá do apartamento de Law, o ambiente pesado como uma neblina sufocante. O celular em sua mão parecia pesar uma tonelada enquanto ela olhava para a última mensagem de um velho amigo, alguém que não via há meses. A necessidade de se reconectar com o mundo exterior a atingira como uma avalanche. Ela sabia que Law não aprovaria, mas a sensação de estar sufocada pela possessão dele a impulsionou a tentar.

— Preciso de um pouco de ar, Law. Vou dar uma volta. — Ela se levantou, tentando soar despreocupada, mas a tensão em sua voz era evidente. Law, que estava sentado à mesa, analisando alguns papéis, ergueu os olhos lentamente.

— Dar uma volta? — Ele repetiu, como se as palavras fossem uma ideia absurda. Seus olhos cinzentos se estreitaram, penetrantes, como se ele pudesse ver diretamente através dela.

— Sim, preciso ver... um amigo. — Ela não conseguia esconder a hesitação. S/N sabia que Law odiava quando ela mencionava qualquer pessoa que não fosse ele, e aquela era uma escolha perigosa de palavras. O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor, e ela sentiu o peso da tensão se intensificar.

Law se levantou devagar, caminhando em direção a ela com passos lentos, calculados. Ele parou bem à sua frente, a altura dele imponente, fazendo-a se sentir pequena. Os dedos dele deslizaram pelo braço de S/N, suaves, mas carregados de uma ameaça não dita.

— Que amigo? — A voz dele era baixa, quase um sussurro, mas S/N sabia que cada palavra era impregnada de controle.

— Alguém que eu conheço há anos, antes de você... — S/N tentou soar casual, mas seu corpo inteiro estava tenso. Ela sabia que a reação dele seria imprevisível.

Ele inclinou a cabeça, o sorriso surgindo de forma perturbadora em seus lábios. Seus olhos brilharam com algo sombrio, um aviso silencioso. — Você não precisa de amigos, S/N. Não agora. Eu sou tudo o que você precisa.

Ela recuou um passo, sentindo o medo começar a dominá-la. — Law, isso não é saudável. Eu preciso ver outras pessoas... Não é uma traição a você, é só... — Mas antes que ela pudesse terminar, ele a segurou pelo pulso com força, o aperto dele apertando com possessividade.

— Eu disse — a voz dele se tornou mais fria, mais firme — que você não precisa de ninguém além de mim.

Ela sentiu o coração disparar, mas em vez de responder, abaixou os olhos e assentiu. Law soltou seu pulso, mas continuou a olhá-la com aquela expressão ameaçadora, como se cada pensamento dela fosse transparente para ele.

Horas depois, quando Law adormeceu, S/N aproveitou a chance para sair. O vento frio da noite trouxe uma sensação estranha de liberdade enquanto ela caminhava em direção ao ponto de encontro com o velho amigo, alguém que, ela esperava, a ajudaria a entender o que estava acontecendo com sua vida. Mas a tranquilidade foi passageira.

Na manhã seguinte, o corpo dele foi encontrado em um beco próximo a um café que S/N frequentava. Quando ela recebeu a notícia, seu coração congelou. As mãos dela tremiam enquanto lia as manchetes. Uma onda de pânico tomou conta de sua mente.

Ela sabia. No fundo, já sabia quem estava por trás daquilo..

— Law... — Sua voz era um sussurro, quase inaudível. Ele finalmente ergueu os olhos, e o olhar dele a atravessou como uma lâmina afiada.

— Não diga nada. — Ele fechou o livro e o colocou sobre a mesa. — Eu já sei o que aconteceu. Ele estava no caminho.

S/N sentiu as lágrimas se formarem, mas não conseguiu deixar que caíssem. — Você fez isso? — Ela perguntou, a voz falhando.

⌗MY YANDERE - Trafalgar Law Onde histórias criam vida. Descubra agora